Por Caio Rinaldi, Valor — São Paulo 08/01/2020
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira sanções econômicas não especificadas sobre o Irã e sinalizou que não deve continuar com as agressões, após o ataque com mísseis realizado pela Guarda Revolucionária do Irã contra bases militares americanas no Iraque na noite de terça-feira.
“O povo americano deve celebrar que nenhum soldado americano foi ferido ou morto no ataque”, iniciou o mandatário americano em pronunciamento na Casa Branca, citando também nenhum óbito entre os aliados iraquianos. “Parece que o Irã está reduzindo sua ameaça”, apontou.
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Diante do cenário, com retaliação pelo Irã sem mortes, Trump comunicou a imposição de sanções econômicas sobre o país, mas sem especificá-las. “Impusemos sanções sobre o Irã, que permanecerão até que o Irã abandone a postura agressiva”, afirmou.
O dirigente americano pediu também aos países signatários do acordo nuclear de 2015 que deixem o acordo e busquem formular um novo tratado nuclear com o Irã. “O Irã deve abandonar suas ambições nucleares e seu apoio ao terrorismo”, declarou. “É hora do Reino Unido, Alemanha, França, Rússia e China saírem do acordo de 2015. Devemos fazer um novo acordo com o Irã que garanta a paz e a estabilidade mundial”, afirmou.
Trump reforçou que quer impedir que o Irã desenvolva um arsenal nuclear. “Enquanto eu for presidente, o Irã nunca terá permissão para ter uma arma nuclear”, disse.
Em relação ao Oriente Médio, o mandatário revelou que vai solicitar já nesta quarta à Organização Tratado do Atlântico Norte (Otan) que aumente sua atuação na região. Neste cenário, Trump lembrou que o Estado Islâmico é o inimigo comum, após explicar que a morte do general iraniano Qasem Soleimani foi “um recado aos terroristas do mundo”.
Por fim, o presidente americano lembrou do extensivo poderio militar dos EUA. “É bom ter o maior poderio militar do mundo, mas não queremos usá-lo”, declarou durante pronunciamento em que esteve acompanhado do vice-presidente Mike Pence, do secretário de Estado, Mike Pompeo, e do secretário de Defesa, Mark Esper, além de generais das Forças Armadas americanas.