Principais indicadores:
Locais: CDI +0,27%, Ibovespa +6,16%, Prefixados (IRF-M) +0,20%, Ativos IPCA (IMA-B) +1,05%, Imobiliários (IFIX) -1,56%, Dólar (Ptax) -4,05%, Multimercados (IHFA) +0,86% (27/05)
Internacionais: MSCI Global: +1,80%, S&P 500 +0,55%, Euro Stoxx +2,14%, MSCI China +2,56%, MSCI EM +3,74%, Ouro +7,66%, Petróleo +5,48% e Minério de ferro +14,73%
O mês de maio foi marcado por muita volatilidade, mas com boa recuperação dos ativos internacionais no decorrer do período. Já o Brasil ratificou a boa expectativa dos analistas com o processo de vacinação e voltamos a ter resultados bem favoráveis na bolsa local.
Dessa vez, o mercado apresentou mais cautela com o risco de um possível descontrole inflacionário nos EUA, o que levaria os agentes locais a subir os juros com mais velocidade e em maior intensidade. No entanto, os membros votantes do FOMC foram aos poucos trazendo uma visão de que esse risco inflacionário é transitório devido a reabertura das economias nos mercados desenvolvidos e que tudo está bem mapeado e sob controle das autoridades monetárias. Os mercados foram retomando os preços de abertura do mês e vimos os ativos de risco em mercados emergentes se valorizarem e reduzirem a diferença de retorno dos ativos de mercados desenvolvidos no ano.
Retomada global avança e o risco de inflação nos EUA
Seguem as atualizações dos temas globais considerados como os mais importantes na visão da MZR:
O cenário segue positivo e os riscos começam a ser reduzidos se comparados aos mapeados nos últimos meses. Seguimos acompanhando os dados de inflação e estudos que possam trazer alguma correlação com a situação atual das economias. De qualquer maneira, entendemos que o risco-retorno para as classes de equities e alternative investments segue bem favoráveis.
Brasil - O pior momento parece ter ficado para trás
O Brasil finalmente parece conseguir respirar em meio a crise da pandemia e as sucessivas crises políticas. O processo de vacinação começa a ganhar uma certa tração, com 66 milhões de vacinas já aplicadas no país (versus 40MM do final de abril). As projeções colocam o grupo de risco totalmente imunizado até 15 de junho e isso deve refletir em uma queda contínua dos casos graves, mortes e internações. Sendo assim, há uma expectativa que o número de casos suba, com as novas flexibilizações anunciadas, mas sem gerar uma terceira onda de fato, principalmente se comparada às anteriores.
A economia começa a dar sinais positivos, com a criação de vagas líquidas já na casa de 1 milhão e revisões do PIB para cima com os resultados melhores do que o esperado no primeiro trimestre. Já observamos também uma tendência de alta nos índices de confiança do consumidor e empresários. A alta do PIB aliviará a trajetória fiscal de curto prazo com o aumento de arrecadação, abrindo mais espaço no orçamento para uma continuidade do auxílio emergencial, estratégia que deve ser utilizada para aumentar a popularidade do governo.
Do lado negativo, a inflação segue surpreendendo para cima e devemos ter um IPCA acima do teto da meta em 2021. As commodities seguem pressionando os preços do varejo e do atacado, com a janela de 12 meses atingindo uma inflação acima de 7%. O mercado já trabalha com Selic em 6% até o final do ano, além da continuidade do ciclo de aperto monetário ao longo de 2022. Vale comentar também sobre o risco de racionamento e apagões para o ano que vem, tema que começa a aparecer na mídia e que deve incomodar o governo em meio a corrida eleitoral que já se iniciou e que se mostra cada vez mais polarizada.
Por fim, seguimos acompanhando a agenda de reformas, com um viés positivo para capitalização da Eletrobras, neutros com a reforma tributária e negativo para a reforma administrativa. Para junho, nosso foco está na votação no Senado para finalizarmos a MP da Eletrobras no congresso.
