Principais indicadores: CDI +0,15%, Ibovespa +15,90%, Prefixados (IRF-M) +0,36%, Ativos IPCA (IMA-B) +2,00%, Imobiliários (IFIX) +1,51%, Dólar (Ptax) -7,18%, Multimercados (IHFA) +3,06% (26/11), S&P 500 +10,75%, Euro Stoxx +18,06% e Ouro -5,61%
O mês de novembro foi um mês de retornos expressivos nos portfólios devido à expectativa de retomada das economias e do final da pandemia. A corrida das vacinas começa a se mostrar vitoriosa e podemos ter novidades em breve quanto ao inicio da vacinação pelo mundo. O resultado, em meio a tanta abundância de liquidez, não poderia ser outro: altas em todas as bolsas e busca por ativos de risco em quase todos os mercados.
Internacional - Eficácias da Vacina acima de 90% na fase 3 (preliminar), vitória de Joe Biden nos EUA e resultados fortes das empresas globais e do setor industrial pelo mundo
Seguindo a linha de raciocínio do mês passado, seguem as atualizações dos temas considerados mais importantes na visão da MZR:
Brasil – Vivemos um grande momento: fizeram a nossa lição de casa, mas a prova final ainda depende de nós e se chama FISCAL
O Brasil se beneficiou do otimismo global em relação ao possível fim da pandemia e a abundância de liquidez pelo mundo. Para se ter uma ideia, o estrangeiro ingressou com aprox. 30bilhões de reais na bolsa brasileira e vimos o Ibovespa ter performance próxima a 17% de alta no mês. Tal fato comprovou que o Brasil ainda é atrativo para os países desenvolvidos e que se o país fizer a lição de casa, podemos conviver com um mercado de juros baixos, credibilidade e investimentos de longo prazo para ativos de risco no país de maneira única. Contudo, precisamos ter mapeado o inimigo: a política e o risco fiscal. Esse tema ainda está longe de ser resolvido e que pode gerar o cenário inverso para o país: o não cumprimento do teto, a volta da inflação, a alta dos juros novamente e aumento da desconfiança no ano de retomada global.
O governo e o congresso prometeram solucionar o teto de gastos o quanto antes para manter a situação em ordem e o controle fiscal garantido, algo que não imaginamos ocorrer até o final das eleições presidenciais na Câmara e no Senado. Sobre este último ponto, o STF decidirá em dezembro se existe ainda a possibilidade de reeleição dos presidentes atuais, tema central para definição dos apoios e candidatos para a disputa em 2021.
A boa notícia ainda segue nos dados de curto prazo, com resultados econômicos robustos, índices de confiança subindo e até mesmo o CAGED surpreendendo com a geração de vagas formais líquidas em novembro. Porém, precisamos ficar atentos à inflação, já que os índices de varejo e atacado (IPCA e IGPM respectivamente) seguem surpreendendo para cima e pressionando ainda mais o banco central a tomar uma decisão até mesmo prévia a resolução fiscal. O desfecho deve conseguir aguardar o tema central do teto mencionado, fazendo com que os números de inflação só assustem pela sazonalidade.
Por fim, vale ressaltar também algumas análises quanto as eleições para prefeito agora em novembro:
1 – PSDB e MDB em queda significativa quanto ao número de prefeitos;
2 – Ascensão de DEM e PP, como participantes do centrão que saíram vitoriosos;
3 – PT ainda em queda brusca nos números, sem garantir nenhuma prefeitura nas capitais e vendo a esquerda ganhar força via outros partidos tradicionais como o PSOL;
4 – Podemos antecipar que o governo Bolsonaro deve sofrer com o aumento das desaprovações ou quedas das aprovações nas próximas pesquisas de popularidade, evidenciadas principalmente pelo resultado negativo da maioria dos candidatos que receberam apoio direto ou indireto do atual presidente.
Carteiras e posicionamento MZR
Para as carteiras, esperamos um resultado ainda positivo em dezembro fruto do bom momento global com a questão do inicio das campanhas de vacinação pelo mundo. Os problemas internos brasileiros ainda devem ser ofuscados e imaginamos que voltem a pauta nos preços dos ativos somente em 2021. Sendo assim, vamos apenas reduzir a posição prefixada feita taticamente nos últimos meses pela falta de oportunidades nos papéis nas letras financeiras, mas ressaltamos que estamos estudando uma grande modificação nas carteiras para 2021: focada em maior diversificação geográfica e uma necessidade menor de ter “risco Brasil” nas carteiras no futuro.
