RESUMO E PERFORMANCE DAS CARTEIRAS DE JULHO

Cartas Mensais


RESUMO JULHO

*Principais indicadores: CDI +0,19%, Ibovespa +8,27%, Prefixados (IRF-M) +1,08%, Ativos IPCA (IMA-B) +4,39%, Imobiliários (IFIX) -2,61%, Dólar (Ptax) -4,37% e Multimercados (IHFA) +2,68%*

MACRO

O mês de julho foi mais um mês de fortes resultados para a maioria dos ativos de risco, à medida que as pessoas assumam que o pior já passou e foquem nos dados de recuperação daqui pra frente.

No cenário internacional, a impressão de um formato de volta econômica em “V” anima os mercados devido as flexibilizações que seguem ocorrendo ao redor do mundo pós período de quarentena e com poucas economias voltando atrás das decisões tomadas. Ou seja, sem grandes “sustos” nos novos números de casos/mortes. As vacinas também geram uma boa esperança com a evolução das fases de testes e as promessas de algum tipo de versão final em meados de outubro deste ano (pelo menos para os países desenvolvidos). Outro ponto importante para tal otimismo são as políticas de afrouxamento monetário e fiscal, que ganharam mais um capitulo com o novo possível pacote de estímulos nos EUA (deve ser na casa de USD 1tri) e as frases de apoio do presidente do FED.

A bolsa americana segue como foco de alocação do mercado, onde o próprio S&P500 subiu 5,6% no ano, migrando das perdas para resultados positivos em 2020. A Europa ainda segue mais distante, com queda de aproximadamente 15% no ano dependendo do índice analisado.

O grande ponto de proteção está no Ouro (já sobe mais de 25% no ano), em meio aos desafios fiscais no mundo todo e as chances de desvalorização do próprio dólar em determinado momento.

No Brasil, puxados pelo cenário internacional mencionado acima, os indicadores de mercado mostram esse bom momento. Vale lembrar que o cenário local mostrou boas notícias também com uma calmaria maior nas brigas políticas, refletindo a melhora da relação entre o executivo e o legislativo. O fato de já conseguirmos enxergar alguma melhora nos indicadores de confiança e econômicos em alguns setores reforça essa tese. Além disso, a inflação segue muito fraca, aumentando as expectativas de juros baixos por mais tempo.

A bolsa brasileira teve alta de 8,3%, ultrapassando os 100mil pontos e reduzindo as projeções pessimistas do mercado para essa classe de ativo. A curva de juros cedeu aproximadamente 50bps na parte longa, mesmo com todo o desafio fiscal que esse governo terá que assumir em 2021 e, por fim, tivemos queda de 4,4% do dólar. Sobre o dólar, a volatilidade segue bem acima dos pares emergentes e no ano a desvalorização ainda segue muito alta (ainda com queda de aprox. 30%).

Seguimos com discussões intensas quanto aos riscos deste cenário e separamos alguns para serem citados aqui diretamente: I – Evolução dos números de infectados/mortos por Covid, principalmente nos países asiáticos, EUA e Brasil; II – Monitorar as eleições americanas à medida que começamos a nos aproximar da data e observamos uma boa vantagem do democrata Joe Biden em relação ao Trump; III – Tensões entre China e EUA que centralizaram mais o tema nas discussões sobre Hong Kong; IV – Novos riscos envolvendo a “quebra do Centrão”, com alguns partidos desembarcando do apoio ao Maia; V - Direcionamentos que apontem o Brasil para um compromisso fiscal menor que o necessário.

Nas carteiras, não realizaremos mudanças neste mês. As oportunidades principais seguem em ativos de risco com bom desconto, como as dívidas de empresas High Grade no mercado de renda fixa, setores bem descontados ainda no mercado de renda variável e imobiliários, além das oportunidades em alocações de fundos descorrelacionados para montarmos um portfólio mais balanceado nos próximos meses.

