Principais indicadores:
Locais: CDI +1,02%, Ibovespa -11,50%, Prefixados (IRF-M) +0,37%, Ativos IPCA (IMA-B) -0,36%, Imobiliários (IFIX) -0,88%, Dólar (Ptax) +10,77%, Multimercados (IHFA) -0,31%
Internacionais: MSCI AC: -8,58%, S&P 500 -8,39%, Euro Stoxx 600 -8,16%, MSCI China +6,56%, MSCI EM -7,15%, Ouro -2,22%, Petróleo -7,77% e Minério de ferro -10,39%
Em um dos piores semestres da história para os investimentos globais, vimos a bolsa americana cair de forma significativa e atingir mais de 20% de perdas no ano. A volatilidade dos mercados segue muito alta e os investidores parecem se posicionar para um cenário mais negativo ao longo dos próximos meses. A discussão sobre uma recessão global nunca esteve tão presente, juntamente com uma alta necessidade dos bancos centrais em conter a espiral inflacionária que voltou após longas décadas ausentes nos mercados desenvolvidos.
Seguem as atualizações dos temas globais considerados como os mais importantes na visão do nosso Family Office:
CENÁRIO INTERNACIONAL : Update sobre os conflitos geopolíticos, os riscos inflacionários e a possibilidade de uma recessão global
CENÁRIO LOCAL: A impressora de dinheiro não tem hora para desligar!
Diferente do que muitos comentam, acreditamos que “as eleições” já estão impactando os preços dos ativos. É verdade que dessa vez não há um ambiente binário para a economia, ambos favoritos parecem criar um cenário semelhante como plano de governo. De qualquer maneira, a máquina do Estado foi acionada, e com ela, a impressão de dinheiro começa a ser a “solução” para o atual presidente, Jair Bolsonaro, que tenta sair da segunda colocação e começar a subir nas pesquisas. A última PEC aprovada no final do mês de junho envolve cerca de aproximadamente R$50 bilhões de gasto fiscal, entre voucher aos caminhoneiros e taxistas, aumento do auxílio Brasil e outras ações anunciadas.
Longe de questionar o desafio social do curto prazo, com a inflação colocando a população menos favorecida em situação complexa, acreditamos que as medidas podem acarretar em um rombo fiscal permanente (não só para 2022, como determina a PEC), capaz de reconduzir o país a um ambiente de instabilidade das contas públicas. Desde o fim do ano passado, já "abrimos mão” do teto de gastos e a apreensão do mercado aumenta a cada dia. Tais medidas parecem justificar o dólar já acima de 5,30 (até a publicação deste texto), a bolsa abaixo dos 100 mil pontos, novamente, e os juros longos próximos de 13%. O Brasil parece não querer aproveitar a oportunidade de ter um ambiente mais estável, voltamos a flertar com os problemas estruturais.
No curto prazo, a pressão inflacionária também promete ser maior com esses pacotes anunciados, o que deve retardar o ciclo de corte de juros pelo BC. O PIB surpreenderá positivamente e com a criação do teto para o ICMS vamos jogar a inflação para algo como 7,5% em 2022, mas ao custo de criar um 2023 muito mais desafiador se depender dos temas citados acima.
Optamos por reduzir as posições de bolsa local e internacional nos portfólios, aumentando parte na classe de retorno absoluto. Entendemos que os gestores dos fundos multimercados poderão se aproveitar mais dos movimentos de curto prazo, sem abrir mão de uma boa geração de alfa quando comparado ao CDI. Além disso, pela primeira vez em 3,5 anos de portfólio, vamos inserir estratégias concentradas em FIDCs nas carteiras, reduzindo parte da posição em crédito high grade local.
Nas carteiras offshore, optamos por não realizar alterações, mas aprofundamos em estudos para aumentar a classe de crédito global via gestores dado que as carteiras chegam a atingir carregos próximos de dólar mais 7%-9% e entendemos ser uma assimetria muito grande quando olhamos o risco de crédito dos ativos.
