RESUMO E PERFORMANCE DAS CARTEIRAS DE JUNHO

Cartas Mensais

RESUMO JUNHO

Principais indicadores:

Locais: CDI +0,31%, Ibovespa +0,46%, Prefixados (IRF-M) +0,21%, Ativos IPCA (IMA-B) +0,42%, Imobiliários (IFIX) -2,19%, Dólar (Ptax) -4,91%,  Multimercados (IHFA) +0,78% (29/06)

Internacionais: MSCI Global: +0,21%, S&P 500 +2,27%, Euro Stoxx +1,36%, MSCI China -1,95%, MSCI EM -1,52%, Ouro -7,02%, Petróleo +9,72% e Minério de ferro +4,29%

MACRO

O mês de junho foi marcado por uma nova alta para os preços dos ativos de risco, com destaque novamente para os países desenvolvidos. O FED vai aos poucos conseguindo implementar o seu discurso de mais paciência para aumentar os juros e isso reduz a volatilidade do mercado. A atualização da pandemia também seguiu sendo um bom destaque, com muitos países conseguindo implementar uma nova rodada de flexibilização. Por fim, o Brasil seguia o movimento positivo dos mercados, mas a CPI do Covid e a nova proposta da reforma tributária enviada pelo congresso trouxe maior volatilidade para o mercado local.

Seguem as atualizações dos temas globais considerados como os mais importantes na visão do nosso Family Office:

  • Pandemia : Ficamos otimistas em considerar que o tema segue avançando a passos largos no mundo. Os EUA estão em processo final da “volta ao normal” para todos os estados, sem a necessidade de utilizar máscaras e criando até mesmo planos de incentivos para as pessoas retornarem ao dia a dia pré-pandemia. Na Europa, vimos alguns países mais assustados com o aumento de casos via variante Delta (indiana, que atingiu com certa velocidade entre os mais jovens), porém sem ser capaz de alterar o aumento de casos de internações e mortes, apenas infectados. Índia e Brasil também seguem em forte evolução, com recordes de médias móveis de vacinados semanalmente.
    Especificamente para o Brasil, tivemos a entrada oficial de grandes volumes da vacina da Pfizer, com algumas doações feitas pela Jansen via os EUA. Importante considerar também que a vacina Butanvac, feita 100% no país, teve liberação para testes em humanos. A expectativa é de vacinação com caráter emergencial entre outubro e novembro, resolvendo de vez o problema de oferta de vacinas.
  • Economia Global: A economia global segue surpreendendo positivamente, com os resultados de PMI ainda em alta e novas revisões para cima do crescimento global. O mercado segue monitorando as comunicações do FED em relação à inflação, embora tanto no mundo quanto nos EUA, não tivemos surpresas nos números do CPI (índice de preço ao consumidor), apenas em alguns dados de PPI (índice de preços ao produto), com destaques para China e Japão.
    O payroll nos EUA veio levemente abaixo do esperado e levou o FED a seguir com a decisão de manutenção dos juros em junho. Importante considerar que tivemos pela primeira vez duas cadeiras votando com expectativa de subir juros já em 2022, ou seja, antes do prazo inicial de ajuste em 2023. O Banco Central da Inglaterra e o BC Europeu tiveram decisões heterogêneas, com o primeiro defendendo o fim dos estímulos no curto prazo e o segundo deixando a porta aberta para novos estímulos e considerando a inflação transitória. Caso o leitor tenha interesse em aprofundar mais sobre os riscos de inflação, recomendo a nossa carta do mês de maio, onde abordamos com mais profundidade o tema.
    Por fim, vimos as commodities em alta, tanto o minério de ferro quanto o petróleo. A China segue tentando controlar a alta de preços desenfreada do minério, do cobre e até mesmo do zinco, porém ainda sentindo dificuldades na eficácia da estratégia utilizada. O petróleo atingiu preços acima de USD 70 e, no curto prazo, teremos algumas discussões sobre aumento de oferta a partir de uma demanda global mais consistente.