PÓS-FIXADO

A curva de juros futuros testou novas mínimas no mês de Julho, sendo o discurso do FED focado em manter juros nos EUA entre 0 – 0,25 por tempo indeterminado o principal motivo desse movimento. Isso gerou uma correção no mercados via queda dos prêmios de risco até mesmo nos países emergentes como o Brasil, uma vez que juros mais baixos nos Estados Unidos abre caminho para a manutenção da Selic menor por mais tempo também. Sendo assim, tivemos um fechamento mais forte na ponta longa da curva, à medida que os vencimentos mais curtos aguardam a decisão do Banco Central de cortar mais uma vez a taxa base de juros.

O mercado espera que o Copom siga com mais um corte de 0,25bps., levando assim a taxa Selic para 2% ao ano e com uma expectativa de elevação de juros cada vez mais lenta e gradual. Continuamos com uma estratégia em ativos isentos de curto prazo e que tenham boa liquidez no mercado, de forma a possibilitar os investidores a utilizarem os recursos em casos de oportunidades pontuais em outras classes de investimentos.

INFLAÇÃO

A alta de 0,30% na divulgação do IPCA de julho (IPCA-15) mostrou algumas surpresas, sendo a principal o recuo em alimentos, depois de um alta expressiva no mês anterior. Já no campo positivo, as maiores altas ficaram por conta dos grupos de energia elétrica e combustíveis. Apesar da já esperada aceleração do indicador, a alta do índice veio abaixo dos 0,51% projetado pela maioria dos analistas de mercado. Em 12 meses, a inflação acumula alta de 2,13% até o IPCA-15 de julho, valor abaixo da meta de 4% perseguida pelo Banco Central.

Mesmo com o retorno da inflação para o campo positivo, os resultados abaixo das estimativas mostram uma recuperação ainda mais lenta do que a esperada pelo mercado. Com isso, vemos uma queda forte nos ativos do tesouro indexados ao IPCA e que não foi acompanhada pelos papeis de crédito privado, o que gera aos investidores boas oportunidades de entrada em ativos de IPCA+ de empresas de crédito saudáveis e emitidos recentemente.

RETORNO ABSOLUTO

O índice IHFA teve um retorno expressivo de +2,90% em julho, revertendo as perdas do ano para +1,92%. Os gestores aproveitaram bem o desempenho da bolsa brasileira e americana mais uma vez, embora já alertem para uma possível correção após as altas recentes. Além dessa posição, muitos voltaram a se posicionar de maneira aplicada nos juros intermediários e longos, ou seja, apostando na queda das taxas durante o mês de julho. Taticamente vimos estratégias em real/moedas emergentes/G10 contra o dólar, porém sempre de maneira pontual e menos estrutural. Em classes descorrelacionadas, muitos fundos Long Short conseguiram gerar valor posicionados entre setores.


RENDA VARIÁVEL

Após o quarto mês consecutivo de alta, o Ibovespa subiu 8,3% e agora está 62% acima da mínima registrada em 23 de março. Com as taxas de longo prazo continuando em uma tendência de baixa (3,4% no final de julho vs. 4,1% no final de junho), à medida que o balanço de riscos melhora e as projeções de atividade econômica aumentam, os fundamentos justificam um valuation com mais prêmio no Ibovespa. Vimos não só uma transição de um cenário político de possível impeachment em abril para um governo com base estável no congresso e índices crescentes de popularidade, como também reformas estruturais (Tributária, Administrativa e outras micros como Marco Regulatório do Saneamento) sendo debatidas e endereçadas no congresso. No cenário externo, também tivemos movimentos positivos, à medida que os estímulos monetários seguem em pauta e as principais economias vão reabrindo. Seguimos otimistas e enxergando upside na bolsa no segundo semestre, pelos seguintes motivos: (a) efeitos da pandemia começam a se dissipar globalmente, (b) estímulos econômicos seguirão aumentando, (c) economia brasileira e global continuarão o ritmo de recuperação, (d) agenda política mostrando sinais de melhora, (e) dividend yield médio das companhias do Ibovespa (4,5%) pela primeira vez na história acima da Selic e (f) juros estruturais baixos, o que tende um movimento de migração de renda fixa para renda variável. Os maiores gestores de ações do Brasil seguem otimistas no médio/longo prazo, tendo inclusive reaberto seus fundos para novas aplicações. Para o final do ano, as casas de análise enxergam um upside de aproximadamente 15%.

