Principais indicadores:
Locais: CDI +0,20%, Ibovespa +1,94%, Prefixados (IRF-M) +0,84%, Ativos IPCA (IMA-B) +0,65%, Imobiliários (IFIX) +0,51%, Dólar (Ptax) -5,16%, Multimercados (IHFA) +1,44% (28/04)
Internacionais: MSCI Global: +4,25%, S&P 500 +5,37%, Euro Stoxx +1,42%, MSCI China +0,34%, MSCI EM +1,20%, Ouro +3,04%, Petróleo +7,30% e Minério de ferro +7,44%
O mês de abril foi marcado novamente por uma busca por ativos de risco, focado em economias desenvolvidas, o índice de bolsas globais teve performance superior a 4%, puxado pelo bom desempenho novamente da bolsa americana (S&P teve performance de 5,37%). O movimento de juros baixos com a retomada econômica são as bases das construções de cenários positivos feitas pelo mercado ao redor do mundo. O processo de vacinação em diversos países segue se mostrando eficaz e a sensação de que não voltaremos às curvas anteriores de contágio pelo Covid-19 anima os investidores.
Países desenvolvidos se preparam para reabertura gradual ou total da economia, EUA apontam para um crescimento acima das expectativas e o risco de inflação no mundo se torna o grande ponto de atenção
Seguem as atualizações dos temas globais considerados como os mais importantes na visão da MZR:
Para o mês, esperamos um mercado ainda em crescimento, porém com mais moderação e dependendo das comunicações do FED e BCE sobre os riscos de inflação no curto prazo. O maior risco sanitário está na Índia, mas enquanto se encontrar como um caso isolado, não deve gerar tanto impacto em preços.
Brasil – Alívio gerado na evolução do programa da vacinação e a esperança de retomarmos a agenda econômica
O Brasil finalmente conseguiu emplacar o programa da vacinação, graças ao bom trabalho feito pelos institutos Butantan e Fiocruz. Chegamos a 47 milhões de pessoas vacinadas e os estados do Sudeste começam a se destacar na gestão. Os estados começam a anunciar medidas de flexibilização e podemos assumir que o pior tenha ficado para trás, principalmente assumindo que quase toda a população idosa está vacinada.
Do lado da economia, legislativo e executivo conseguiram resolver o impasse do teto de gastos e o mercado considerou positivo dado os riscos de uma pauta muito “fura-teto”. O mais importante é que agora podemos voltar a focar na agenda de reformas e as conversas já se iniciaram para ver o melhor clima de aprovação entre uma reforma administrativa ou tributária fatiada. Vale a pena ressaltar o lado positivo dos 48 bilhões de reais que entrarão em investimentos privados dedicados à infraestrutura, com destaque para o leilão da Cedae no RJ.
Para este mês, esperamos uma decisão do Copom em linha com a comunicação dos diretores, trazendo uma nova alta de 0,75% para a Selic. Além disso, vale monitorar a continuidade do processo de vacinação e as discussões sobre a agenda econômica no congresso.
CARTEIRAS E POSICIONAMENTO
Em linha com maior diversificação internacional que temos adotado nas carteiras, optamos por continuar mitigando os riscos locais e ampliar ainda mais a exposição das carteiras moderadas e agressivas em bolsas internacionais.
Sendo assim, aumentaremos em 2,5% a participação de bolsas internacionais, reduzindo as bolsas locais. Tanto para a carteira moderada, quanto para a agressiva.
Vale lembrar que conseguimos implementar uma boa leitura de cenário nesses últimos 2 meses e as carteiras começam a trazer resultados muito positivos já para o ano de 2021.
Após um primeiro trimestre de queda na parcela de juros brasileira, o mês de abril teve um desfecho positivo ajudando a reverter parte das perdas acumuladas no ano para este mercado.
Os principais indicadores de mercado reverteram a direção e anotaram uma alta pela primeira vez no ano, com o IRF-M tendo o melhor desempenho com uma valorização de 0,84% contra um ganho de 0,65% do IMA-B para o mesmo período. A curva DI teve uma queda superior à observada no Tesouro IPCA + (NTN-B), o que demonstra uma expectativa menor para juros nominais frente aos juros reais brasileiros. O forte posicionamento do Banco Central ao longo do mês de seguir com uma elevação de 0,75% para a Selic, na reunião que acontece agora no começo de maio, fez com que as expectativas do mercado convergissem para este patamar apesar das críticas em relação a instituição estar atrás da curva e que deveria seguir com a normalização da política monetária de forma mais rápida. O que fica claro nas divulgações dos relatórios Focus, que mostram um crescimento na estimativa de inflação de 4,81% para 5,04% e da Selic de 5,00% para 5,50% durante o mês de abril.