CARTEIRAS E POSICIONAMENTO
Nossas carteiras conseguiram mais uma vez entregar um ótimo retorno dos portfólios e como já havíamos antecipado boa parte desse cenário mais otimista, não faremos nenhuma mudança para o mês de junho. Seguimos otimistas com as classes de bolsa local, bolsas globais e o carrego dos ativos atrelados à inflação.
Após as perdas anotadas no primeiro trimestre, a curva de juros brasileira vem apresentando um trimestre de recuperação com o segundo mês consecutivo de alta para os indicadores e revertendo já boa parte das perdas acumuladas no ano.
Os principais indicadores de mercado anotaram o segundo mês de alta e reverteram já grande parte das perdas de 2021, com o IMA-B apresentando o melhor resultado no mês com uma valorização de 1,06% contra uma alta de 0,2% do IRF-M para o mesmo período. A curva de DI futuro se manteve praticamente estável para os vencimentos intermediários e longos, porém os vencimentos curtos tiveram uma abertura devido aos temores rodando uma inflação mais alta. Já com a manutenção na curva pré e um crescimento na inflação implícita ao longo de toda a curva, observamos um retorno positivo no mês para os títulos atrelados ao IPCA+ (NTN-B), ou seja, vimos uma queda dos juros reais e consequentemente do risco país. Conforme comentado na carta do mês abril, o Copom seguiu em linha com a expectativa do mercado de uma alta de 0,75% na Selic e indicou que deve seguir o ritmo de ajuste para a próxima reunião, que acontece agora em junho.
Apesar do segundo mês de melhora no mercado de juros, ainda vemos as taxas dos títulos públicos negociando acima das mínimas atingidas em agosto do ano passado. O andamento das reformas e os sinais mais positivos vindos da política, ajudaram a retirar um pouco do prêmio visto na curva de juro real. Já quando olhamos as taxas, podemos notar uma leve elevação dos papéis mais curtos e intermediários como da NTN-B 2024 à 2035 e um fechamento maior nos títulos mais de longo prazo das NTN-Bs de 2040 à 2055
Sendo assim, seguimos priorizando papéis com duration mais curta se comparado às alocações dos últimos anos. Na nossa visão, o melhor risco-retorno hoje está em papéis com duration entre 3 e 5 anos.
Os ativos de crédito privado entregaram em sua maioria mais um mês positivo, ampliando a diferença de retorno em relação aos títulos públicos. A classe segue com um carrego bem interessante para ativos considerados High grade, ou seja, com os melhores ratings de crédito para o mercado local. Podemos notar que o indicador de crédito privado (BRIDEXCDI) segue mostrando uma retomada, com uma alta de 0,56% (207% do CDI) no mês e acumulando um ganho de 2,95% (310% do CDI) no ano.
As nossas carteiras recomendadas seguem se beneficiando do carrego dos ativos atrelados ao IPCA, tanto pelo lado dos fechamentos dos spreads de crédito quanto pela valorização da inflação. Contudo, ainda continuamos otimistas com a classe frente a uma visão mais construtiva para os prêmios de médio e longo prazo. Os prêmios de risco ainda se encontram atrativos quando comparados aos outros mercados historicamente e o aumento do fluxo de recursos para a renda fixa com os juros mais altos deve favorecer ainda mais a queda nos spreads de crédito.
O mês de maio foi marcado pelo avanço das principais bolsas globais, com destaque para a bolsa brasileira, que fechou o mês com alta de mais de 6%. A retomada da economia global parece ganhar cada vez mais tração e o mercado ao menos por enquanto, coloca o ritmo de crescimento como driver mais importante do que o cenário inflacionário nas principais economias do mundo. Localmente, observamos ainda avanços nas reformas administrativa e tributária e dados de arrecadação melhores do que o esperado. O resultado é ao menos no curto prazo uma preocupação menor com relação às contas públicas brasileiras. Além disso, observamos a moeda brasileira apresentar valorização importante contra o dólar, chegando a patamares próximos aos R$5,00 e contribuindo para apostas de apreciação cambial de alguns gestores no book de moedas.