A carteira de Ações MZR superou o Ibovespa e teve uma performance positiva de 11,1% no mês (x 8,3% Ibov). Mais uma vez, tivemos uma boa performance das ações ligadas ao e-commerce (Via Varejo +27,5% e Magazine Luiza +12,8%), seguindo inclusive o movimento global de a migração para setores funcionais e com boas perspectivas de forte crescimento. Destaque também para Movida, que reportou ao mercado ótima gestão de liquidez e gerenciamento operacional para evitar qualquer risco de crédito. Para agosto, aproveitamos para adicionar Lojas Renner na carteira com uma participação de 10%, reduzindo em 5% Vale e CPFL Energia. Entendemos que Renner seja o principal nome do varejo nacional em termos de gestão e histórico de execução, sendo importante a exposição em um nome premium no cenário atual de recuperação da atividade econômica, desconto do papel e possibilidade de aumento de Market Share no mundo offline e online. Enxergamos um upside de pouco mais de 20% em relação ao preço de negociação atual.

FIIS

O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) apresentou uma queda de -2,6% em julho, respaldada pela possibilidade do governo começar a tributar os rendimentos na proposta da reforma tributária – atualmente, não há tributação nem no veículo (FII) e nem nos rendimentos para pessoa física (provento), o que pode abrir margem para uma eventual tributação com impactos no valor das cotas. Nossa visão é que a possibilidade é real, mas ainda não há nenhum desenho de como isso pode acontecer e se isso vai acontecer. Por ora, permanecemos atentos ao debate sobre as eventuais mudanças. O número de investidores em fundos imobiliários atingiu o patamar de 896 mil CPFs (+5,6% contra o mês passado), indicando o crescente interesse na classe de ativos. Continuamos otimistas com o mercado imobiliário; apesar de um cenário macro desafiador do curto prazo, taxas de juros estruturais baixas favorecem o mercado em uma dinâmica nunca vista antes. No curto prazo, vemos que a crise afetou principalmente as distribuições de proventos, devido a uma menor atividade da economia, mas que, dada a precificação atual dos ativos, acreditamos ser uma boa oportunidade de comprar fundos de qualidade por um preço abaixo do valor patrimonial e gerar ganhos de capital no futuro. Por ser um mercado ainda de baixa liquidez e com um número relevante de novos CPFs como investidores, houve uma migração de recursos para o mercado acionário e uma força vendedora de volume não relevante que puxou o mercado para baixo. Vimos fundos negociados a 30% abaixo do valor patrimonial e pagando rendimentos históricos de 400% do CDI isento na cota a mercado, o que enxergamos como uma grande distorção. fundamentos de longo prazo seguem positivos, juros estruturais seguem baixos e o imóvel não perde seu valor.

A carteira de fundos imobiliários MZR teve uma performance positiva de 0,4% em maio, contra -2,6% do IFIX no mesmo período. As melhores performances ficaram para o LVBI11 (+9,3%), com o ótimo nível de inadimplência e vacância zerada, além de HFOF11 e RBRFF11, fundos de fundos que vêm captando recursos e aproveitando as distorções atuais do mercado para fazer boas alocações.

PERFORMANCE DAS CARTEIRAS JULHO

Carteira Agressiva

Carteira Moderada

Carteira Conservadora

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Este conteúdo tem propósito exclusivamente informativo e se baseia em dados estatísticos, metodologias probabilísticas, fatos concretos do mercado financeiro e em resultados financeiros apurados e nas conclusões da MZR Consultoria considerando o perfil de clientes que se adequem aos ativos e estratégias que compõem as carteiras apresentadas acima. Em nenhum momento, o conteúdo desta mensagem representa recomendações de investimento financeiro de qualquer natureza.
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