É importante ressaltar que a melhora observada no mercado de juros brasileiro em abril, foi resultado de uma série de fatores que corroboraram para a retirada do prêmio da curva. A valorização mensal da moeda brasileira em relação ao dólar pela primeira vez em 2021, ajudou a reduzir a expectativa da inflação implícita ao longo do mês. O bom desempenho do real teve como suporte o alívio após a aprovação do Orçamento no Brasil, que mitigou o risco de descumprimento do teto de gastos e evitando assim que o governo cometesse crime de responsabilidade fiscal. Além disso, tivemos uma estabilização dos rendimentos da treasury americana, que retirou parte da pressão na curva do Brasil devido ao diferencial de juros entre os retornos dos títulos americanos e brasileiros.
Importante reforçar que apesar da melhora no mercado de juros, as taxas dos títulos públicos seguem bem acima dos níveis observado no começo do ano. A aprovação do orçamento permitiu uma queda maior nos vencimentos mais curtos, tanto para a curva Pré quanto para a NTN-B. Quando analisamos as taxas dos títulos públicos é possível notar uma estabilidade nas taxas de longo prazo das NTN-B para 2035 e 2050, já os papéis mais curtos como a NTN-B 2024 que chegou a cair aproximadamente 150 bps da sua máxima e voltou a ser negociada abaixo de IPCA+3,00%.
Apesar da queda nas taxas em abril a forte abertura observada nos títulos de duration mais curta segue trazendo boas oportunidades aos investidores que buscam garantir um bom ganho real sem ter que correr tanto risco, já que alguns papéis como NTN-B 2024 está remunerando IPCA + 2,72% frente a uma taxa de IPCA + 1,58% no começo do ano. Desta forma seguimos vendo oportunidades nos títulos curtos e intermediários da curva IPCA + para os perfis conservador e moderado.
Apesar das incertezas em relação à economia e a política brasileira, os ativos de crédito privado anotaram mais um mês com o desempenho acima do carrego esperado. Os spreads de crédito cobrado dos emissores high grade continuaram na trajetória de normalização que vem acontecendo desde a forte abertura no início da pandemia do coronavírus. Tal movimento segue em linha com o aumento da demanda por este tipo de ativos por bancos, assets e pessoas físicas que deverá se intensificar ao longo dos próximos meses em linha com a normalização da Selic. O resultado pode ser observado no indicador de crédito privado (BRIDEXCDI) que apresentou uma valorização de 0,49% (233% do CDI) no mês e já acumula uma alta de 2,38% (345% do CDI) no ano.
As nossas carteiras recomendadas seguem se beneficiando do carrego dos ativos em IPCA, tanto pelo lado dos fechamentos dos spreads de crédito quanto pela valorização da inflação. Porém ainda continuamos otimistas com a classe de ativos frente a uma visão mais construtiva para os prêmios de médio e longo prazo. Pois os prêmios de risco ainda se encontram atrativos quando comparados a outros mercados historicamente e o aumento do fluxo de recursos para a renda fixa deve favorecer ainda mais a queda nos spreads de crédito.
O índice IHFA registrou ganhos de 1.44% no mês de abril. O grande destaque do mês, sem dúvida, foram os fundos long biased, com maior posição em renda variável e que aproveitaram da valorização dos ativos de risco, com alta de próximo a 2% do Ibovespa. Na média dos fundos mapeados, os veículos long biased apresentaram retorno de 6.32%, com mediana em 3.72% ao longo de abril.
Fundos descorrelacionados (quantitativos, sistemáticos, event driven) também tiveram destaque positivo no mês de abril, com retorno médio de 2,15% e mediana em 2,52%. Das cinco subclasses observadas, todas apresentaram retornos positivos, sendo a descorrelacionada a segunda melhor no comparativo.
A indústria long&short, caracterizada por fundos que operam basicamente com uma carteira comprada vs. carteira vendida em ações contribuíram na média positivamente para a indústria de fundos. Em nosso universo de cobertura, os veículos apresentaram retornos médios de 1,52% e mediana em 0,86%.
