*Principais indicadores: CDI +0,24%, Ibovespa +8,60%, Prefixados (IFR-M) +1,41%, Ativos IPCA (IMA-B) +1,51%, Imobiliários (IFIX) +2,1%, Dólar (futuro) -0,01% e Multimercados (IHFA) +1,87%*
Mesmo com os obstáculos ao longo do percurso, em especial aqui no Brasil, maio seguiu sendo um mês de retomada para todas as classes de ativos, após as perdas vivenciadas no final de fevereiro e no mês de março.
No mercado local, os confrontos na esfera política foram a principal razão da volatilidade nos preços dos ativos em maio, dado que existia uma considerável apreensão em torno da divulgação das gravações da reunião ministerial, na qual o ex-ministro Sergio Moro acusou o presidente de intervir ativamente na Polícia Federal. Ainda no cenário nacional, tivemos a troca do segundo Ministro da Saúde em menos de um mês de mandato, fato que levantou mais questionamentos sobre as perspectivas de superação da pandemia (que apresenta uma aceleração no número de casos no Brasil), bem como as possibilidades de reabertura da economia e fim do isolamento. Além disso, o IBC-Br (que consiste em uma espécie de prévia do PIB), referente a março, mostrou uma contração de 5,9% em relação ao mês anterior, mostrando sinais do possível impacto na economia nesse ano.
Na segunda metade do mês de maio foi divulgado publicamente o vídeo da reunião ministerial. O seu conteúdo não foi tão prejudicial quanto o mercado precificava, uma vez que não trouxe provas claras de intervenção e mostrou um forte apoio do Presidente ao Ministro da Economia Paulo Guedes, o que levou ao início da retomada dos preços dos ativos locais. Outro fator que favoreceu a alta dos mercados foi o corte de 0,75 ponto percentual da taxa Selic, colocando a mesma em 3,00% ao ano. Isto surpreendeu parte do mercado, bem como a insinuação do Banco Central da possibilidade de outra redução na mesma magnitude em junho. Já no final de maio, o Presidente Bolsonaro vetou o reajuste nos salários dos servidores públicos até 2021. Esta era uma das principais preocupações do mercado (caso fosse mantida), em virtude do impacto que teria no fiscal do país a médio prazo.
Quando comparamos o Brasil ao cenário externo, nosso país foi relativamente mais tranquilo, não obstante uma maior preocupação, em alguns momentos, envolvendo o aumento da temperatura no relacionamento entre Washington e Pequim. A deterioração dos dados econômicos ao redor do mundo, que gerou um aumento no número de desempregados e retração da atividade, também foi motivo de preocupação externa. Importante salientar que maio foi um mês em que algumas empresas mostraram bons avanços nos testes de uma possível vacina para o coronavírus, ao mesmo tempo que o Estados Unidos e os países europeus deram início a uma reabertura gradual de suas economias, relaxando as medidas de contenção da população.
Nos Estados Unidos, mesmo com a crise sanitária ainda sendo grave, alguns indicadores econômicos começaram a mostrar que o pior momento poderia ter passado. Com isso, as bolsas ao redor do mundo subiram em maio, suportadas pelas expectativas de retomada das economias por fatores como: i. o relaxamento do isolamento, ii. possibilidade do desenvolvimento de uma vacina ainda este ano, iii. e em virtude dos estímulos fiscais e monetários realizados. Mesmo com o maior otimismo observado no último mês, os riscos à frente ainda são relevantes. O confronto entre Estados Unidos e China se mantém e, inclusive, se intensificou na última semana. A existência da possibilidade de uma segunda onda de contágio pelo mundo, o que criaria um cenário de desconfiança a das pessoas e investidores, resultaria em uma segunda desvalorização acentuada dos ativos de risco.
No Brasil ainda seguimos preocupados com a primeira onda de coronavírus, que, quanto mais tempo se arrastar, maior será o seu impacto na economia. As incertezas políticas internas, também se mantém relevantes, já que não temos visibilidade de uma retomada das discussões envolvendo as reformas econômicas no Congresso.
Para as carteiras, realizamos mudanças na carteiras moderadas, com a redução da posição em multimercados e o aumento em bolsas internacionais (mudança que já havíamos implementado no perfil agressivo). Além disso, aumentamos a recomendação no fundo multimercado macro da Vinland, que faz um ótimo trabalho nos últimos meses, conseguiu reorganizar a sua estrutura e tem um foco maior em juros e câmbio, algo que descorrelaciona mais os nossos portfólios à medida que aumentamos a alocação em bolsa nos últimos meses.
Os ativos indexados ao CDI, continuam a trajetória de queda em seus retornos à medida que o Banco Central realizou um novo corte na taxa Selic. No mês de maio o Copom surpreendeu o mercado com um corte de 0,75% e levou a taxa para 3,00% ao ano, além de deixar a porta aberta para novos cortes se mostrando comprometido em perseguir o regime de meta da inflação. Os reflexos disto já começam a ser observados nos vértices mais curtos da curva de juros, à medida que a sua inclinação aumenta em relação ao meio da curva.
Como resposta a este movimento no mercado de juros, os emissores têm aumentado as suas taxas de emissão dos ativos de renda fixa como forma de manter a procura pelos títulos. Com isso os títulos de crédito corporativo que sendo nossa principal recomendação, estão tendo cada vez menos ofertas e pouca disponibilidade no mercado. O que nos fez a trocar a estratégia para os ativos bancários isentos de curto prazo, de maneira a aproveitar essa abertura nas taxas oferecidas e também se beneficiando da isenção fiscal.