Sendo assim, estamos:
(i) otimistas com o carrego das posições em CDI de duration até 4 anos, IPCA para uma duration intermediária (entre 4 e 6 anos) e agora com uma maior proporção em ativos prefixados de duration curta (entre 3 e 3,5 anos);
(ii) aumentando a parcela de Retorno Absoluto nos portfólios moderados e agressivos para capturar via gestão ativa as estratégias de bolsa, commodities, arbitragem, juros e moedas internacionais, etc;
(iii) diluindo posições em Renda Variável local, ou seja, não recompondo a classe após as quedas recentes, embora seja claro que há um nível de assimetria importante para uma a alta de preços em breve;
(iv) diluindo posições em Renda Variável Internacional, ou seja, não recompondo a classe após as quedas recentes e sem enxergar grandes gatilhos de curto prazo que possam beneficiar a classe;
(v) neutros para Fundos Imobiliários, praticamente zerando todo o portfólio de tijolo para ativos de recebíveis diretamente, porém já enxergando um potencial mais tático em alguns fundo de fundos devido ao nível de preços;
(vi) otimistas com as oportunidades em empresas fora do ambiente de bolsa, via bons gestores da indústria de Private Equity e Venture Capital; e
(vii) monitorando a classe de crédito global devido à abertura recente dos spreads e boa assimetria em relação ao risco de crédito no portfólio dos gestores;
No mês de junho, os riscos de inflação e fiscais estiveram no foco dos agentes de mercado, o que elevou ainda mais a volatilidade dos ativos de juros nominais e reais. A inflação já vinha surpreendendo há meses e, apesar da leitura oficial do IPCA de maio ter representado uma desaceleração em relação ao mês anterior (0,47% m/m), o IPCA-15 de junho apresentou nova surpresa altista. Mesmo com a mudança para a bandeira verde de energia elétrica impactando positivamente itens como energia e habitação, outras classes como de serviços e automóveis seguem pressionadas. O INCC-M – componente de custos da construção civil no IGP-M – também gera sinal de alerta, subindo 2,81% em junho. Dados do mercado de trabalho apontam para nível de desemprego menor do que o esperado, com a leitura do PNAD em 9,8% no trimestre (versus expectativa de 10,2%). Como se não bastasse, soma-se a isso os temores da recente onda de inflação global prolongar a queda do indicador local e o resultado é mais uma abertura nos juros futuros. Mas o principal fator para a elevação dos prêmios embutidos na curva no mês foram as mudanças no ambiente fiscal. A proximidade das eleições desencadeou uma série de novas medidas de estímulo através da PEC aprovada no Senado que amplia benefícios e cria novas despesas, como bolsa-caminhoneiro e o aumento do Auxílio Brasil para 600 reais até dezembro. Até agora, o pacote já soma R$ 41,2 bilhões – valor fora do teto de gastos. Já o discurso do Banco Central começa a assumir que o cumprimento da meta de inflação para o ano que vem será bastante desafiador e começa a focar em 2024. O encontro do Copom de junho resultou em alta de 50 pontos-base para a taxa Selic, fato que já estava precificado pelo mercado.
O impacto dos novos acontecimentos foi uma abertura na ordem de 30 a 40 bps nos futuros de DI, sobretudo em vértices mais longos, retratando a degradação do ambiente fiscal. O IRF-M apresentou alta de 0,36% e acumula valorização de 1,75% ao longo dos últimos 12 meses. A abertura das taxas de juros reais penalizou ainda mais os ativos do IMA-B. O índice apresentou queda de 0,36% e acumula 3,77% em 12 meses.
