Reunião - JGP

Gestoras

Resumo da Call com Fernando Rocha (Macroeconomista chefe), Carlos Silva (Gestor de Renda Variável), Fábio Fonseca (Analista de empresas) e Alexandre Muller (Gestor de fundos de crédito) da JGP

Introdução

A JGP Gestão de Recursos é uma casa de gestão independente fundada em 1998, sendo assim uma das mais antigas do país ainda em atividade. A asset conta hoje com 81 profissionais, dos quais 25 são sócios da empresa. Encabeça a gestora André Jakurski, ex-sócio do Banco Pactual que, junto ao atual ministro da Economia, Paulo Guedes, fundou a casa nos anos 90 (a sigla JGP significa Jakurski, Guedes & Partners).

A JGP tem sob sua gestão 13 fundos, divididos em 4 classes: Crédito, Ações, Previdência e Multimercados. A soma desses portfólios resulta em um AUM (Assets Under Management) de aproximadamente R$ 17,1 Bilhões, o que coloca a JGP entre as 10 maiores gestoras independentes do país.

Comentários

O mês de maio foi caracterizado pela melhora dos mercados, depois de termos passado por um mês turbulento e com volatilidade elevada. A crise foi motivada pela disseminação do Covid-19 ao redor do mundo gerando pânico generalizado no mercado e incerteza, fazendo com que as pessoas liquidassem as carteiras. Assim, observou-se uma reação dos Bancos Centrais e governos em uma tentativa de aumentar a liquidez, proporcionar renda aos necessitados e aliviar pequenas e médias empresas por meio de empréstimos. Já em maio as curvas de novos contágios nos países desenvolvidos começaram a recuar, gerando mais otimismo e junto com a enorme liquidez no mercado, notou-se uma recuperação dos ativos de maior qualidade no mercado, que depois se espalhou para os países emergentes.

A crise foi motivada por um fator exógeno temporário. Como no passado já houve episódios de crise aguda semelhantes em termos de liquidez, acreditam que isso junto a um cenário de juros baixos e alta liquidez, formará uma bolha dos ativos favorecendo a recuperação. Outros fatores que também podem contribuir para isso são os estímulos do Banco Central e o crescimento de investidores de varejo na bolsa. Há uma possibilidade concreta de acontecer essa recuperação, mas o Brasil terá mais problemas, principalmente na parte fiscal com previsão de déficit de aproximadamente 10% do PIB e um teto de gastos quase no limite.

Enquanto os mercados no exterior já estavam melhorando, em maio o Brasil passou por uma série de turbulências devidos ao ruído político causado principalmente pela saída do ministro Sérgio Moro acusando o governo de ter influenciado na Polícia Federal. Porém, após comprovar que na gravação da reunião ministerial não havia nenhuma prova de interferência, o mercado começou a melhorar. Outro fator que permitiu essa alta foi a divulgação de eventuais vacinas até o final do ano. Dada a melhora do ambiente com a volta do câmbio e inflação baixa (~2%), acreditam que a SELIC atingirá 2,25% e que em um horizonte de 6 meses, o dólar se aproximará de R$ 4,50 e a bolsa atingirá 100.000 pontos.

Porém, ainda há riscos no horizonte que devemos ficar atentos: possibilidade de segundo contágio na reabertura da economia, conflito entre China e EUA, ruídos políticos no Brasil (Bolsonaro x STF) e eleições americanas se aproximando (questão dos impostos para empresas pode piorar se Trump não for eleito).

Posição dos fundos

Os fundos multimercado tiveram um desempenho positivo em maio no book de bolsa, tanto em operações direcionais quanto em valor relativo. No direcional, quando a bolsa não estava performando bem se aproveitaram das ações de e-commerce, que acreditavam ser um setor com grande oportunidade e crescimento. Em maio reduziram essas posições e começaram comprar ações de empresas que poderiam se beneficiar da reabertura do mercado, como empresas de distribuição de combustível, vestuário e locações de automóveis. Neste momento estão com riscos reduzidos, mas como o mercado está muito propício a boas oportunidades em geração de alfa, aumentarão gradualmente os riscos. Performances: JGP Max sobe 0,78% em maio e 4,2% a.a., JGP Strategy sobe 1,16% em maio e 5,86% a.a..

Com relação aos fundos de ação, posicionaram a carteira em 3 temas principais: câmbio, exportadoras e e-commerce de empresas que tendem a se beneficiar com a crise. Nas últimas semanas, dado o cenário de melhora, migraram uma parte da carteira para setores domésticos que tinham ficado para trás como bancos e construção civil. Não fizeram mudanças relevantes no core da carteira, então as principais posições continuam sendo Mercado Livre, Vale, B3, Oi, Magazine Luiza e Natura.

O mercado de crédito nos meses de março e abril, quando tivemos elevada volatilidade ficaram para trás, como era esperado. Isso porque essa classe de ativos não se caracteriza pelo Market timing, o principal componente de retorno é o carrego. Estão com uma perspectiva mais construtiva para junho, pois conforme a volatilidade é reduzida, mais espaço para essa classe performar melhor é criado. Com o aumento da liquidez no mercado proporcionado pelo BC, os mercados primários se reabrem facilitando o refinanciamento das dívidas das companhias reduzindo o risco de inadimplência. Os principais destaques nas carteiras em abril dos fundos de crédito foram adição de bonds de Cemig, Petrobrás e Aegea. Em maio fizeram uma alocação em emissão primária de Lojas Americanas em uma taxa de CDI+3% para 3 anos.

Time de Análise - MZR

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