Fundos macroestruturais e macro dinâmicos também geraram retornos na média positivos nas carteiras. A primeira estrutura, vale lembrar, se refere a ativos que possuem carrego longo e fazem poucas mudanças no decorrer do tempo nos portfólios. Todavia, fundos macro dinâmicos, também chamados de macro trading, tendem a fazer mudanças mais constantes e visam um horizonte mais curto de investimento. Em resumo, os macroestruturais apresentaram retorno médio de 1,60%, com mediana em 1,49%. Por outro lado, os dinâmicos trouxeram na média retorno positivo de 0,88%, com mediana da análise em 0,82%.
*Dados do IHFA até 28/04
O Ibovespa encerrou o mês de abril com mais uma alta de 1,9% (após +6% em março), tendo uma performance melhor ainda em dólares de +6,9%, fechando parte do gap de performance no ano contra outros mercados da América Latina. Importante ressaltar que mesmo apesar da boa performance no mês, o índice segue negociando em linha com sua média histórica de 12,8x P/E, um dos patamares mais baixos desde o começo da pandemia em Abril/20. Apesar de termos vivido na primeira quinzena do mês o pior cenário da pandemia desde o início, a aceleração no número de vacinados somado a definição do orçamento 2021, menor ruído político e geração de R$ 48 bi em leilões de infraestrutura contribuíram para a boa performance da moeda e bolsa local. Com a menor percepção de risco fiscal, político e de saúde, vimos após 2 meses de retiradas o estrangeiro reingressando na bolsa com R$ 7,4 bi. Seguimos otimistas e enxergando upside na bolsa para os próximos 12 meses, pelos seguintes motivos: (a) setores das economias globais reportando fortes dados de recuperação, (b) estímulos econômicos sendo efetivos na manutenção da economia, (c) vacinação em massa já em início em todos os países, inclusive no Brasil, (d) economias brasileiras e globais continuarão o ritmo de recuperação, (e) existência de uma agenda de reformas a ser cumprida, (f) dividend yield médio das companhias do Ibovespa (4,5%) pela primeira vez na história acima da Selic, (g) juros estruturais baixos, o que tende um movimento de migração de renda fixa para renda variável e (h) empresas do Ibovespa reportando resultados sólidos no primeiro trimestre de 2021 e acima das expectativas, ainda no momento de pandemia. Os maiores gestores de ações do Brasil seguem otimistas no médio/longo prazo, enxergando um upside de aproximadamente 20% nos próximos 12 meses.
A carteira de ações MZR teve uma performance de +2,3% no mês de abril, contra +1,9% do Ibovespa. Grandes destaques foram Vale (+11,3%), BTG (+11,0%) e Rede D’Or (+10,9%), enquanto que do lado negativo B3 (-5,7%) e Lojas Renner (-5,1%) foram os grandes detratores. Vale renovou sua marca histórica com o minério de ferro subindo mais de 14% no mês e ultrapassando os US$ 195/tonelada e reportando um números do primeiro trimestre espetaculares. BTG performou bem com a compra do controle do Banco Pan como veículo de sua estratégia no varejo/digital e Rede D’Or anunciou a aquisição de dois hospitais de alta complexidade, marcando efetivamente sua entrada nos mercados de Belo Horizonte e João Pessoa. Quanto aos destaques negativos, B3 performou mal após reportar problemas técnicos em sua plataforma de negociação no final do mês, além de ter sofrido com diversas desistências de empresas em processos de IPO aguardando uma janela mais atrativa. Lojas Renner, por sua vez, foi penalizada após captar quase R$ 4 bi sem destinação clara dos recursos – o mercado esperava um anúncio logo na sequência quanto ao direcionamento dos recursos, considerando que é um montante relevante.
O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) apresentou performance positiva de 0,51% em abril, com dividend yield médio dos últimos 12 meses em 7,1% a.a. e liquidez média diária ponderada em R$ 5,2 milhões. As melhores performances do mês foram dos fundos de shoppings, recuperando perdas com o cenário de menor restrições. Fundos de papéis seguiram entregando bons resultados, pautados em sua defensividade no cenário atual de IPCA e IGPM ainda fortes. Destaque para o aumento do número de investidores pessoa física em fundos imobiliários, alcançando a marca de 1,3 milhões de investidores. No curto prazo, vemos que a crise afetou principalmente as distribuições de proventos, devido a uma menor atividade da economia, mas que, dada a precificação atual dos ativos, acreditamos ser uma boa oportunidade de comprar fundos de qualidade por um preço abaixo do valor patrimonial e gerar ganhos de capital no futuro. Por ser um mercado ainda de baixa liquidez e com um número relevante de novos CPFs como investidores, houve uma migração de recursos para o mercado acionário e uma força vendedora de volume não relevante que puxou o mercado para baixo. Vimos fundos negociados a 30% abaixo do valor patrimonial e pagando rendimentos históricos de 400% do CDI isento na cota a mercado, o que enxergamos como uma grande distorção. Fundamentos de longo prazo seguem positivos, juros estruturais seguem baixos e o imóvel não perde seu valor.
