INTRODUÇÃO
A Safari Capital é uma gestora fundada em 2015 e tem aproximadamente R$ 1,30 bilhão em ativos sob gestão. A gestora é dedicada à renda variável e foca na estratégia long biased (fundos abertos e previdenciários).
Os sócios fundadores são Marcelo Cavalheiro, gestor, e Elsom Yassuda, estrategista. Ambos possuem mais de 20 anos de experiência e trabalham juntos desde 2001. Marcelo iniciou a carreira em 1989 e trabalhou nas seguintes instituições: Banco Francês e Brasileiro, Banco Real, Síntese Corretora de Valores e Fator Administração de Recursos. Em 2001, entrou na Hedging-Griffo na equipe de gestão e foi responsável pela criação e treinamento de toda a área de análise de ações da instituição.Marcelo foi o responsável pela gestão de fundos de ações (Long Only, Dividendos e Long Short) da família HG STRATEGY até final de 2008.Elsom trabalhou na Fiesp, Banco Patente e na Siemens, e em 2000 passou a fazer parte do time de gestão da Heding Griffo onde foi responsável pela criação e treinamento de toda a área de análise macroeconômica. Elsom foi o economista chefe na Hedging-Griffo de 2000 a 2008.
Em relação a estrutura da casa: a Safari tem hoje 12 funcionários, dos quais 8 estão na equipe de gestão, 2 está em Relação com Investidores e 2 estão em Compliance/ Legal & Risco.
A casa continua otimista com renda variável, o reflexo é a posição net comprada (99%) do fundo. No mês de agosto tiveram boa performance, mesmo com a bolsa fechando o mês levemente negativa (Safari FIC FIM II – +1,92% contra -0,67% do Ibovespa).
No cenário macro a casa ressaltou dois fatores importantes de se acompanhar nos próximos meses: (1) uma queda maior do que a esperada nos juros e (2) retomada no crescimento da economia local.
Apesar da escalada do câmbio ao longo dos últimos anos, a inflação no Brasil vem persistentemente se mantendo abaixo da meta do Banco Central de 4,25% para 2019 e 4,00% para 2020. O que combinado a uma alta taxa de desemprego e capacidade ociosa da indústria, pode permitir a entidade testar níveis mais baixos para a taxa Selic. Na visão deles os juros podem chegar a um patamar de 4,5% ao ano, isso impactaria também o juro real de longo prazo que segundo estimativas da gestora estaria por volta de 2,50% a 3,00% para 10 anos.
Os níveis mais baixos no juro brasileiro têm duas consequências importantes de longo prazo para renda variável: (1) rerating do múltiplo da bolsa e (2) migração dos investimentos de renda fixa para multimercados e renda variável. Outras consequências que podem ser observadas no curto prazo são: (1) redução da correlação entre diferencial de juros e o movimento do real vs dólar, (2) desenvolvimento do mercado de capitais e, (3) juntamente com a inflação controlada, abre a possibilidade do Banco Central focar em atividade. As projeções acima claramente dependem de uma retomada do crescimento da economia real brasileira, e que por vez poderiam ser prejudicadas apenas em um cenário de recessão global.
Segundo a gestora o cenário de recessão global por causa do Trade War é menos provável que aconteça, visto que ambos os países envolvidos vinham intensificando seus discursos em momentos que os dados de suas respectivas economias se mostravam fortes. No entanto, frente as últimas informações econômicas que vem mostrando a desaceleração tanto da China quanto do Estados Unidos, seus respectivos líderes se mostram mais dispostos a voltar a mesa de negociação. O resultado disso deve ser um clima mais calmo em relação a disputa comercial.
A retomada do crescimento brasileiro será impulsionado pela retomada das carteiras de créditos dos bandos para as pequenas e médias empresas.
Em busca de aproveitar melhor a volta do crescimento, o fundo hoje tem aproximadamente 60% da sua carteira em empresas voltadas para o mercado doméstico.
De acordo com o gestor Marcelo Cavalheiro, a estratégia é encontrar o melhor momento de compra e venda dos papeis que compõe a carteira. Respeitando sempre o target de ganho nos ativos, uma vez que na sua visão no Brasil não existe carrego de papéis por prazo indeterminado.
No setor de alimentos o fundo tem posições em JBS e BRF, ambas empresas podem se beneficiar da questão da gripe suína africana na China e no crescimento da demanda por proteínas. Já no segmento de commodities as posições em Petrobras e Vale são táticas e buscam capturar oportunidades, uma vez que a primeira se beneficia da cessão onerosa e a outra ainda se encontra barata no atual patamar do preço do minério em 90 dólares.
Já com o foco mais para o mercado local, o fundo tem posições no setor de concessão em Ecorodovias que pode se beneficiar muito com o plano de concessões do atual governo. Além disso, a empresa equacionou os principais problemas resultantes da operação Lava Jato que ela vinha enfrentando. Nesta mesma linha, mas focando nas privatizações do governo, aumento de eficiência e juros baixos, as posições em utilities se mostram cada vez mais atrativas. As principais ações do setor são: CPFL, Copel, Cemig, Sabesp e Eletrobrás.
Para o segmento bancário a única posição é em BTG Pactual, que hoje tem pouca representatividade em relação ao patrimônio do fundo.
O foco de capturar melhor a retomada da economia está refletida nas posições em consumo com Gol, Azul, Localiza e Movida. Além das posições em varejo que tem nomes como: Renner, Magazine Luiza, Mercado Livre e Via Varejo.
Com isso o fundo tem uma posição comprada de 115%, com uma posição vendida de 16% em IBOV que coloca a exposição net comprada do fundo em 99%.