Ao longo de maio, o índice IHFA apresentou resultado de 1,06% no mês. Dentre nosso universo de cobertura e análise, fundos macroestruturais e macro dinâmicos foram os principais promotores. Por outro lado, fundos descorrelacionados e long&short foram os principais destaques na ponta oposta. Em média, em nosso radar de avaliação, os veículos macroestruturais apresentaram retornos de 1,20% no mês, com mediana em 0,66%. Já os macros dinâmicos obtiveram retorno mensal média de 0,92% com mediana em 1%. Vale dizer, que através de nosso modelo entendemos que fundos macroestruturais são aqueles que costumam carregar posições por período maior, enquanto fundos macro dinâmicos, também conhecidos como macro trading, tendem, como o próprio nome diz, a efetuar mais giros no portfólio e trabalhar com horizontes mais curtos.
No mais, fundos descorrelacionados, que englobam na nossa visão, estratégias quantitativas, sistemáticas e de arbitragem, obtiveram retorno médio de 0.71% ao longo do mês de maio e a mediana da classe apresentou resultado de 0,67%. Por fim, fundos long&short de nossa lista de estudos, fecharam o mês com retorno acumulado médio em 0,60% e mediana em 0,43%.
*Dados do IHFA até 28/05
O Ibovespa reportou mais um mês positivo em maio, subindo 6,2% em reais (+9,7% em dólares) e renovou no último dia útil do mês sua máxima histórica em 126.215,73 pontos. No ano, já acumula performance de +6,05%, concentrada na alta de 14,7% nos últimos 3 meses (+22,1% em dólares). A combinação de uma recuperação econômica mais rápida do que a prevista (aumento de projeções do PIB 2021 pelo relatório Focus de 3,1% para 4,0% a.a.) PIB e a situação fiscal melhor do que esperado (dados de arrecadação acima do projetado, com dívida/PIB esperada caindo de 90% para 85%) foram as principais alavancas de alta e otimismo do mês. Considerando ainda a elevação da Selic de 2,0% para 3,5%, com projeção para o final do ano em 5,5%, a moeda local enfim dá sinais de estabilidade e vem ganhando espaço frente ao dólar. Aceleração da vacinação e ambiente político menos conturbado, a partir do andamento de discussões importantes (tramitação da MP da privatização da Eletrobrás, leilões de infraestrutura, reforma administrativa e reforma tributária) também contribuíram para a renovação da máxima histórica do índice. Com a menor percepção de risco fiscal, político e de saúde, vimos pelo segundo mês consecutivo o estrangeiro ingressando na bolsa (+R$ 12,5 bi no mês), totalizando R$ 31,7 bi no ano. Seguimos otimistas e enxergando upside na bolsa para os próximos 12 meses, pelos seguintes motivos: (a) setores das economias globais reportando fortes dados de recuperação, (b) estímulos econômicos sendo efetivos na manutenção da economia, (c) vacinação em massa em estágio avançado, (d) economias brasileiras e globais mantendo o ritmo de recuperação, (e) existência de uma agenda de reformas a ser cumprida, (f) dividend yield médio das companhias do Ibovespa (4,5%) pela primeira vez na história acima da Selic, (g) juros estruturais baixos, o que tende um movimento de migração de renda fixa para renda variável e (h) empresas do Ibovespa reportando resultados sólidos no primeiro trimestre de 2021 e acima das expectativas, ainda no momento de pandemia. Os maiores gestores de ações do Brasil seguem otimistas no médio/longo prazo, enxergando um upside de aproximadamente 15% nos próximos 12 meses.