Agradecemos a confiança dos nossos clientes que acreditaram no nosso acompanhamento e leitura do mercado mesmo em um ano tão desafiador. O mês de dezembro nos fez ficar não só positivo, como acima do CDI em praticamente todos os portfólios de clientes. A MZR segue aumentando a equipe de análise para garantir que os comitês fiquem cada vez mais ricos de informações e qualificados para o que nos aguarda.
Apesar do mês positivo para diversas classes de ativos brasileiros, os ganhos para o investidores de juros foram menores se comparados com câmbio e bolsa.
Quando olhamos para os principais indicadores no mercado de juros, vemos que o IMA-B teve um resultado mensal positivo de 2% contra uma leve valorização de 0,36% do IRF-M no mesmo período. Essa análise representa uma estabilidade nas taxas futuras de juros nominais e uma queda no juro real, partindo do pressuposto que a expectativa de inflação (via inflação implícita) vem acelerando de acordo com as últimas revisões do Focus, apesar da forte desvalorização do dólar em relação ao real em novembro.
A queda do prêmio de risco na curvas das NTN-Bs brasileiras não vem por conta de fundamentos internos, uma vez que não tivemos nenhum avanço substancial em relação a questão fiscal brasileira. Lembrando que tanto o juro real como o nominal refletem a expectativa do mercado frente a capacidade do país de conseguir cumprir com seus compromissos e também controlar a evolução do seu endividamento.
Como o cenário local não foi o principal fator para essa queda observada no juro real brasileiro, recorremos ao mercado externo na busca de entender quais razões justificariam tal movimento.
Podemos observar que o otimismo vivido no mês de novembro, com o fim da eleição americana e o avanços das vacinas, impulsionou os indicadores de bolsas globais ao redor do mundo, além de provocar uma correção nos preço da renda fixa puxados por uma expectativa de retornos menores nas treasury de 10 anos. Como consequência, isso impacta o mercado de juros ao redor do mundo, resultando assim na correção nos prêmios de risco como o que aconteceu no Brasil.
É importante considerar também que há um exagero na nossa visão para as expectativas de altas nos juros para o ano de 2021 no mercado local, pois o governo já deu alguns sinais mostrando a sua preocupação com a questão fiscal e deve tomar alguma atitude em breve. O resultado desta discrepância no mercado é uma forte inclinação na curva de juros, ou seja, espera-se um grande movimento ou o “choque nos juros”, com altas sucessivas para controlar a inflação no ano que vem. Apesar de ainda existir oportunidade nas alocações em prefixados, devido à ausência de ativos que oferecem boas taxas e liquidez aos clientes, decidimos realocar o percentual da classe para a parcela de juro real devido a maior disponibilidade de ativos.
O mercado de crédito privado voltou a entregar boas altas na comparação com o CDI, o índice teve um desempenho de 412% do CDI, segundo o índice IDEX-CDI feito pela JGP. No ano, o índice já alcança +4,85% nominal e evidencia que o pior momento da marcação a mercado na renda fixa já passou. Os spreads de crédito das empresas seguem reduzindo e ao mesmo tempo o carrego dos fundos de renda fixa caem gradualmente e devem se normalizar para algo em torno de CDI +1,5% para ativos mais líquidos.
Na MZR, capturamos boa parte do movimento com o carrego em papéis atrelados ao IPCA, ou seja, capturando tanto o movimento de crédito privado quanto o mercado de juros. Puxados por esses fatores, vimos a carteira entregar um retorno médio de 1,15% no mês.
Seguimos com recomendação de debêntures incentivadas e outros créditos privados aprovados em nosso comitê.
No mês de novembro o índice IHFA apresentou alta de 3.31%. o mês foi caracterizado pela diminuição dos riscos políticos nos EUA e pelas notícias animadoras com relação as vacinas. O otimismo contagiou as bolsas globais e trouxe forte fluxo para a renda variável de países emergentes. Em cima da forte alta das bolsas no mês, os fundos long biaseds apresentaram o melhor desempenho dentro do IHFA, representando por volta de 35% da alta registrada. Os fundos multimercados macro também tiveram performance bastante positiva. Em nossa classificação, os fundos dinâmicos, caracterizados por trades mais constantes e viés mais de curto prazo, apresentaram alta de 0.82%. Já os multimercados estruturais, fundos que montam posições tendo em vista um cenário de mais longo prazo tiveram alta de 0.65% em novembro. Fundos long&short e descorrelacionados também apresentaram altas, embora mais modestas se comparado com as outras classes mencionadas. Ambos foram responsáveis por aproximadamente 5% da alta do índice.