A abertura expressiva das taxas dos títulos públicos afetou a rentabilidade dos ativos corporativos, porém em menor magnitude do que a experimentada pelos futuros de DI . Os juros altos seguem beneficiando o carrego dos ativos de crédito corporativo. O spread de crédito médio das debêntures que compõem o JGP Idex subiu 7 pontos-base a 1,72%. Com isso, seu rendimento foi levemente penalizado, mas o retorno nominal segue bem satisfatório (1,12% ou 109,9% CDI). No semestre o rendimento acumulado foi de 6,7%, o que evidencia a importância da classe para conter a queda dos portfólios em momentos desafiadores. Nossa visão segue inalterada acerca da manutenção dos spreads no patamar atual no curto prazo. A provável queda de novas emissões primárias (conforme as eleições se aproximam) deve ser compensada pela aversão a risco dos investidores e a entrada de mais recursos para a classe, equilibrando assim o prêmio da classe. Em relação ao fluxo, junho retratou bem o cenário do primeiro semestre. Houve uma entrada de 4,26 bilhões de reais para os fundos de renda fixa em geral, com fluxo negativo para fundos multimercados e de ações. No ano, a captação líquida da classe rompeu a barreira dos 100 bilhões de reais.
Entrando nas subclasses, os ativos pós-fixados ganharam ainda mais atratividade no mês, à medida que os sinais de prolongamento do ciclo de aperto monetário se sobressaem. O carrego dos ativos indexados ao CDI se mantém elevado. O IDA-DI apresentou alta de 1,15% e acumula 11,12% em 12 meses. Como temos evitado posições com durations muito longas para esta classe, uma alternativa são os fundos que alocam em cotas sênior e mezanino de FIDCs. Tais instrumentos garantem ótima rentabilidade ajustada ao risco, entregando historicamente em torno de 135% do CDI. A estrutura dos FIDCs garante a amortização da inadimplência pelas cotas subordinadas e reduz substancialmente o risco de crédito dos fundos. No passado, casos simbólicos de fraudes envolvendo o instrumento trouxeram certa aversão à classe, por isso a importância de selecionar casas que façam a diligência correta com monitoramento diário em grande parte das vezes dos recebíveis. De maneira geral, a indústria tem evoluído bastante ao longo dos últimos anos, tanto em termos de capacidade de cobertura, como em aspectos regulatórios.
Os ativos de inflação foram bastante penalizados pela abertura de taxas das NTN-Bs de referência. O IDA-IPCA apresentou alta de apenas 0,17% em junho, mas acumula alta em 12 meses de 8,98%, bem acima dos 3,77% do IMA-B. As novas medidas fiscais reduziram a perspectiva de carrego da classe no curto prazo, porém a estrutura a Termo da Taxa de Juro (ETTJ) estimada pela Anbima indica uma inflação implícita na curva de juros que já se aproxima de 7% nos vértices intermediários, o que nos mantém construtivos para classe. Acreditamos haver mais um bom ponto de entrada para a subclasse e meses como este evidenciam a importância de não alongar tanto a duration das carteiras. Seguimos posicionados em uma duration média entre 3 a 5 anos.
Para os prefixados, mesmo com a abertura das taxas no mês, não enxergamos necessidade aumentar o percentual das carteiras, devido às incertezas em relação ao corte de juros. Por outro lado, no horizonte de 3 a 4 anos há opções de bancários com rendimento próximo de 15% ao ano bruto, então cria-se uma assimetria positiva para a posição tática, mesmo que a Selic se mantenha em patamar elevado por mais tempo.
A classe de retorno absoluto teve desempenho ligeiramente negativo ao longo do mês de junho. O índice IHFA da Anbima apresentou perda de -0,39% no mês passado, acumulando ganhos de 8,32% em 2022 e 6,97% ao longo dos últimos 12 meses.
Vale lembrar que os retornos apresentados a seguir em nosso relatório de análise possuem aproximadamente 120 fundos locais, dos quais, 30 são dinâmicos, 40 são estruturais, 17 descorrelacionados, 15 L&S neutro e 14 L&S direcional.