A carteira de fundos imobiliários MZR teve uma performance de +1,04% no mês, sendo impactada positivamente pelos fundos de shoppings. Dado o cenário de menos restrições e retomada de operações de 100% dos shoppings, os fundos recuperaram parte do desconto frente ao valor patrimonial – destaque para o HSI Malls em +2,52%. O fundo de CRI High Grade da RBR também performou bem em +2,73%, após anunciar uma nova oferta pública para captar R$ 250 milhões. Para o mês de maio, ajustaremos as proporções dos 4 setores para 25%, reduzindo em 5% fundo de fundos e aumentando em 5% os papéis. Deixaremos, portanto, a carteira mais defensiva.
Saída do Valora Recebíveis (VGIR11) e entrada do Maxi Renda (MXRF11): O fundo de recebíveis da Valora VGIR11 é um veículo de CRI concentrado em ativos atrelados ao CDI. Dado o cenário de juros baixos, na época de inclusão da nossa carteira enxergamos um excesso de desconto do valor de sua cota, que negociava 20% abaixo de seu valor patrimonial – diferença que já fechou nas últimas semanas. Hoje, vemos pouco upside de valorização de cotas, em um fundo de estratégia concentrada e pagando rendimentos abaixo dos pares de fundos de CRI. Opção pela inclusão do Maxi Renda foi pautada na performance de fatores qualitativos e quantitativos conforme score preparado pelo nosso time de análise: alta liquidez média diária, patrimônio líquido acima de R$ 2 bilhões, carteira de CRIs bem diversificada entre CDI, IPCA e IGPM, rendimentos atrativos na casa dos 8% a.a., ótima gestão e bom monitoramento das operações de crédito.
Impulsionados pela aceleração da retomada econômica, pacotes de estímulos trilionários (cerca de 10% do Produto Interno Bruto dos Estados Unidos) e política monetária expansionista, os principais índices acionários americanos renovaram máximas históricas no mês de abril. Após reportarem excelentes resultados trimestrais, as principais empresas de tecnologia voltaram a performar bem, o que contribuiu para a valorização mensal de 5,40% do índice Nasdaq. Em comparação, o Dow Jones, índice com mais peso em empresas cíclicas, apresentou alta de 2,71% e o S&P 500 valorizou 5,24% no mês de abril (no ano o índice sobe 11,32%). Contribuiu também para boa performance a estabilidade dos rendimentos do Treasury de 10 anos dos Estados Unidos, que encerrou o mês em 1,64%, uma leve queda em comparação com os níveis do começo do mês (1,75%). Seguimos otimistas com investimentos em renda variável nos Estados Unidos pelos motivos previamente citados, monitorando ainda assim eventuais riscos de descontrole do Coronavírus e inflação.
Na Europa os principais índices apresentaram alta mais amena, influenciados pelo processo mais lento de vacinação em comparação com os Estados Unidos e riscos de uma nova onda do vírus (com exceção do Reino Unido). Seguimos, porém, positivos devido ao otimismo quanto ao processo de reabertura. O índice Stoxx 50, composto por uma cesta das maiores empresas do continente, valorizou 1,42% e já vem sendo negociado acima dos níveis pré-pandemia (no ano sobe 11,29%). Devido à maior capacidade de imunização e contenção do Vírus na região, o índice de Londres (FTSE 100) foi o que melhor performou entre os principais do continente, valorizando 3,82% no mês. Em comparação, o DAX, da Alemanha apresentou alta mensal de 0,85% e na França, o CAC 40 subiu 3,33%. No continente asiático, os índices encerraram o segundo mês consecutivo sem movimentos muito positivos. Vimos o Nikkei 225, principal índice do Japão, recuando 1,25% e o MSCI Asia Emerging Markets apresentando leve alta de 0,63%.
