Reunião realizada no escritório da gestora em 20/02/2019
INTRODUÇÃO
A Brasil Capital, casa fundada em 2008 por ex-sócios da FAMA Investimentos e do CSHG com seed money da família Ermírio de Moraes, é uma das maiores gestoras totalmente dedicadas à Renda Variável do país.
Após passar anos recebendo recursos apenas de single e depois de multi family offices, a casa abriu a estratégia para captação nas principais plataformas abertas do mercado e hoje consegue ser acessada em algumas instituições.
Em pouco mais de 10 anos de história, a Brasil Capital já tem hoje aproximadamente R$ 2,1 bilhões sob gestão, sendo 87% de investidores locais e 13% de investidores estrangeiros. Vale a pena destacar ainda o perfil dos clientes: 51% do fundo é composto por recursos de family offices e 20% por recursos de investidores institucionais.
A estratégia Long Only da gestora, a única da casa, tem um retorno histórico de 1.136,2% desde a sua criação, em 13/10/2008 (contra 139,19% do Ibovespa e 219,39% de IGMP + 6% no mesmo período). Em termos anualizados, a estratégia tem retorno de 27,6% a.a. contra 8,8% a.a. do Ibovespa. Segundo André Ribeiro, gestor chefe da Brasil Capital, o retorno potencial anualizado da estratégia gira em torno de 20%, considerando a performance da bolsa e do CDI no longo prazo.
COMENTÁRIOS DO GESTOR (ANDRÉ RIBEIRO)
O CIO da gestora, André Ribeiro, junto a Juliana Klarnet (Brazil Business Development) e Fernando Sampaio (Analista Sênior), começaram a reunião ressaltando a filosofia de investimento e perfil do fundo da casa.
O portfólio do fundo consiste geralmente em torno de 15 papeis, sendo que as 5 maiores posições representam até 50% do PL do fundo. Dentre essas 15 posições, boa parte é mantida em carteira por um prazo bastante longo, o que reflete em mais da metade da performance da casa ter vindo de investimentos acima de 3 anos. Um detalhe ressaltado por eles é que a casa não entra na administração ou conselho das empresas investidas, ao contrário de outras casas conhecidas por investimentos ativistas.
Foi ressaltado também pelo CIO da gestora a preferência dada para companhias Mid Cap (até R$ 15 bi de valor de mercado) no limiar de se tornarem Large Cap na composição da carteira. Segundo ele, em geral são empresas que atuam em setores menos eficientes, com menos competição e onde encontram-se maiores retornos em relação às ações mais óbvias, como as Blue Chips, que são o foco da maior parte dos gestores. Quando decidem olhar para o universo das empresas de maior capitalização, a casa ainda prefere as ações de setores com monopólios ou oligopólios para compor o fundo.
Assim, das 404 ações listadas no Brasil, a Brasil Capital filtra apenas as 150 mais líquidas, das quais 100 são cobertas pelos analistas da casa e, dessas, 50 são efetivamente monitoradas. Dessas 50 saem as 15 ações que comporão o fundo e potenciais substitutos em caso de algum desinvestimento. Hoje, o fundo está com mais de 95% do seu PL alocado e menos de 5% em caixa.
Por fim, na carteira atual do fundo Ribeiro destacou os cases de posições montadas nos últimos anos em cima de empresas do setor elétrico, como Alupar, Equatorial e Energisa.
Segundo o gestor, essas empresas começarão a gerar resultado em concessões arrematadas há alguns anos a partir de 2020, o que deve, em alguns desses casos, mais que dobrar o lucro da empresa, naturalmente valorizando a respectiva ação daqui para frente. Ainda, ressaltou que esses investimentos são uma mostra do perfil de longo prazo do fundo: investimentos que foram montados ao longo de 2017/2018, com o objetivo de capturar a valorização dos papeis por eventos que devem atingir o seu ápice apenas a partir de 2020/2021.
POSICIONAMENTO ATUAL DA CARTEIRA
Divisão Setorial (Principais)
· Utilities – 25,7%
· Financials – 11,7%
· Petróleo e Energia – 10,6%
· Varejo – 9,9%
Principais posições
1. Alupar (ALUP11) – 10,1%
2. Itaúsa (ITSA4) – 9,1%
3. CVC (CVCB3) – 7,8%
4. Petrobras (PETR4) – 7,4%
5. Cosan (CSAN3) – 7,2%
Outras posições
B3, Aliansce Shopping Centers, Rumo, Equatorial e Energisa
Time de Análise - MZR