As subcategorias dos multimercados tiveram retornos mistos, ainda que próximos do neutro. Os principais promotores do mês foram as estratégias de perfil macro dinâmico, com retorno médio de 0,55% e mediana em 0,34%. Outros promotores foram os fundos macroestruturais, que apresentaram desempenho médio de 0,21% com mediana em 0,26%. No mais, as estratégias L&S neutras apresentaram na média retorno negativo de 0,50%, porém com mediana positiva em 0,22%. Ainda, fundos descorrelacionados (quantitativos, arbitragem, sistemáticos) apresentaram média negativa de 0,88% e assim como as estratégias L&S direcional, foram detratoras. Esta última, apresentou retorno médio de -1,04% e mediana em 0,21%.
Em junho, o Ibovespa apresentou a pior performance desde a fatídica queda do Covid em março de 2020, corrigindo 11,5% no mês (-19,4% em dólares) de volta a marca abaixo de 100 mil pontos (98.542 pontos) em um movimento mais agressivo que o próprio S&P (-8,4% em junho). Após um primeiro trimestre positivo marcado pela forte entrada do estrangeiro, no segundo trimestre tivemos uma queda de 17,88%, tendo assim uma performance de -5,99% nos primeiros 6 meses do ano.
Destacamos os seguintes fatos que explicam o movimento negativo:
Apesar do cenário desafiador, dados de atividade econômica doméstica mostram sinais de resiliência neste primeiro semestre, justificando o movimento de revisões mais altas nas projeções para o PIB de 2022. Isso vem sendo refletido bem nos resultados das empresas da bolsa, com muitas delas reportando excelentes e recordes números, atreladas a uma estrutura de capital desalavancada e bem posicionada frente aos concorrentes menores. O lado positivo disso é que, consequentemente, o Ibovespa negocia hoje aos menores múltiplos desde a crise de 2008 (8,4x P/E 2022), desconto de 2 desvios padrões abaixo da média histórica. Olhando para o prêmio de risco, medida para comparar os rendimentos dos ativos contra as taxas de juros reais, o nível encontra-se em 6,0% contra uma média histórica de 2,6%, indicando mais um desconto e possibilidade de apreciação da bolsa (dois primeiros gráficos abaixo). Outro ponto que corrobora a tese de boa parte do risco já esteja precificado é a tabela abaixo, sendo uma simulação construída pelo Santander em nível de Ibovespa considerando crescimento de lucro por ação para o próximo ano e juro real. O Ibovespa nos níveis atuais projetam um juro real em 7,5% e uma queda de lucro de 25% para o próximo ano, patamares que entendemos estarem bem exagerados – atingimos esse juro real apenas em 2015, quando tivemos uma crise fiscal e cenário político muito mais profundos, em tese.
Dois pontos que poderiam contribuir para uma nova alta seriam (a) os resultados das empresas acima das estimativas atuais e/ou (b) juros reais mais baixos vindos de um controle inflacionário. Quanto aos principais riscos, (a) deterioração do cenário fiscal local e/ou (b) movimento de aversão ao risco global com juros de longo prazo americanos em patamares maiores do que o projetado. Dado o cenário de juros reais mais altos, as casas de análise revisaram a estimativa de Ibovespa para o final do ano para baixo: o BBA trabalha hoje com previsão de 110 mil pontos, enquanto a XP 120 mil pontos. Seguimos positivo no cenário local via stock picking, no qual entendemos que existem as maiores assimetrias e possibilidades para superar não só o Ibovespa, como também o custo de capital.
Dada a assimetria histórica de múltiplos e bons dados das empresas no micro, os dados indicam ótima janela de entrada com uma perspectiva de longo prazo, jamais tentando acertar o “fundo do poço”. Estratégia de aportes divididos em janelas distintas se mostra historicamente como a melhor estratégia de investimento.