O cenário global segue controlado, com o FED passando a mensagem de uma inflação apenas transitória pela frente e querendo realizar mudanças no plano inicial apenas caso o aumento de empregos nos EUA fique robusto. As posições em bolsas globais seguem capturando resultados positivos, com exceção a bolsas chinesas que encontram maiores desafios pela oferta de crédito reduzida e projeções menores de lucro para alguns setores.

Brasil - Cenário político local volta a assombrar o país

O país viveu momentos distintos entre o início e final do mês. Os dados de recuperação econômica seguem surpreendendo positivamente com melhora nas vendas do varejo, volume de serviços, venda de carros usados, PMIs em alta e, consequentemente, um aumento na arrecadação. Vimos o mercado aumentar as projeções do PIB para algo acima de 5%, reduzir a relação dívida bruta com o PIB para aproximadamente 85% e elevar as expectativas de inflação para números bem acima do teto da meta (este tema será tratado no resumo de juros).

Do lado negativo, no curto prazo vimos a CPI do Covid encontrar um suposto esquema de propina para a vacina Covaxin. A acusação respinga, principalmente, em Ricardo Barros, líder do PP que é considerado peça-chave do centrão. A CPI que estava para ser encerrada ganha forças e deve continuar assombrando o planalto nos próximos meses.
Já no médio prazo, os empresários se assustaram com a reforma tributária apresentada pela equipe econômica, tema que deve ser analisado com muita calma. No texto, tivemos a unificação dos impostos, aumento de alíquotas para faixas de renda maiores, tributação de dividendos para empresas e até mesmo fundos imobiliários. A visão do nosso time de estratégia é que, de fato, nunca vimos uma reforma tão completa e “patrocinada” pelo executivo. Por outro lado, membros do centrão já se posicionaram contra a proposta e apostamos em uma boa desidratação ou até mesmo uma não aprovação da reforma em virtude do calendário apertado com alguns temas sobre as eleições, reforma administrativa e, possivelmente, a privatização dos correios como prioridades.

A volatilidade impactou o preço dos ativos e gerou um movimento de correção na bolsa, trazendo um ganho marginal em relação aos ganhos de início do mês. O resultado positivo está sendo refletido no câmbio, que segue uma correlação maior com o CDS brasileiro, ou seja, sendo mais beneficiado pelo cenário fiscal.

CARTEIRAS E POSICIONAMENTO

Nos portfólios locais, não realizamos nenhuma alteração, seguimos confortáveis com o carrego dos papéis IPCA+, bolsas globais e moderadamente em bolsa Brasil. Na parte internacional, reduzimos um pouco mais o caixa para maior exposição em equities, ainda com boa expectativa para ativos de risco até o final do ano que vem.

RENDA FIXA : JUROS NOMINAIS E REAIS (PRÉ-FIXADO / INFLAÇÃO)

No segundo trimestre do ano houve um bom avanço dos indicadores, contribuindo para a recuperação da classe de renda fixa local como um todo, apesar do acumulado anual ainda ser negativo. Na última reunião do Copom houve a terceira elevação seguida de 0,75% na Selic, atingindo agora a marca de 4,25% ao ano. O Banco Central mantém discurso de intensificar o ciclo de aperto monetário, visando o nível neutro.

Os principais indicadores de mercado anotaram o terceiro mês de alta e reverteram grande parte das perdas de 2021, com o IMA-B subindo 0,42%, contra uma alta de 0,21% do IRF-M para o mesmo período. O movimento na curva de DI futuro foi de maior abertura nos vértices mais curtos, enquanto na parte longa da curva, houve um leve fechamento no mês. Já em relação à inflação implícita, houve redução principalmente na parte curta. Isso indica que os juros reais se elevaram. Por outro lado, o risco soberano não acompanhou o movimento, com o CDS Brasil de 5 anos registrando queda de 6,3%, abrindo um gap relevante entre o juro real e o risco-país. Tivemos mais um mês positivo para os títulos atrelados ao IPCA+ (NTN-B), em virtude da pressão inflacionária, com o IPCA ultrapassando 8% em 12 meses.

