Reforma da Previdência se torna principal ponto de incerteza no câmbio

Notícias

Os esforços do novo governo para ajustar as contas públicas serão cruciais para determinar a trajetória do câmbio em 2019, especialmente em meio a um ambiente externo cada vez mais desafiador para os emergentes. O foco na questão fiscal toma o lugar que foi ocupado pela eleição em 2018 e, para muitos, é até mais importante para afastar o mercado brasileiro das moedas com os piores desempenhos do mundo.

Especialistas apontam que a reforma da Previdência é o ponto central de qualquer projeção para 2019, mas incertezas em torno da medida deixam os cenários bastante polarizados. De acordo com o Boletim Focus, há quem aposte no dólar a R$ 3,22 ou R$ 4,30 nos dois extremos das coletas do BC para o fim deste ano, enquanto a mediana fica em R$ 3,80.

Para Gustavo Rangel, economista-chefe para América Latina no ING, a imagem do presidente eleito, Jair Bolsonaro, ainda não é positiva no exterior. E sem a participação dos não residentes, fica mais difícil consolidar uma trajetória favorável para os ativos. Em seus cálculos, o nível de equilíbrio para o dólar é entre R$ 3,60 e R$ 3,70, com a chance de chegar a R$ 3,50 com a aprovação da reforma. Mas se a medida não sair do papel, a moeda volta para mais de R$ 4. “Tem muita gente esperando para ver. Os investidores locais ficaram muito otimistas, mas os estrangeiros, não. Tem muito ceticismo”, afirma.

Outras Publicações