A carteira MMZR de ações teve uma performance de -11,3% no mês, contra -11,5% do Ibovespa no mesmo período. Maiores detratores foram 3R (-27,9%) e Gerdau (-23,4%), ambas impactadas com a correção de preço das commodities. Soma-se a 3R as discussões de tributação sobre o lucro das petroleiras, como forma de conter a alta de preço dos combustíveis – pauta na qual reduziram as discussões ao longo dos últimos dias. Seguimos acreditando que o ciclo de commodities deve perdurar ainda que os dados de atividade econômica tenham vindo fracos, reforçando assim o call de compra nos nomes. Do lado positivo, apenas Weg (+4,4%), com recomendações atualizadas de compra pela XP e BTG, tese a qual se beneficia diretamente do aumento do global capex. Não realizamos mudanças esse mês.
O mês de junho foi mais uma vez extremamente desafiador para os investidores de renda variável global, com uma série de índices apresentando os maiores drawdowns para um primeiro semestre em décadas. Após uma queda de 8,4% no mês para o S&P 500, o principal índice acionário da economia norte-americana acumula uma desvalorização de 20,6% em 2022, pior performance para o período desde 1970. Além dos receios já discutidos ao longo do ano de aperto monetário, combate à inflação e conflito geopolítico, o tema de recessão veio à tona de forma mais concreta ao longo do mês, com boa parte das casas de pesquisas globais projetando que há entre 40%-60% de chance da economia americana entrar em recessão já nos próximos trimestres. Em linha com o que temos visto desde o início do ano, a correção do índice foi impulsionada por contração de múltiplos, com o índice sendo negociado a 15,8x os lucros para os próximos 12 meses (abaixo da média dos últimos 5 e 10 anos). Analisando a performance por setor, chamou atenção a contribuição negativa dos segmentos que vinham se destacando de forma positiva ao longo do ano, o que deixou claro o receio do mercado de uma desaceleração global. O setor de energia apresentou o pior desempenho dentre os setores do índice (-17,0%), seguido pelas empresas de materiais (-14,1%) e consumo discricionário (-10,9%). Por outro lado, setores defensivos como saúde (-2,8%) e consumo não discricionário (-2,9%) se destacaram. Ao contrário do que vimos nos meses anteriores, empresas de tecnologia apresentaram performance em linha do mercado, com o índice Nasdaq contraindo 8,7% no mês (ainda assim registrando o pior desempenho para o primeiro semestre da história, com queda de 29,5%). Por fim, o índice Dow Jones caiu 6,7% e registrou o pior primeiro primeiro semestre desde 1962 (-15,3%).
Na Europa, os ativos de renda variável também apresentaram fortes quedas ao longo do mês, em meio a um discurso do BCE de encerramento no programa de compras de ativos e a expectativa de aumento de juros já em julho, reduzindo, portanto, estímulos monetários na região. O índice amplo da Zona do Euro, Stoxx 50, apresentou uma forte queda de 8,8% no mês e acumulando queda de 19,8% em 2022. Observando a performance por país, destaque negativo para o índice alemão (DAX), que registrou uma queda de 11,2% em junho e acumula queda de 19,5% no ano. Na França (CAC), o índice desvalorizou 8,4%, acumulando queda de 17,2% no ano e no Reino Unidos (FTSE) o índice caiu 5,8%, acumulando queda de 3,0% em 2022. Ao contrário do que observamos de performance de grande parte dos índices de ações globais, as ações chinesas apresentaram uma alta expressiva, revertendo a sequência de quedas que vinham se acumulando ao longo do ano. Os principais motivos para performance positiva foram as flexibilizações de medidas restritivas nos principais centros urbanos (lockdowns), sinalizações de estímulos por parte do governo a fim de atingir meta de crescimento e sentimento positivo em relação ao afrouxamento de medidas regulatórias frente às empresas de tecnologia. Como resultado, o CSI valorizou 9,6%, HK valorizou 2,1% e o SSEC apresentou alta de 6,7% em junho. No ano os índices acumulam quedas de 9,3%, 6,6% e 6,6%, respectivamente.