Contrariando o que foi visto nos últimos dois meses, as taxas dos títulos públicos voltaram a subir, ainda mais distantes das mínimas atingidas em agosto do ano passado. A maior instabilidade política trazida pelos desdobramentos da CPI da Covid e a aceleração do IPCA puxado pela crise hídrica, acrescentaram prêmios na curva de juro real.

Sendo assim, seguimos priorizando papéis com duration mais curta se comparado às alocações dos últimos anos. Na nossa visão, o melhor risco-retorno hoje está em papéis com duration entre 3 e 5 anos.

CRÉDITO CORPORATIVO

Ao fim do primeiro semestre de 2021 a avaliação que se faz a respeito dos instrumentos de crédito corporativo é bastante satisfatória. Os papéis atrelados ao IPCA colaboraram significativamente para a defesa do portfólio diante da maior pressão inflacionária e ainda possibilitam aproveitar o carrego dos ativos com o fechamento gradual dos spreads de crédito, à medida que a economia começava a dar sinais mais contundentes de recuperação. O IDA – IPCA apresentou rentabilidade mensal de 0,65% e no ano acumula alta de 2,73% frente a -0,72% do IMA-B no mesmo período. O prêmio em emissões primárias, já não é tão relevante como no início do ano. Ainda assim, temos sido criteriosos na escolha de papéis e ainda vemos algumas boas oportunidades em relação ao mercado secundário.

Os ativos indexados ao CDI também se beneficiaram do início do ciclo de alta de juros, com o índice da JGP (BRIDEXCDI) em alta de 0,62% (201% do CDI) no mês e acumulando um ganho de 3,57% (280% do CDI) no ano. Apesar do fechamento nos spreads, a perspectiva para a classe segue otimista, principalmente para as durations mais longas, cujo prêmio segue acima da média histórica.

RETORNO ABSOLUTO

O mês de junho foi marcado por novos avanços das principais bolsas globais. Nos Estados Unidos o FED trouxe alívio às curvas americanas de longo prazo  beneficiando diretamente as empresas growth vs. value. Além disso, observamos revisões para cima tanto para inflação como para o PIB em diversas economias, como no México, Chile e Brasil. Localmente, a economia segue trazendo sinais positivos, com dados econômicos acima das expectativas. No entanto, a crise hídrica segue trazendo preocupação. Ainda assim, o índice Ibovespa teve mais um mês positivo e atingiu sua máxima histórica em junho.

O índice IHFA apresentou alta de 0,69% ao longo do mês e acumula alta de 3,32% ao longo dos 6 primeiros meses de 2021. Em nosso radar de fundos cobertos, a subclasse que apresentou maior destaque dentro da categoria retorno absoluto foi a de long&short neutro. O retorno médio de fundos com essas características em junho foi de 1,39%, com mediana em 0,77%. Em média, os gestores conseguiram aproveitar bem a escolha dos valores relativos vs. o índice brasileiro que apresentou alta leve. No mais, veículos long&short direcional/total return também demonstraram desempenho interessante, com alta média de 0,80% e mediana em 1,16%.

Fundos macro dinâmicos e macroestruturais também foram capazes de absorver o bom resultado dos principais ativos de risco globais e apresentaram alta média de 0,75% e 0,69%, respectivamente. Os retornos medianos dessas subcategorias foram de 0,66% para os macros dinâmicos e 0,48% para os macroestruturais.

Por fim, o único destaque negativo foi para portfólios descorrelacionados. Para esses ativos, incluímos em nossa cobertura, fundos com características quantitativas, sistemáticos e de arbitragem. O resultado do mês médio para tais estratégias foi de -0,40% com mediana em -0,03%.

