Principais indicadores: CDI +0,16%, Ibovespa -0,69%, Prefixados (IRF-M) -0,32%, Ativos IPCA (IMA-B) +0,21%, Imobiliários (IFIX) -1,01%, Dólar (Ptax) +2,38%, Multimercados (IHFA) -0,01% (28/10), S&P 500 -2,77%, Euro Stoxx -7,37% e Ouro -0,82
O mês de outubro foi marcado por uma grande volatilidade nos preços. Outubro apontava nas primeiras três semanas para um movimento muito positivo nos mercados, mas vimos uma forte reversão na última semana, colocando a maioria dos preços no campo negativo até o encerramento do mês.
Internacional - Lockdowns decretados em alguns países da Europa, sem acordo para o novo pacote de estímulos nos EUA e Biden abre vantagem na disputa presidencial
Seguindo a linha de raciocínio do mês passado, seguem as atualizações dos temas considerados mais importantes na visão da MZR:
A nossa visão é ainda muito construtiva para a retomada das economias globais, com as eleições americanas podendo potencializar ainda mais os mercados emergentes e a busca por ativos de risco. O cenário de juros baixos com necessidades de estímulos adicionais deve seguir por um longo tempo e nesse sentido achamos as correções nos preços dos ativos que vimos na última semana de outubro exageradas quando observamos todo o cenário global e os principais temas destacados acima.
Brasil – Fiscal, fiscal e fiscal...
No Brasil, infelizmente caminhamos para um cenário binário sobre o futuro do país. Sem o fiscal ajustado e respeitado, não há como os investidores levarem qualquer outro tema com seriedade.
Quando o congresso votou o marco regulatório do saneamento em junho e indicou a volta a agenda econômica, todos ficaram otimistas e subiram as previsões de preços de ativos apostando em uma retomada econômica com responsabilidade fiscal.
Sobre a parte da retomada da atividade, eles estavam certos, principalmente quando falamos de setores ligados a industrias, construção civil e exportadores. Serviços segue sendo o maior “problema” com a pandemia ainda criando muitos desafios à frente. Já quando falamos da responsabilidade fiscal, infelizmente ficamos entre agosto e outubro, especulando muito e com poucas atitudes. Da mesma maneira como não concordamos com a queda brusca nos preços em agosto e setembro, também não havíamos concordado com as fortes altas nas três primeiras semanas de outubro. Tal volatilidade não possuía prazo para acabar durante o mês, uma vez que com as eleições municipais próximas, ninguém tomaria medidas que possam ser impopulares. Sendo assim, a discussão do pacto federativo que se atentava ao teto de gastos de 2021 ficou para o final de novembro/início de dezembro, ou seja, temos pouco tempo para o congresso se organizar e um problema enorme à frente: respeitar o teto de gastos e criar estabilidade para os preços dos ativos.
O que é essa estabilidade? Queda dos juros longos, não necessidade de alta de juros de maneira forte no ano que vem, apreciação do real para um equilíbrio mais próximo dos 4,80 e alta na bolsa para os níveis de múltiplos mais altos da história.
O cenário binário gera uma bomba relógio no legislativo e executivo, com a maioria dos investidores (cientes disso) tomando posições mais leves para os próximos meses. Todos sabem o que temos que fazer, a questão é se teremos tempo hábil para implementar e se há clima para retomarmos a agenda econômica. Na nossa visão, não adianta falar de privatizações, reforma tributária ou administrativa sem o respeito ao teto primeiro. Novembro infelizmente ainda não será o mês decisivo e só o cenário global pode trazer novidades positivas para os preços dos ativos locais.
Carteiras e posicionamento MZR
Nas carteiras, o início do mês mostrou que estamos no caminho certo e apostaremos na manutenção das posições. A carteira segue equilibrada e aponta para resultados positivos mesmo em meio a uma pandemia no ano. Esperamos boas notícias no cenário global para novembro, com um complemento das decisões locais impactando os preços dos ativos em dezembro.
A preocupação com a situação fiscal brasileira continuou durante o mês de outubro, seguido por uma nova aceleração da inflação puxada pelos preços de alimentos.
A curva de juros manteve alto os prêmios na chamada inclinação da curva: diferença entre a parte curta (juros baixos) e parte longa da curva (juros bem mais altos). Além disso, no último mês foi vimos uma forte oscilação na parte intermediaria da curva, causado pela mudança na estratégia do Banco Central e Tesouro Nacional de encurtar os vencimentos das ofertas de títulos públicos e operações compromissadas, na tentativa de conter a desvalorização rápida dos ativos mais longos e até mesmo do tesouro Selic.