A carteira de ações globais da MMZR apresentou queda de 6,4% em junho, acima do índice de referência MSCI All Countries, que contraiu 8,6% no mês. Todas as ações encerraram o mês no campo negativo, exceto Alibaba, que valorizou 18,4% em junho. Após meses de desempenho ruim, a ação se provou como boa diversificadora para a carteira no mês, com valorização impulsionada pelos seguintes motivos: i) melhora no sentimento dos investidores quanto ao risco regulatório e interferência do governo ii) perspectiva de aumento de estímulos por parte do governo com intenção de atingir a meta de crescimento de 5,5% para China esse ano iii) flexibilização das medidas de restrições iv) possível caminho para abertura de capital do braço financeiro da empresa, Ant Group.
Ao longo do mês, chamou atenção o número de empresas americanas manifestando receio em relação ao cenário macro e anunciando demissões ou redução de contratações como medida de corte de custo. Na última semana do mês, a Meta anunciou uma redução de 30% no plano de contratação de engenheiros ao longo do ano. Outras empresas de tecnologia que anunciaram cortes no número de colaboradores foram Netflix, Coinbase e Spotify. Apesar de entendermos que a entrada na classe de renda variável global hoje seja mais atrativa do que há alguns meses, dado a correção dos múltiplos nas empresas, seguimos cautelosos com a falta de gatilhos no curto prazo e com riscos crescentes. Não acreditamos que uma recessão está no preço dos índices globais, que apresentaram fortes correções nos múltiplos ao longo do ano e sem grandes correções nas expectativas de lucro das empresas. Seguiremos atentos à temporada de resultados do segundo trimestre das empresas, a qual deve contribuir para alta volatilidade dos preços e dar aos investidores uma maior visibilidade frente às perspectivas das empresas e setores, por meio das divulgações dos números e comentários dos executivos.
O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) reportou em junho queda de 0,88%, seguindo o movimento global de aversão a risco de ativos de renda variável. Maiores correções vieram dos fundos de tijolo, que na média caíram 1,81% (medidos pelo índice XPFT), enquanto os fundos de dívida caíram na média 0,83 (medidos pelo índice XPFP). Esses últimos surfam bem o cenário atual inflacionário/juros altos, considerando a indexação do portfolio ao CDI ou IPCA, ambos em dois dígitos hoje. Fundos com essa característica estão no campo positivo no ano em sua grande maioria, entregando rendimentos mensais acima de 1% ao mês, líquidos de imposto de renda – sendo assim a classe com maior yield (14,0% a.a., na média).
Ao longo do último ano vimos um aumento considerável no número de emissões de títulos de dívida (principalmente CRIs), sendo que 59% do volume total captado via ofertas públicas foi levantado por fundos de recebíveis no ano passado. Inclusive, os fundos de investimento são os principais investidores de CRI do mercado, registrando participação de 62,5% das ofertas em 2021, vide gráficos abaixo. Olhando para 2022, essa tendência continua sendo observada nas ofertas primárias com maior foco nos fundos de recebíveis.
Partindo desse pressuposto seguimos concentrando a estratégia em fundos de dívida, de forma a surfar o ambiente inflacionário e de juros altos de forma defensiva – especialmente fundos com carteira atrelada ao CDI nesse curto prazo, indicador que vem entregando um carrego de curto prazo melhor se comparado ao IPCA. O mercado enxerga uma inflação calculada pelo índice IPCA em patamares de alta até meados do final do semestre, enquanto o ciclo da Selic em dois dígitos deve perdurar ao menos até o final do próximo ano.
Fundos de tijolo hoje negociam com forte desconto frente ao valor patrimonial e alguns até abaixo do custo de reposição, sendo aqui uma boa oportunidade de ganho de capital a longo prazo. Taticamente, porém, estamos concentrando novas alocações em fundo de dívida, pois entendemos que um acirramento do cenário inflacionário pode impactar ainda mais negativamente tais fundos – enxergamos que teremos um momento mais claro e seguro de entrada na categoria, visando ganho de capital.