*Dados do IHFA até 30/06

RENDA VARIÁVEL LOCAL

Após um rally de alta de 3 meses seguidos e um forte começo em junho, o Ibovespa encerrou o mês com alta de 0,5% em 126.801,7 pontos.  Em dólares, a performance foi de +5,6%, acumulando alta de 29% nos últimos 4 meses – melhor desempenho entre economias emergentes. Embora o ruído político tenha aumentado recentemente com as alegações de corrupção envolvendo aquisição de vacinas, as perspectivas econômicas gerais melhoraram significativamente no último mês. Dados de atividade econômica surpreenderam o mercado e fizeram economistas revisarem projeções de PIB para o final do ano para cima (de 3,5% no início do ano para 5,3%), assim como casas de análise para o Ibovespa em aproximadamente +10%. Não só o risco fiscal caiu consideravelmente, como o ritmo de vacinação aumentou, com perspectiva de vacinação de toda a população adulta ainda no terceiro trimestre. Vimos também um bom andamento nas reformas propostas pelo governo, com a aprovação no Congresso e Senado da MP que viabiliza a privatização da Eletrobras e bom trâmite da reforma tributária. Dado o cenário local mais favorável e menor risco país, o investidor estrangeiro manteve aportes pelo terceiro mês seguido com entradas em +R$ 16 bi em junho ou +R$ 35 bi no trimestre. Seguimos otimistas e enxergando upside na bolsa para os próximos 12 meses, pelos seguintes motivos: (a) setores das economias globais reportando fortes dados de recuperação, (b) estímulos econômicos sendo efetivos na manutenção da economia, (c) vacinação em massa em estágio avançado atrelado a reabertura econômica, (d) economias brasileiras e globais mantendo o ritmo de recuperação, (e) existência de uma agenda de reformas a ser cumprida, (f) dividend yield médio das companhias do Ibovespa em linha com a Selic, (g) juros estruturais baixos, o que tende um movimento de migração de renda fixa para renda variável e (h) empresas do Ibovespa reportando resultados sólidos no primeiro trimestre de 2021 e acima das expectativas, ainda no momento de pandemia. Os maiores gestores de ações do Brasil seguem otimistas no médio/longo prazo, enxergando um upside de aproximadamente 15% nos próximos 12 meses.

A carteira de ações MZR teve uma performance de +2,1% no mês de Junho, contra +0,5% do Ibovespa. Grandes destaques foram Via (+21,6%), Movida (+9,9%) e Magazine Luiza (+4,9%), enquanto que do lado negativo Lojas Renner (-5,3%) e JBS (-3,8%) foram os grandes detratores. Se no período entre Novembro/20 e Abril/21 vimos uma alocação em teses de commodities para surfar a retomada da atividade global e uma proteção contra o Brasil quanto ao Dólar, dado que vivíamos uma segunda onda ascendente e um risco fiscal estrutural, esse cenário mudou na segunda metade de maio. Com a aceleração da vacinação, redução das medidas restritivas e dados econômicos acima das projeções, os investidores vêm priorizando a alocação em teses domésticas. Na carteira MZR isso foi visto pelos nomes de Varejo (Via e Magazine Luiza) e mobilidade local (Movida). Lojas Renner foi uma exceção, dado que os investidores ainda aguardam com cautela a utilização dos recursos dos R$ 4 bilhões captados no último mês. JBS e Suzano foram penalizadas com o “rotation” citado acima, além de uma valorização do real frente ao dólar. Importante ressaltar, porém, que mesmo no cenário atual de priorização de teses locais, enxergamos ainda um ciclo saudável estrutural de níveis altos de preços de commodities, o que deve sustentar a forte geração de caixa das empresas do setor nos próximos meses.

FIIS

O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) teve uma performance negativa de -2,19% em junho, após queda de -1,56% em maio, impulsionado negativamente pelos fundos de recebíveis. Boa parte da queda foi concentrada no dia 25/06, quando foi encaminhada para aprovação pelo Ministério da Economia a proposta da reforma tributária. Entre suas diversas medidas, inclui o fim da isenção tributária sobre a distribuição de lucros e dividendos, instituindo uma alíquota de 15% para ganhos de capital e rendimentos distribuídos aos cotistas de fundos imobiliários. Os termos apresentados na proposta surpreenderam os investidores da classe, ainda muito concentrada em pessoas físicas que ingressaram ao mercado no último ano em sua grande maioria. Importante ressaltar que essa foi uma proposta inicial do governo, sujeita a discussão no Congresso e Senado e passível de mudança. Visão dos principais gestores e casas de análise é que uma tributação exclusiva aos FIIs, não considerando os títulos de renda fixa do mercado imobiliário LCI e CRI, tal qual foi apresentado, não faz sentido e desestimula o setor que é um dos que mais empregam no Brasil. Cenário base atual é que o governo não tem força o suficiente para aprovação hoje. Ainda assim, vemos os dividend yields dos FIIs negociando com spreads saudáveis (3.6p.p.) sobre o Tesouro IPCA 2030 (NTN-B 2030) e podendo amenizar a pressão nas cotas devido à nova possível tributação.