Destaque no lado das empresas vem sendo a sequência na divulgação de seus resultados trimestrais, que vêm surpreendendo positivamente. Até o momento, mais de 50% das empresas do S&P 500 reportaram seus números e cerca de 90% apresentaram lucros acima das expectativas. Inaugurando a temporada, os bancos americanos apresentaram crescimento robusto em faturamento, impulsionados pelos segmentos de Investment Banking e Trading, beneficiando aqueles com maior exposição a esses segmentos como J.P. Morgan e Goldman Sachs. A liberação de reservas de provisão nos balanços também causaram um impacto positivo nos lucros - o JP Morgan por exemplo reportou resultado líquido de USD 14 Bilhões, crescimento de quase 400% em comparação ao mesmo período do ano passado. As empresas do setor de saúde também vêm reportando resultados positivos e surpreendendo o consenso dos analistas. A Johnson & Johnson, referência no setor, apresentou crescimento de 8% no faturamento impulsionado pelos segmentos Farmacêutico e Venda de Equipamentos Médicos, setor o qual sofreu durante a pandemia devido à interrupção em grande parte dos procedimentos. A multinacional reportou um faturamento de USD 100 Milhões com a vacina contra COVID-19 e anunciou um aumento de 5% no valor dos dividendos trimestrais, seguindo a sequência de mais de 50 anos ininterruptos de rendimentos pagos aos sócios. Reportando seus demonstrativos na última semana do mês, as Big Techs divulgaram números excepcionais. Em comparação ao mesmo período do ano passado, as que apresentaram maior crescimento no faturamento foram Apple (54%), Facebook (46%) e Amazon (44%), nos valores de USD 89 Bilhões, USD 25 Bilhões e USD 109 Bilhões, respectivamente. Em relação aos lucros, as companhias com maior resultado foram Amazon, Alphabet (holding controladora do Google) e Netflix, apresentando crescimento ano contra ano de 220%, 163% e 140%, respectivamente. Destaque positivo também para o programa de recompra de ações da Apple e Google, nos valores de USD 90 Bilhões e USD 50 Bilhões, respectivamente. No lado negativo, apesar dos resultados superando o consenso dos analistas, a Netflix decepcionou na adição de novos usuários na plataforma. A empresa reportou um número cerca de 2 Bilhões aquém do esperado e previu adição líquida de 1 Milhão no segundo trimestre do ano, bem abaixo dos 10 Milhões adicionados no mesmo período do ano anterior, período em que a líder no segmento de streaming foi mais beneficiada pelos efeitos da pandemia.
Abril foi mais um mês em que a economia americana demonstrou sinais de reaceleração, guiada pelo ritmo intenso das vacinações e um controle cada vez mais eficaz da pandemia. Isso foi comprovado na divulgação dos dados macroeconômicos ao longo do mês. O PIB anualizado avançou 6,4% no primeiro trimestre, o Payroll apontou para a criação de 916 mil vagas no mês passado – valor bem acima do consenso dos analistas – e a taxa de desemprego caiu para 6%. Os indicadores também corroboram os temores de maior pressão inflacionária: O CPI avançou 0,6% em março, acumulando alta em 12 meses de 2,6%, enquanto o núcleo do PCE subiu 0,4%. Mesmo assim, o Federal Reserve segue negando a redução de estímulos (tapering) nos próximos meses, mantendo a recompra mensal de títulos em 120 bilhões de dólares. A expectativa é que o processo se inicie de forma gradual a partir do terceiro trimestre de 2022. O presidente Joe Biden também apresentou no fim do mês, mais um pacote de estímulos, este de 1,8 trilhões que devem ser destinados à saúde e à educação.
Por outro lado, diferentemente do que se observou no primeiro trimestre do ano, a curva do treasury americano deixou de inclinar em abril. O rendimento da T-Note de 10 anos recuou de 1,74% a 1,65%. A razão para o mercado deixar de precificar alta mais contundente nos juros americanos tem sido a postura firme do Fed, reforçando na reunião de política monetária e através de inúmeros discursos de Jerome Powell a estabilização nos níveis atuais (entre 0% e 0,25%) até o fim de 2023. Segundo o presidente do banco central americano, somente haverá um início do ciclo de aperto monetário se a inflação se estabelecer por muito tempo sobre a meta anual de 2% e a economia alcançar o pleno emprego.