Assim como observado nos dois meses anteriores, em junho o mercado passou a se preocupar mais com a probabilidade de uma recessão global do que com a pressão inflacionária, devido às leituras fracas dos PMIs americano e da Zona do Euro. Tanto a alta de 75 bps na taxa de juros americana como os discursos dos membros do Federal Reserve foram compreendidos como hawkish, gerando maior correção nos ativos de crédito offshore. Questionado sobre a próxima alta, Powell deixou aberta a possibilidade de +50 bps ou +75 bps. Porém, o mercado segue interpretando uma maior elevação como o cenário mais provável. No fim do mês, o núcleo do PCE indicou alta de 4,7% na comparação anual, abaixo das expectativas dos economistas. Diante desses fatores, a curva americana abriu em todos os vértices, sobretudo nos mais curtos, em movimento de flattening. A diferença entre os juros dos treasuries de 2 e 10 anos recuou 32 bps, encerrando em 2,92% e 2,98%, respectivamente. Com o temor de recessão, os agentes costumam evitar exposição a ativos de menor rating. Isso fez com que os ativos high grade se defendessem melhor. O Barclays Global Aggregate, cedeu 3,06% e no ano acumula perda de 16,97%. Já os ativos High Yield, representados pelo US Corporate High Yield Index, recuaram 6,65%, mas ainda performam melhor no ano (-15,40%). A classe de Senior Loans se defende melhor por ser indexada. O S&P U.S. Leveraged Loan 100 Index apresentou queda de 2,76% no mês e queda no semestre de 5,48%. Já o setor imobiliário (Dow Jones U.S. Real Estate Index) caiu 6,87% em junho e no ano a queda é de 20%.
Os índices de mercados emergentes voltaram a corrigir bastante com o movimento de risk-off dos investidores globais. O ETF representativo da classe, JPM Emerging Markets Bond (EMB), encerrou em queda de 6,65% e totalizou perda de 15,40% no primeiro semestre. A queda nos bonds asiáticos foi mais contida, ainda que expressiva. O JPM Asia Credit Bond cedeu 3,24% no mês e 13,23% no ano. Por mais que o cenário seja desafiador no curto e médio prazo, a fuga de capital gerou um ótimo ponto de entrada em bonds Latam, sobretudo para estratégias com hedge, que incluem o carrego do CDI. No preço atual, é possível obter bonds de empresas com risco semelhante ao soberano brasileiro e com yield esperado na ordem de CDI+4%, se os ativos forem levados até o vencimento.
Com praticamente dois meses do nosso Fund of Funds de Alternativos rodando, já foram realizadas algumas chamadas de capital dos fundos que integram o portfólio, além de diversas outras programadas para ocorrerem ao longo dos próximos dias. Sendo assim, segue um update do capital já chamado por veículo investido, além das empresas que receberam aporte com esses recursos.
Monashees Expansion II Fund - (% capital integralizado vs capital comprometido: 50%)
- Companhias investidas:
XP Special Opportunities - (% capital integralizado vs capital comprometido: 15%)
- Companhias investidas:
ONEVC Fund II – (% capital integralizado vs capital comprometido: 41%)
- Companhias investidas:
Starboard Special Situations III - (% capital integralizado vs capital comprometido: 8%)
- Companhias investidas:
Kinea Fund V - (% capital integralizado vs capital comprometido: 12%)
- Companhias investidas:
Caso queira saber mais sobre nossos serviços entre em contato
Este conteúdo tem propósito exclusivamente informativo e se baseia em dados estatísticos, metodologias probabilísticas, fatos concretos do mercado financeiro e em resultados financeiros apurados e nas conclusões da MMZR Family Office considerando o perfil de clientes que se adequem aos ativos e estratégias que compõem as carteiras apresentadas acima. Em nenhum momento, o conteúdo desta mensagem representa recomendações de investimento financeiro de qualquer natureza.
Para obter uma recomendação de investimento personalizada da MMZR Family Office acesse nosso site mmzrfo.com.br e entre em contato conosco.