Reunião com Harry Stein da Mobius
Introdução
A Mobius Capital Partners é uma administradora de ativos de mercados emergentes e de fronteira. Foi fundada em maio de 2018 por Mark Mobius, Carlos von Hardenberg e Greg Konieczny, que trabalharam juntos na Franklin Templeton Investments. Possui foco em uma única estratégia fundamentada em parcerias ativas com empresas do portfólio e US$ 50 bilhões de ativos em mercados emergentes geridos anteriormente.
Mark Mobius passou mais de 40 anos viajando por países em desenvolvimento, se tornando uma figura importante no desenvolvimento da política internacional de mercados emergentes. Antes de fundar a Mobius foi presidente executivo do Templeton Emerging Markets Group e foi CEO da International Investment Trust. Carlos possui 19 anos de experiência no mercado financeiro e administrou por cerca de uma década um dos maiores fundos do mercado de fronteira global. Greg possui mais de 25 anos de experiência no mercado financeiro e teve passagens pela Fondul Proprietatea e Bank Gdanski.
Comentários
A Mobius é uma companhia que possui foco em mercados emergentes e de fronteira, se assemelhando a um processo de Private Equity em companhias pequenas listadas em bolsa. Procuram empresas familiares com participação em Private Equity que ajudam a promover melhorias e mudanças operacionais no futuro, não somente sobre questões governamentais, mas também sobre meio ambiente e questões sociais.
O processo de investimento envolve 2 pilares, no qual em um primeiro momento há a compra de companhias com seu valor intrínseco descontado e em seguida há uma nova classificação por meio do engajamento ativo. Acreditam que é um modelo robusto com forte gerenciamento da relação risco-retorno, mas que leva aproximadamente 2 anos para ser finalizado. Na análise das empresas levam em consideração a sustentabilidade do negócio visando criação de valor, a estabilidade da estrutura de capital, riscos macroeconômicos e a composição do balanço das empresas, que deve ser robusto. No último tópico avaliam a quantidade de caixa que pode ser distribuído em forma de dividendos ou reinvestido na própria empresa promovendo crescimento.
Acreditam que o engajamento deve levar em conta a governança (práticas ESG, boa relação com investidor e composição do Conselho de Diretoria), decisões estratégicas (M&A, Spin-offs e expansão geográfica), alocação de capital (oferecer ao acionista bom retorno) e eficiência operacional. O tema de governança envolve também um forte alinhamento de interesses entre os colaboradores da empresa e seus investidores visto que os sócios investem grande parte de seus patrimônios na companhia com o auxílio de um programa de Stock Options.
Inicialmente o portfólio concentra cerca de 4500 ações de empresas diversas em termos de geografia com capitalização de mercado entre US$ 500 milhões a US$ 10 bilhões e liquidez maior do que US$ 1 milhão por dia. Essa quantidade inicial é filtrada ao longo do tempo, atingindo-se como composição final entre 20 a 30 ações. Normalmente uma empresa permanece na carteira por aproximadamente 3 a 5 anos.
Acreditam na importância de investir em estratégias ESG, pois pode gerar impacto significante no mercado. Atualmente há cerca de US$ 2 trilhões alocados nessa estratégia (20% a 25% do portfólio), que está em crescimento em mercados emergentes e há mais oportunidades. Em comparação com 2008 houve um aumento consideravelmente elevado, visto que na época havia somente 2% a 5% alocados em ESG.
Com relação ao Brasil, aumentaram a posição de 11% para 16% no portfólio. Isso porque acreditam que houve uma reação muito forte dos mercados nos países emergentes e de fronteira na tentativa de mitigar o impacto do Coronavírus. Assim, observando que o Valuation das ações em mercados emergentes estava descontado em 65% (maior gap da história), conseguiram aproveitar a oportunidade e aumentar o volume de investimento nesses países.
Time de Análise - MZR