A carteira de fundos imobiliários MZR teve uma performance de -1,80% no mês contra -2,19% do IFIX, sendo impactada principalmente pelos fundos de fundos e de logística. Quanto aos fundos de fundos, vimos o RBR Alpha e Hedge FoF entregando retornos de -6,73% e -4,32% no mês, respectivamente, como reflexo de um receio dos investidores em uma maior dificuldade por parte dos gestores da geração retorno por ganho de capital em um cenário de aprovação da reforma tributária. Do lado de logística, o movimento brusco é justificado por ser a classe que negociava com maior ágio sobre o valor patrimonial, tendo consequentemente uma maior correção. Importante ressaltar que seguimos otimistas no mercado imobiliário, na boa gestão dos fundos selecionados e portfólio de qualidade para gerar retornos concisos a longo prazo.

RENDA VARIÁVEL GLOBAL

Em meio ao otimismo em relação a recuperação econômica e pacotes de estímulos sem precedentes, os principais índices acionários globais encerraram o primeiro semestre em forte alta. O S&P 500 apresentou seu segundo melhor primeiro semestre desde 1998, avançando 14,41% (2,22% em junho). O mês de junho foi marcado por um relaxamento dos temores de inflação, ancorados por falas dos dirigentes do FED de que os altos índices de preços mensais são decorrentes de fatores temporários, devendo normalizar nos próximos meses. Com isso vimos a bolsa de tecnologia, Nasdaq, apresentar alta mensal de 5,49%, acumulando alta de 12,54% no semestre. Já o índice composto por ações mais cíclicas, Dow Jones, apresentou leve queda de 0,08%, encerrando o semestre em alta de 12,73%.

Reflexo de um avanço da vacinação, relaxamento das medidas restritivas e recuperação econômica, as Bolsas da Europa também apresentaram forte alta no primeiro semestre. O índice composto por uma cesta de 50 empresas da região, Stoxx 50, valorizou 14,40% até o momento no ano após uma leve alta de 0,61% em junho. Em Londres, o FTSE 100 valorizou 0,21% no mês (8,93% no ano), o DAX em Frankfurt valorizou 0,71% no mês (13,21% no ano) e em Paris, o CAC 40 valorizou 0,94%, apresentando alta de 17,23% no semestre. Na Ásia os índices, após iniciarem o ano com forte valorização, vimos um descolamento dos principais índices americanos e europeus, reflexo de riscos regulatórios e temores de inflação, impactando negativamente principalmente empresas de alto crescimento. O índice que reúne empresas japonesas, o Nikkei 225, apresentou leve queda mensal de 0,24% e encerrou o semestre com uma valorização de 4,91%. Já o MSCI Asia EM, composto por empresas de países emergentes da região, apresentou alta de 0,55% em junho, contribuindo para uma alta de 5,74% no ano até o momento.