Apesar da alta de 0,94% do IPCA-15 em outubro, o Copom manteve a Selic em 2% a.a. e indicou que deve continuar nesse patamar por um tempo. O forte crescimento nos preços de alimentos não foi a única preocupação desta vez no indicador, já que saíram notícias em que empresários relatavam a dificuldade na compra de matéria-prima, como papelão, aço e plástico, o que tem elevado a alta dos preços de atacado, aumentando ainda mais a preocupação com a inflação do varejo no médio prazo.
Na nossa visão o cenário de cumprimento do teto de gastos em 2021 se mantém, o que reforça ainda mais a oportunidade nos prêmios para papeis entre 3/5 anos com alguns ativos de renda fixa chegando a remunerar 9,00% ao ano o investidor. No entanto é importante se atentar aos prazos, uma vez que os investimentos com vencimentos mais longos seguem sem apresentar atratividade em termos de taxa e com a relação risco-retorno pior para inclusão nos portfólios.
Durante o mês de outubro, vimos o IDA-DI, índice que mede a evolução dos spreads de crédito do mercado, subir 0,31% vs 0,16% do CDI.
A parcela de inflação seguiu com um forte carrego em outubro e foi a principal classe promotora do portfólio, com os ativos de crédito privado entregando altas de aproximadamente 1,50% no mês considerando o gross-up para os ativos isentos.
Apesar do mercado secundário continuar com várias oportunidades de ativos, no último mês vimos uma retomada das emissões de oferta primária de renda fixa. Isto traz aos investidores nova oportunidade através de novos títulos, além de manter as taxas de retorno no mercado secundário em níveis mais atrativos. Desta forma, ativos como Debentures, CRIs e CRAs seguem com retornos acima de 4,0% a.a. de juro real, para empresas com boa avaliação de crédito e histórico positivo no mercado de capitais até o momento.
Ao longo do mês de outubro o índice IHFA apresentou alta de aprox. 0,30% vs 0,16% do CDI. O mês foi caracterizado pelo aumento da volatilidade após o anúncio de novos lockdowns na Europa em função do crescente número de casos e fatalidades atreladas a COVID19. Além disto, pesou a indecisão sobre as novas rodadas de estímulo nos EUA e as indefinições sobre as reformas no Brasil. Ao longo do mês, a bolsa e a moeda brasileira perderam força, enquanto nos juros tivemos aberturas dos vértices intermediários e longos. Em resumo, a performance da classe retorno absoluto é explicada basicamente pela performance de fundos estruturais, na qual representou quase 60% da alta do IHFA e dos fundos dinâmicos com valorização de +0,0574%. Os fundos com maior percentual em ações, como os long biased tiveram desempenho positivo de +0,0461%, mesmo com a queda mais brusca da bolsa brasileira ao longo da última semana de Outubro. No entanto, os fundos long&short apresentaram retorno negativo, queda de 0,0412%. Por fim, a classe de descorrelacionados ficou praticamente estável, com leve alta de 0,004%. No mais, seguimos acreditando que a classe de retorno absoluto é capaz de gerar alpha nos diferentes cenários, principalmente levando em consideração os patamares de juros atuais. Pelo mandato amplo dos multimercados, os gestores são capazes de equilibrar as carteiras de acordo com o cenário projetado.
*Dados do IHFA até o dia 29/10
Após reportar uma alta de mais de 7% nas duas primeiras semanas de outubro, sinalizando enfim uma recuperação, o Ibovespa seguiu os movimentos globais no final do mês, recuou 7,8% desde o pico em 22 de outubro e fechou o mês com uma queda de 0,7% (no acumulado dos últimos 3 meses, queda de 8,7% em reais). Podemos colocar 4 fatores que contribuíram para essa forte correção: (a) 2ª onda de Covid na Europa e crescimento de novos casos nos EUA, levando à restrições e lockdowns em países como França e Alemanha, (b) volatilidade quanto a incerteza dos resultados das eleições americanas, (c) falta de acordo para novos estímulos econômicos nos EUA e (d) preocupação do mercado local quanto ao cumprimento do teto de gastos por parte do governo. Apesar do terceiro mês consecutivo negativo, seguimos otimistas e enxergando upside na bolsa para os próximos 6 meses, pelos seguintes motivos: (a) setores das economias globais reportando fortes dados de recuperação, (b) estímulos econômicos sendo efetivos na manutenção da economia, (c) economia brasileira e global continuarão o ritmo de recuperação, (d) existência de uma agenda de reformas a ser cumprida, (e) dividend yield médio das companhias do Ibovespa (4,5%) pela primeira vez na história acima da Selic, (f) juros estruturais baixos, o que tende um movimento de migração de renda fixa para renda variável e (g) empresas do Ibovespa reportando resultados sólidos, ainda no momento de pandemia. Os maiores gestores de ações do Brasil seguem otimistas no médio/longo prazo, enxergando um upside de aproximadamente 20 - 25%% nos próximos 12 meses.