A carteira de ações MZR teve uma performance de +4,2% no mês de maio, contra +6,2% do Ibovespa. Grandes destaques foram Lojas Renner (+15,8%), BTG (+15,4%) e Via Varejo (+9,7%), enquanto que do lado negativo Suzano (-11,6%) e Rede D’Or (-2,3%) foram os grandes detratores. Lojas Renner conseguiu zerar as perdas do ano dado o cenário de aceleração na vacinação e otimismo na reabertura econômica, movimento que todo o varejo físico e shoppings surfaram bem no mês. Soma-se isso aos R$ 4,5 bilhões captados com sucesso, reforçando o colchão de liquidez da companhia e dando conforto para novas potenciais aquisições. BTG teve um mês extremamente positivo com o anúncio de aquisições relevantes, como alguns dos principais agentes autônomos de seu concorrente XP Investimentos e o grupo Universa, holding da casa de análise Empiricus e gestora Vitreo, reforçando a estratégia de varejo e conteúdo. Via Varejo, por sua vez, recuperou parte das perdas do ano, após apresentar resultados sólidos e com taxas de crescimento expressivas de sua plataforma online e de marketplace. Do lado negativo, Rede D’Or apresentou uma correção técnica, após anunciar uma nova captação relevante para seguir com a agenda de aquisições a um preço de emissão descontado. O grande detrator, porém, foi Suzano, impactado pela valorização do real no mês e queda pontual no preço da celulose. Importante ressaltar que nossa tese no papel segue inalterada e enxergamos a correção como oportunidade de compra, com upside aproximado de 50%.
O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) teve uma performance negativa de 1,56% em maio, encerrando o mês no patamar dos 2.816,46 mil pontos. Apresentou uma liquidez média diária ponderada de R$ 4,2 milhões e um dividend yield médio dos últimos 12 meses de 7,2%. A variação negativa foi impulsionada pelos fundos de recebíveis, que apresentaram correção devido (a) a grande diferença de preço em relação ao valor patrimonial (fechando parte do gap de alta dos últimos meses) e (b) número elevado de ofertas públicas, tendo como consequência uma força vendedora técnica de curto prazo para que a cota convirja ao valor de emissão. Apesar da baixa performance da cota no mês, fundos de papéis seguiram entregando bons rendimentos (8,7% a.a. na média vs. 7,2% do IFIX), pautados em sua defensividade no cenário atual de IPCA e IGPM ainda fortes. No curto prazo, vemos que a crise afetou principalmente as distribuições de proventos, devido a uma menor atividade da economia, mas que, dada a precificação atual dos ativos, acreditamos ser uma boa oportunidade de comprar fundos de qualidade por um preço abaixo do valor patrimonial e gerar ganhos de capital no futuro. Por ser um mercado ainda de baixa liquidez e com um número relevante de novos CPFs como investidores, houve uma migração de recursos para o mercado acionário e uma força vendedora de volume não relevante que puxou o mercado para baixo. Vimos fundos negociados a 30% abaixo do valor patrimonial e pagando rendimentos históricos de 400% do CDI isento na cota a mercado, o que enxergamos como uma grande distorção. Fundamentos de longo prazo seguem positivos, juros estruturais seguem baixos e o imóvel não perde seu valor.
A carteira de fundos imobiliários MZR teve uma performance de -0,57% no mês contra -1,56% do IFIX, sendo impactada principalmente pelos fundos de logística. VBI Logística foi o grande destaque negativo do mês (-5,24%), dada a demora na alocação dos recursos da última oferta realizada ao final de abril – fundo ainda mantinha cerca de 20% dos recursos em caixa, o que vem consequentemente impactando os rendimentos de curto prazo para baixo. Do lado positivo, o Habitat (HABT11) mesmo negociando mais de 20% acima do valor patrimonial reportou outro mês positivo (+5,12%), considerando a boa recorrência de dividendos altos mensais. Fundo vem conseguindo manter seu perfil high yield sem inadimplência, remunerando seu cotista no último rendimento a um valor de 1,44%, acima de seus pares no setor.