Em suma, seguimos acreditando na boa capacidade dos gestores de equilibrar os portfolios e encontrar as melhores oportunidades dentro do universo de classes.
*Dados do IHFA até o dia 27/11
Em novembro, o Ibovespa registrou a maior alta desde março de 2016, fechando em +15,9% (23,9% em dólares), em mês marcado pela volta do estrangeiro na bolsa brasileira com um volume aproximado de R$ 30 bi. Os ganhos foram liderados pelos setores que estavam defasados, como Bancos, Commodities e Aéreas, em um movimento de rotação global de ações Growth para ações Value. O otimismo do mês foi justificado pelas notícias das eficácias das vacinas da Pfizer, Moderna e Astra Zeneca, além do resultado das eleições americanas com a vitória do Biden e um senado Republicano, reduzindo a possibilidade de uma maior taxação das empresas americanas. Seguimos otimistas e enxergando upside na bolsa para os próximos 12 meses, pelos seguintes motivos: (a) setores das economias globais reportando fortes dados de recuperação, (b) estímulos econômicos sendo efetivos na manutenção da economia, (c) perspectiva de campanha de vacinação nos próximos meses, (d) economia brasileira e global continuarão o ritmo de recuperação, (e) existência de uma agenda de reformas a ser cumprida, (f) dividend yield médio das companhias do Ibovespa (4,5%) pela primeira vez na história acima da Selic, (g) juros estruturais baixos, o que tende um movimento de migração de renda fixa para renda variável e (h) empresas do Ibovespa reportando resultados sólidos, ainda no momento de pandemia. Os maiores gestores de ações do Brasil seguem otimistas no médio/longo prazo, enxergando um upside de aproximadamente 20% nos próximos 12 meses.
A carteira de ações MZR teve uma performance de +16,33% no mês, contra +15,90% do Ibovespa. Importante ressaltar que como o índice Ibovespa é majoritariamente composto por bancos e commodities, as maiores altas do mês, tivemos um movimento atípico e poucos gestores conseguiram superá-lo no mês de novembro – considerando até que muitos estão zerados em bancos tradicionais. Grandes destaques do mês foram Vale (+28,8%), Petrobrás (+31,5%) e Bradesco (+20,6%), papeis que têm composição relevante no índice. Tivemos um movimento de rotação global de setores de Growth (ecommerce e tecnologia) para Value (Bancos e Commodities), movimento inclusive visto nas baixas performances de Magazine Luiza (-5,1%) e Via Varejo (+3,4%).
O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) apresentou alta de 1,1% no mês de novembro, após queda de 1,01% em outubro. No ano, ainda acumula perda de -15,6% para fundos de tijolo e -4,5% para fundos de papéis. Porém, vale destacar no ano o crescimento do volume de ofertas e follow nos de 40% a.a., com montante de R$ 33 bi e fazendo o mercado atingir valor de mercado de R$ 109 bi. Grande destaque foi o anúncio do início no dia 30/11 por parte da B3 da liberação de operações de empréstimos de cotas para FIIs e FIPs (fundos com mais de 500 cotistas e volume de negociação médio diário acima de R$ 1 mm), abrindo espaço para operações vendidas e de arbitragem de preços. Continuamos otimistas com o mercado imobiliário - apesar de um cenário macro desafiador do curto prazo, taxas de juros estruturais baixas favorecem o mercado em uma dinâmica nunca vista antes. No curto prazo, vemos que a crise afetou principalmente as distribuições de proventos, devido a uma menor atividade da economia, mas que, dada a precificação atual dos ativos, acreditamos ser uma boa oportunidade de comprar fundos de qualidade por um preço abaixo do valor patrimonial e gerar ganhos de capital no futuro. Por ser um mercado ainda de baixa liquidez e com um número relevante de novos CPFs como investidores, houve uma migração de recursos para o mercado acionário e uma força vendedora de volume não relevante que puxou o mercado para baixo. Vimos fundos negociados a 30% abaixo do valor patrimonial e pagando rendimentos históricos de 400% do CDI isento na cota a mercado, o que enxergamos como uma grande distorção. Fundamentos de longo prazo seguem positivos, juros estruturais seguem baixos e o imóvel não perde seu valor.