A carteira de ações MZR teve uma performance de +1,1% no mês, contra -0,7% do Ibovespa. Grandes destaques do mês foram Movida (+11,6%) e Magazine Luiza (+10,4%): enquanto a primeira se beneficiou com a forte recuperação do setor de venda de seminovos e diárias de novos carros acima das projeções, a Magazine Luiza reportou novas aquisições focando no engajamento dos sellers de seu Marketplace, também anunciando desdobramento de suas ações para gerar maior liquidez ao acionista. Do lado negativo, B3 (-7,2%) entregou ganhos recentes com a maior aversão a risco global e adiamento de alguns IPOs, enquanto JBS (-5,9%) segue sendo penalizada pelo mercado dada questões de governança e ambientais (ESG) ainda sendo enfatizadas negativamente pela mídia. Nessa última, entendemos que a companhia esteja endereçando bem a questão, anunciando uma série de novas iniciativas nas 3 vertentes ESG (governança, ambiental e social) que tendem a ser consolidadas e percebidas pelo mercado no médio prazo.
O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) apresentou queda de 1,01% em outubro, após alta de 0,08% no mês passado. Seguiu o movimento do Ibovespa de forte ajuste nos últimos dias do mês, dado o cenário de aversão a risco global citado acima e preocupação de questões fiscais no doméstico. Grande destaque foi o anúncio por parte da B3 da liberação de operações de empréstimos de cotas para FIIs e FIPs a partir de novembro, abrindo espaço para operações vendidas e de arbitragem de preços. Apesar da correção do mês, continuamos otimistas com o mercado imobiliário - apesar de um cenário macro desafiador do curto prazo, taxas de juros estruturais baixas favorecem o mercado em uma dinâmica nunca vista antes. No curto prazo, vemos que a crise afetou principalmente as distribuições de proventos, devido a uma menor atividade da economia, mas que, dada a precificação atual dos ativos, acreditamos ser uma boa oportunidade de comprar fundos de qualidade por um preço abaixo do valor patrimonial e gerar ganhos de capital no futuro. Por ser um mercado ainda de baixa liquidez e com um número relevante de novos CPFs como investidores, houve uma migração de recursos para o mercado acionário e uma força vendedora de volume não relevante que puxou o mercado para baixo. Vimos fundos negociados a 30% abaixo do valor patrimonial e pagando rendimentos históricos de 400% do CDI isento na cota a mercado, o que enxergamos como uma grande distorção. Fundamentos de longo prazo seguem positivos, juros estruturais seguem baixos e o imóvel não perde seu valor.
A carteira de fundos imobiliários MZR teve uma performance negativa de 2,08% em outubro, contra -1,01% do IFIX no mesmo período. Importante ressaltar que alguns fundos da carteira passaram por ofertas públicas, o que pressionam a cota no curto prazo dada a convergência de preços em relação ao valor de emissão: HFOF11 (-2,88%), LVBI11 (-2,63%) e MGFF11 (-8,72%). Com exceção dos fundos de logística, que vem performando bem no cenário da pandemia, enxergamos grande parte dos fundos negociando abaixo do valor patrimonial, sendo uma oportunidade específica de alocação no curto prazo
Carteira Agressiva
Carteira Moderada
Carteira Conservadora
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Este conteúdo tem propósito exclusivamente informativo e se baseia em dados estatísticos, metodologias probabilísticas, fatos concretos do mercado financeiro e em resultados financeiros apurados e nas conclusões da MZR Consultoria considerando o perfil de clientes que se adequem aos ativos e estratégias que compõem as carteiras apresentadas acima. Em nenhum momento, o conteúdo desta mensagem representa recomendações de investimento financeiro de qualquer natureza.
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