Ligação realizada com Caio Santos (Comercial) e André Lion (Gestor) da Ibiúna em 03/07/2019
INTRODUÇÃO
A Ibiúna Investimentos é uma gestora fundada em 2010 que tem atualmente aproximadamente R$ 6,0 Bilhões em ativos sob gestão. Hoje o grupo de gestão distribui a sua atuação em 3 estratégias de fundos: multimercado macro, renda variável e previdência.
A casa tem como sócios-fundadores Mário Torós e Rodrigo Azevedo. Mário, co-CIO da Ibiúna, foi Diretor de Política Monetária do Banco Central (2007-2009) e Diretor Executivo da Tesouraria do Santander (1999-2006); Rodrigo, co-CIO da casa, foi Global Co-Head de Research do Credit Suisse First Boston (1998-2004) e também Diretor de Política Monetária do Banco Central (2004-2007).
Em 2011, André Lion se juntou ao time de gestão, sendo responsável pelas estratégias de renda variável. André possui mais de 20 anos de experiência, tendo iniciado a sua carreira no Banco Itaú, posteriormente se juntou a equipe da BRZ, fazendo a gestão dos fundos Long Short.
Vale ressaltar também a estrutura da casa: a Ibiúna tem hoje 39 funcionários, 21 dos quais são sócios (a asset funciona mediante um sistema de partnership), refletindo uma robustez muito acima da média do mercado. Essa estrutura é necessária dado o perfil do passivo da casa, que tem um peso muito grande vindo de clientes institucionais.
COMENTÁRIOS (Caio Santos e André Lion)
Caio comentou sobre a boa performance dos fundos da casa no mês de junho, em particular os fundos: (1) macro, Ibiúna Hedge STH que rendeu 4,67% (993,62% do CDI) e o long short, Ibiúna Long Short STLS que rendeu 2,22% (472,34% do CDI).
André comentou sobre o cenário macro e como os fundos estão posicionados na classe renda variável.
A casa está cética quanto ao crescimento da economia desde o começo do ano. Acreditavam que o mercado estava demasiadamente otimista e consequentemente, precisavam tomar muito cuidado com os valuations. O mercado precifica que a reforma da previdência vai passar. Por este motivo, caso haja uma quebra de expectativa, haverá um forte reprecificação dos ativos.
Apesar da importância dada a reforma da previdência, a casa acredita que o impacto positivo na economia vai demorar para acontecer. Pelo fato da relação dívida/PIB ainda estar alta, será preciso desalavancar antes. Até que isto ocorra não deve haver investimentos expressivos e o PIB de 2020 deve ser semelhante ao de 2019. Para o mercado de renda variável, o fluxo estrangeiro não deve vir com a aprovação da reforma.
Para definir as teses que comporiam a carteira decidiram que a melhor maneira de se posicionar dado estas perspectivas era realizar um screening de empresas que podem gerar resultados mesmo sem crescimento do PIB e com valuation barato. A apreciação das ações deste tipo de empresas ocorre porque a melhora dos resultados se dá através de melhorias operacionais (maior eficiência e redução de custos) e redução do custo de capital (oportunidade no mercado de dívida).
POSICIONAMENTO DA CARTEIRA
Desde o início do ano seguem com o mesmo cenário e realizaram o lucro em alguns ativos como Cyrela (CYRE3), MRV (MRVE3) e Iguatemi (IGTA3).
Ainda mantem na carteira: Cesp (CESP6), JSL (JSLG3), Pão de Açúcar (PCAR4), Via Varejo (VVAR3), Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4) e Petrobrás (PETR4)
Pão de Açúcar e Via Varejo: focados na economia doméstica, não dependem tanto do crescimento do PIB, e especificamente para Via Varejo, está descontada e deu início ao processo de turnaround com a volta de Michel Klein.
Petrobrás: os desinvestimentos estão ocorrendo. A saída no segmento de refino deve reduzir a pressão sobre a empresa, pois reduz a capacidade de controlar os preços dos combustíveis.
Bradesco: os bancos privados limparam a carteira de crédito, e com isto, a assimetria de risco é favorável para os compradores.
Time de Análise - MZR