Saída do VBI Logístico (LVBI11) e entrada do Bresco Logística (BRCO11): Opção pela inclusão do Bresco na nossa carteira recomendada foi fundamentada na performance de fatores qualitativos e quantitativos conforme score preparado pelo nosso time de análise: inquilinos de qualidade, baixo risco de crédito, imóveis muito bem localizados e entendemos que o fundo encontra-se em um patamar atrativo de preço quando comparado a média do setor. Hoje vemos um potencial de upside e uma maior estabilidade na distribuição de dividendos em relação ao LVBI que apesar dos ótimos fundamentos, permanece com uma inadimplência elevada.
A variação dos principais índices acionários americanos em maio foi reflexo principalmente por conta dos temores de inflação. O tema vem ganhando bastante relevância e ditando o ritmo do mercado nas últimas semanas após a divulgação do principal índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos, o CPI, que veio bastante acima do consenso do mercado. Analistas se dividem em relação às consequências desse aumento nos preços, alguns defendendo que os dados são temporários, reflexo de uma base fraca e efeitos não recorrentes do mesmo período ano passado e outros defendendo de que o aumento de preços é estrutural e que o Banco Central americano terá que reduzir estímulos monetários mais cedo do que o previsto. Como consequência de um temor no aumento das taxas de juros no país, vimos o índice de tecnologia, a Nasdaq, apresentar seu primeiro recuo mensal no ano, de 1,53%. O S&P 500 apresentou leve alta de 0,55% e o Dow Jones, índice com maior peso nas empresas cíclicas e mais sensíveis ao crescimento econômico, valorizou 1,93%.
Os índices de ações da Europa, hoje com maior concentração em empresas cíclicas quando comparado aos índices norte-americanos, conseguiram aproveitar bem os fluxos para tais setores. Investidores têm buscado exposição em economias que estão atrasadas no processo de reabertura quando comparado com os Estados Unidos, muito por conta de um processo mais lento de vacinação, como temos visto em alguns países da Europa. O índice Euro Stoxx 50 valorizou 1,63% no mês e no ano a alta já é de 13,70%. O DAX (Alemanha) valorizou 1,88% no mês, o CAC-40 (França) apresentou alta de 2,83% em maio e o FTSE 100 (Inglaterra) terminou 0,76% no campo positivo. Na Ásia, onde empresas de tecnologia concentram boa parte dos índices, riscos regulatórios e temor de inflação seguraram os ânimos dos mercados. O Nikkei 225 (Japão) encerrou o mês 0,16% no positivo e o índice MSCI Asia Emerging Markets apresentou alta de 0,76%. No ano, ambos os índices asiáticos acumulam alta de 5,16%.
O começo do mês foi marcado pela tradicional reunião anual dos investidores da Berkshire Hathaway, protagonizada pela presença do CEO Warren Buffett e seu braço direito, Charlie Munger. Aos 90 e 97 anos, respectivamente, ambos passaram mais de 3 horas abordando diversos temas do mercado, assim como respondendo perguntas de investidores. Dentre os principais tópicos discutidos, destaque para o elogio às atuações do Banco Central americano e do Congresso durante a pandemia, alertas sobre inflação, crítica a cultura de apostas e comportamento de cassino no mundo dos investimentos (influenciado por plataformas com Robinhood) principalmente entre os investidores de varejo, otimismo com o mercado acionário americano no longo prazo e sua sucessão na empresa. Dentre as teses que melhor performaram no mês de abril, destaque para os bancos, que se beneficiam tanto de um cenário de crescimento econômico quanto o aumento do spread entre as taxas de juros longas e curta, uma vez que captam no curto prazo e emprestam no longo. Acionistas do JP Morgan, maior banco dos Estados Unidos, se beneficiaram do movimento e viram as ações valorizarem 6,8% em maio. Destaque também para uma tese mais resiliente, defensiva e menos sensível a oscilações no ciclo econômico como é o caso da maior empresa do setor de saúde do mundo: Johnson & Johnson, cujas ações apresentaram alta de 4% no mês. A Apple, por sua vez, foi processada pela Epic Games, acusada por abuso de poder contra os desenvolvedores em sua loja de aplicativos. O julgamento teve duração de 3 semanas e o veredito deve vir a público no segundo semestre do ano. Tivemos no mês a estreia de pagamentos por Whatsapp no Brasil, inicialmente entre pessoas físicas, intensificando a estratégia do Facebook na penetração de pagamentos digitais. Por fim, vimos a Amazon concluir sua segunda maior aquisição da história, depois de adquirir a Whole Foods em 2017 por USD 13,4 bilhões. A gigante de e-commerce anunciou aquisição da MGM Studios, um dos poucos estúdios independentes no mercado de produção de conteúdos, por USD 8,5 bilhões. Com a negociação, fusões e aquisições no setor de mídia atingiu USD 240 bilhões, 640% superior ao mesmo período do ano passado, demonstrando o aquecimento do setor e aumento da competição com outros gigantes do segmento: Netflix e Disney.