Já no continente europeu, apesar do retrocesso do PIB no primeiro trimestre, o ritmo das vacinações apresentou certa evolução, principalmente na segunda quinzena de abril, elevando o indicador de sentimento econômico. O Banco Central se comprometeu em aumentar o programa de compra de ativos para impulsionar a retomada econômica no continente. O índice de preços ao consumidor da zona do euro subiu 1,6% em abril em termos anualizados, permanecendo abaixo da meta de pouco menos de 2%. o núcleo do CPI, que desconsidera os preços de energia e de alimentos, registrou alta anual de 0,8%. Já a taxa de desemprego, registrou progresso marginal, para 8,1%.
O maior fôlego trazido pelo achatamento da curva de juros americana contribuiu para que a classe de ativos High Grade recuperasse parte das perdas no ano. O Barclays Global Aggregate, índice composto por mais de 6 mil bonds de grau de investimento pelo mundo, avançou 1,26% no mês. A queda anual é de 3,25%. Já para os ativos High Yield, as injeções de liquidez dos bancos centrais seguem dando suporte para o rally na classe. O US Corporate High Yield Index avançou de 0,30% no mês. Dentre as demais classes de crédito offshore, o ETF que representa a dívida dos países emergentes, JPM USD Emerging Markets Bond (EMB) subiu 2,08%, o ETF de dívida de países asiáticos, JPM USD Asia Credit Bond, obteve alta de 0,73%, enquanto o índice representativo do crédito imobiliário americano, o Dow Jones U.S. Real Estate Index, avançou 7,90%. No ano o índice avança 15,39%, retratando a forte recuperação do setor imobiliário no país.
Após um primeiro trimestre de bastante volatilidade no mercado chinês, marcado pela rotação das ações para setores mais cíclicos e descontados, em razão (i) do risco do Banco Popular da China iniciar o processo de retirada de estímulos; (ii) da divulgação do 14° Plano Quinquenal, que traçou perspectivas de crescimento abaixo do esperado pelo mercado; (iii) da volta de tensões geopolíticas com os Estados Unidos, o mês de Abril trouxe uma maior tranquilidade aos investidores, com uma valorização de +1,49% do índice CSI 300 no mês. O resultado positivo se deu, principalmente, (i) por uma menor percepção de risco por parte do mercado de que o Banco Central Chinês se aproxima da retirada dos estímulos da economia; (ii) por um resultado de crescimento do PIB no 1° trimestre de 2021 na casa de 18% se comparado ao 1°trimestre de 2020; (iii) pelo reforço à agenda sustentável da China, por meio da atuação de Xi Jinping ao encontrar-se com diversos líderes globais; e (iv) pela temporada de balanços com alguns setores reportando resultados acima das expectativas do mercado.
Sobre a temporada de balanços, podemos ressaltar resultados acima das expectativas nos setores de healthcare, financeiro e turismo, enquanto setores como utilities e real estate reportaram resultados abaixo do esperado. Assim, o fundo JP Morgan China Equity teve desempenho de +5,32% vs +1,49% do CSI 300, tendo em vista sua tese de se posicionar majoritariamente nos setores de tecnologia, healthcare e consumo, com baixa ou nenhuma exposição aos setores de utilities e real estate, por serem em sua maioria controlados pelo governo. Quanto à tese central do fundo, a casa evita se posicionar em empresas e setores com alta interferência estatal e preferem ficar posicionados na perspectiva chinesa de crescimento da classe média e, consequentemente, maior acesso ao consumo e a serviços.
Por fim, quanto aos dados econômicos divulgados ao longo do mês, podemos destacar o forte crescimento chinês de aproximadamente 18% no 1° trimestre de 2021, que não deve se repetir ao longo dos próximos trimestres, já que a base de comparação em relação ao ano anterior estava distorcida devido ao Coronavírus, além de que a economia chinesa já se encontra em patamares superiores aos níveis pré-crise e com uma postura de política monetária de menos suporte. Ademais, observamos os dados de PMI Industrial e de Serviços vindo marginalmente abaixo dos consensos, causado pela diminuição na demanda internacional e por aumento de restrições de locomoção na China e ao redor do mundo. Porém, na perspectiva do mercado o PMI Industrial deve se manter em linha com esse último dado ao longo do ano, enquanto o PMI de Serviços ainda deve apresentar expansões mais significativas quando as economias estiverem plenamente abertas, o que beneficia as posições do fundo, além de que os dados de crescimento não afetam a tese central de longo prazo sobre o crescimento da classe média chinesa.
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