A carteira de fundos imobiliários MZR teve uma performance de +2,08% em novembro, contra -1,51% do IFIX no mesmo período. Destaques do mês ficaram para as boas performances dos fundos de shoppings com a perspectiva de uma vacina próxima – HSI Malls (+5,3%), XP Malls (+1,7%) e Vinci Shoppings (+4,7%). Boa performance também do fundo High Yield Habitat (+8,0%), considerando a consistência em rendimentos acima de R$ 1,00/cota. Do lado detrator, a performance de -1,9% do VBI Logística é justificada pelos baixos rendimentos pós captação via oferta público, um movimento natural até a efetiva alocação dos recursos.
Novembro foi marcado por um dos melhores meses da história das bolsas globais, com índices atingindo máximas históricas e recordes de alta em um mês. Nos Estados Unidos, destaque para o Dow Jones que apresentou alta de 11,8% no período, atingindo pela primeira vez a marca dos 30.000 pontos. Chamou atenção dos investidores o tempo que levou para o índice atingir tal marca, avançando os últimos 10.000 pontos em menos de 4 anos, enquanto levou quase 20 para avançar dos 10.000 aos 20.000 pontos. Os outros dois principais índices da Bolsa americana também atingiram suas máximas, com o S&P 500 apresentando alta de 10,8% no mês e o Nasdaq Composite, principal índice das empresas de tecnologia, avançando 11,8% no período.
Apesar das Bolsas dos Estados Unidos terem atingido as máximas históricas, os maiores avanços no mês de fato vieram das Bolsas europeias, região fortemente impactada pela segunda onda do COVID-19 e lockdowns mais rígidos durante os meses de outubro e novembro. As notícias da vacina tiveram um impacto mais positivo nas Bolsas da Europa quando comparado com os Estados Unidos, portanto, ainda não o suficiente para os índices chegarem nos níveis pré pandemia . O Stoxx 600, índice representando 600 empresas da Europa, registrou alta expressiva de 13,7%, maior avanço mensal desde 1986, início da série. Na França, o CAC-40 registrou maior alta (20,1%) desde fevereiro 1988, o DAX da Alemanha teve a maior alta (15%) desde abril de 2009 e em Londres, o FTSE teve maior avanço (12,3%) desde janeiro de 1989. Na Ásia, o resultado das Bolsas não foi diferente, com o Nikkei 225 (Japão) apresentando maior alta (15%) desde 1994 e o índice MSCI das ações asiáticas avançou 10%.
No lado das empresas, chegamos quase ao fim da temporada de divulgação dos resultados, mais de 90% das empresas do S&P 500 já divulgou balanços do terceiro trimestre de 2020, com 85% das empresas superando a expectativa dos analistas na métrica de lucro por ação. Das empresas que divulgaram, os setores que destacaram positivamente foram de tecnologia, saúde e bens de consumo, apresentando crescimento de receita ano contra ano de 7%, 14% e 1%, respectivamente. Por outro lado, os destaques negativos foram os setores petrolífero, materiais básicos e industrial, apresentando retração de receita ano contra ano de -34%, -8% e -5%, respectivamente. Apesar dos maiores retornos para os investidores esse ano vindo das ações que se beneficiaram da pandemia (tecnologia, serviços de nuvem, videogame, e-commerce, entre outros), as maiores altas do mês passado vieram das ações mais cíclicas, de valor, essas que sofreram mais com os efeitos do isolamento social. Em novembro, especialmente na Bolsa americana, o destaque ficou para empresas ligadas ao setor de exploração de petróleo e gás, registrando altas na casa dos 50%, enquanto o destaque “negativo” foram das grandes empresas de tecnologia (Facebook, Amazon, Apple, Microsoft, Google), apresentando altas próximo de 8% no mês.
Carteira Agressiva
Carteira Moderada
Carteira Conservadora
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Este conteúdo tem propósito exclusivamente informativo e se baseia em dados estatísticos, metodologias probabilísticas, fatos concretos do mercado financeiro e em resultados financeiros apurados e nas conclusões da MZR Consultoria considerando o perfil de clientes que se adequem aos ativos e estratégias que compõem as carteiras apresentadas acima. Em nenhum momento, o conteúdo desta mensagem representa recomendações de investimento financeiro de qualquer natureza.
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