A Carteira de Ações Globais da MZR valorizou 2,93% em junho, contra uma valorização de 2,22% do S&P 500 e 0,77% do ETF MSCI Global. Em junho, a Nike divulgou seus resultados referentes ao quarto trimestre de seu ano fiscal, que foram bem vistos pelos analistas e contribuíram para uma forte valorização dos papéis, seguido da publicação dos números. A empresa apresentou faturamento trimestral de USD 12,34 Bi (contra USD 11 Bi esperado), 96% superior ao mesmo período do ano anterior. Contribuiu para o resultado a receita recorde e acima das expectativas na América do Norte (principal mercado da Nike), suportando a tese de que consumidores estão buscando roupas confortáveis em meio a adaptação do Home Office e vivendo um estilo de vida mais saudável. Vendas digitais cresceram 41% no trimestre e vendas na China avançaram 17%, afetadas pelo período de boicote dos consumidores chineses por alegações de trabalho forçado em Xinjiang. Destaque também para a suspensão por parte da Corte Federal dos Estados Unidos em relação ao processo contra o Facebook em relação às leis antitruste, alegando que os argumentos da FTC (Federal Trade Comission) não eram claros. A suspensão foi vista como muito positiva para empresas de tecnologia, cujas ações se beneficiaram do caso. As ações do Facebook valorizam 5,8% no mês (se juntou a Apple, Microsoft, Google, Amazon e Saudi Aramco ao atingir valor de mercado acima de USD 1 Tri), os papéis da Amazon avançaram 6,7%, da Microsoft 8,5% e do Google 3,6%. Tanto a suspensão do processo quanto a maior confiança dos investidores de que o Banco Central Americano será capaz de controlar a inflação contribuíram para a alta das empresas de tecnologia. Destaque do mês também a divulgação pelo FED dos resultados de estresse bancários. O relatório concluiu que todas as instituições financeiras monitoradas seriam capazes de passar por uma recessão hipotética, devido ao nível de capital saudável. Com isso os bancos foram autorizados a voltarem a aumentar seus dividendos e recompra de ações, atitudes suspensas durante a pandemia. 

Optamos por uma alteração pontual na Carteira de Ações Globais a partir do mês de julho, aproveitando a forte valorização das ações da Nike após a divulgação dos resultados (13,2% no mês). Acreditamos ser uma boa oportunidade para se posicionar na Visa, empresa líder no segmento de pagamentos digitais. Junto com Mastercard, a empresa é o elo essencial que une bilhões de detentores de cartões, milhões de lojistas e milhares de instituições financeiras, desenvolvendo ao longo dos últimos anos um efeito de rede dificilmente penetrável para novos entrantes. O crescimento da empresa se baseia em dois principais pilares, aumento do consumo global e ganho de participação de mercado por pagamentos digitais em deterioração de pagamento via dinheiro físico. A empresa deve se beneficiar do aumento do consumo global, principalmente nos Estados Unidos, além de ser um modelo de negócios gerador de caixa, altas margens, baixo CAPEX e hedge natural de inflação.

CRÉDITO OFFSHORE

Em junho, a curva de juros americana voltou a perder inclinação, com o rendimento da T-Note de 10 anos reduzindo de 1,58% para 1,45%. Isso ocorreu mesmo com dados de inflação vindo novamente acima do esperado, com o CPI atingindo a marca de 5% em 12 meses. Na política monetária, o mercado chegou a balançar com a reunião do FOMC, na qual alguns membros passaram a antecipar a expectativa de tapering. A média das expectativas passou a ser de 2 elevações de juros até o fim de 2023. Porém, o tom mais dovish do presidente do Fed, Jerome Powell, trouxe maior tranquilidade aos investidores.

Diante desse cenário, o índice representativo dos ativos com grau de investimento, o Barclays Global Aggregate, recuou 0,33% e cedeu 3,21% no primeiro semestre, devido à pressão de abertura nos juros de longo prazo vista principalmente no primeiro trimestre. Os ativos com maior risco de crédito voltaram a performar positivamente mesmo com o movimento de flattening, se aproveitando das injeções de liquidez que reduzem o risco de crédito e contribuem para o fechamento dos spreads. O US Corporate High Yield Index avançou 1,02% no mês. Dentre as demais classes de crédito, o ETF que representa a dívida dos países emergentes, JPM Emerging Markets Bond (EMB) subiu 0,54%, o ETF de dívida de países asiáticos, JPM Asia Credit Bond, avançou 0,69%, enquanto o índice representativo do crédito imobiliário americano, o Dow Jones U.S. Real Estate Index, avançou 1,82%, encerrando a primeira metade do ano em alta expressiva de 18,55%.

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