A grande parte das classes de crédito se beneficiaram em maio do movimento de flattening na curva de juros americana. O Barclays Global Aggregate, índice que avalia a performance de bonds com grau de investimento ao redor do mundo, avançou 0,94% e cede agora 2,35% no ano, devido ao estresse da curva no primeiro trimestre. Já os ativos com maior risco de crédito acabaram sendo penalizados pelo movimento da curva, com o US Corporate High Yield Index recuando 0,33% no mês. Dentre as demais classes de crédito offshore, o ETF que representa a dívida dos países emergentes, JPM Emerging Markets Bond (EMB) subiu 0,65%, o ETF de dívida de países asiáticos, JPM Asia Credit Bond, avançou 0,68%, enquanto o índice representativo do crédito imobiliário americano, o Dow Jones U.S. Real Estate Index, avançou 0,90%.
Após 3 meses de quedas e oscilações no mercado Chinês, o índice das ações locais (A-Shares), o CSI 300, subiu +5,35% no mês de Maio, atingindo o patamar em que estava no meio do mês de Março, período em que o índice já vinha passando por fortes correções. As principais causas dessa recuperação, foram: (i) dados da economia, como PMI, vindo em linha com as expectativas do mercado, sem mostrar superaquecimento da economia (o que poderia impactar na retirada de estímulos por parte do governo); (ii) governo Chinês intervindo no mercado de commodities para controlar sua forte alta e volatilidade, a partir do controle de alavancagem nos contratos futuros e promessa de investimento para aumento de oferta dessas matérias primas, assim beneficiando os produtores locais, que já vinham reportando sinais de inflação no seu segmento e, consequentemente, começaria a respingar nos preços ao consumidor; (iii) diminuição das tensões geopolíticas entre China e EUA; e (iv) vacinação em massa, com média de quase 20 milhões de habitantes sendo vacinados por dia.
Outra pauta frequente quando falamos sobre China é a dúvida se o país vive ou não à um passo à frente dos outros países em relação à crise do Covid-19. A China foi o primeiro país a enfrentar lockdowns devido ao surto do novo Coronavírus e, consequentemente, o primeiro também a passar pelo processo de reabertura, fazendo com que a bolsa chinesa, antes das demais, passasse por uma forte correção desde a reabertura com receios do mercado sobre o início da retirada dos estímulos por parte do governo. Por fim, a China já vem observando com maior frequência dados de crescimento mais modesto, sem sinais de sobreaquecimento. A questão que fica ao observar tais fatos é se a China serve de retrovisor para os demais países, já que as medidas tomadas para amenizar a crise foram parecidas ao redor do mundo. Nesse sentido, existe a possibilidade de ser apenas uma questão de tempo para que os outros países enfrentem o que a China vem enfrentando nos últimos meses.
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