A divulgação do IPCA de maio (IPCA-15) em -0,59%, além de dar continuidade ao registro taxas negativas em 2020, também surpreendeu o mercado vindo abaixo a mediana de -0,47% que era esperada pelo mercado. Com o resultado, o índice recuou para uma alta de 1,96% nos últimos 12 meses, bem abaixo dos 2,92% acumulados no mês anterior e se mantendo bem abaixo do centro da meta de inflação perseguida pelo Banco Central, de 4% em 2020.
O resultado da inflação do último mês, levou o acumulado para 0,35% no ano de 2020. Como reposta a este cenário de deflação que vem persistindo, o Banco Central tem demonstrado a intenção de manter a trajetória de que nos juros. O que mantém a oportunidade para os ativos indexados ao IPCA com duration mais curto entre 2,5 e 4,5, que já tínhamos recomendado no fechamento do mês de abril, à medida que estes papéis continuam apresentar taxas juros reais superiores a 3,00% ao ano com isenção de imposto.
O índice IHFA registrou uma alta de 1,87% no mês, reduzindo a queda no ano para -2,71%. Vimos a grande maioria do mercado ainda posicionado em bolsas internacionais via o S&P500 ou taticamente entre outros índices setoriais, com muitos deles montando proteções no Ouro. No cenário local, os fundos conseguiram capturar a performance da bolsa (o índice IHFA inclui fundos Long Biased) via stock picking na maioria das vezes, além de posições em juros (parte curta da curva) e via posições em reais taticamente à medida que a moeda chegou a desvalorizar em níveis muito acima dos pares emergentes. Seguimos otimistas com a classe de ativo, embora o nosso foco tenha sido aproveitar cada vez mais a geração de alfa via ativos descorrelacionados.
Após um mês de forte baixa em março, os mercados globais, incluindo o Brasil, recuperaram parte da perda em abril e agora em maio. O Índice Ibovespa subiu +8,6% no mês, acompanhando +4,5% do S&P500 e +3,0% do Euro STOXX 600, ambos em dólar. Vimos uma melhora no cenário global com relação ao combate à pandemia, com uma série de países controlando de forma efetiva a curva de novos casos e reabrindo suas economias. No cenário doméstico, tivemos o corte da taxa Selic para 3%a.a. (ainda com sinalização de um corte adicional para o patamar de 2,25%), além dos desdobramentos das saídas de 3 importantes ministros (dois na Saúde e Moro na Justiça), com os desdobramentos da divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril, que foi tornado público pelo Supremo Tribunal Federal na penúltima semana de maio. O tão aguardado vídeo não pareceu ter trazido um forte indício por parte do Presidente da República de querer intervir diretamente na Polícia Federal para benefício próprio, como havia sido divulgado após a saída do ex-Ministro Sergio Moro. Os mercados reagiram bem e o risco político de um eventual impeachment foi reduzido drasticamente, com a relação do governo com o legislativo melhorando. Sendo essa uma crise com começo, meio e fim, ao contrário do cenário em 2008, entendemos que os fundamentos das companhias não foram alterados no longo prazo. Tendo isso em vista, seguimos vendo a bolsa como um veículo atrativo para se investir no Brasil, tendo sempre como visão de horizonte o médio/longo prazo: (a) cenário de juros baixos estruturais, (b) valuation de empresas extremamente atrativos pós queda recente, especialmente de nomes premium e/ou defensivos, (c) média dos dividendos das empresas (4,5% a.a.) no Ibovespa pela primeira vez na história acima da Selic, (d) baixa alocação dos fundos locais e estrangeiros em renda variável comparado com os níveis históricos, (e) P/L (Preço/Lucro, principal múltiplo de avaliação de preços das ações) abaixo do patamar histórico, devendo negociar com premium e (f) grande estoque de renda fixa no Brasil que deve migrar para ativos reais de renda variável, dado que a realidade de juros altos não existe mais. Os maiores gestores de ações do Brasil seguem otimistas no médio/longo prazo, tendo inclusive reaberto seus fundos para novas aplicações. Para o final do ano, as casas de análise enxergam um upside de aproximadamente 15%.
A carteira de ações MZR teve uma performance positiva de 14,1% em maio, contra +8,6% do Ibovespa no mesmo período. Tivemos uma boa performance das empresas ligadas ao ecommerce (Via Varejo +35,1% e Magalu +29,5%) com a migração para setores funcionais e com boas perspectivas atuais de crescimento, além de Sabesp (+35,5%) que andou bem com a queda do dólar (alto endividamento na moeda) e projeção de reabertura da atividade em SP (contribuição para uma menor inadimplência). Aproveitamos a alta recente do papel, inclusive, para retirá-lo de nossa carteira de ações, uma vez que entendemos que no cenário atual as discussões referentes a aprovação do Marco Regulatório do Saneamento e possível privatização da Sabesp foram adiadas, que era a grande alavanca de alta do papel. Aumentamos em paralelo nossa posição em Petrobrás e vale em 5% cada, visando absorver ganhos com a reabertura das economias globais, consumo de commodities e proteção na variação cambial.
Após quedas acentuadas no primeiro trimestre do ano, o IFIX apresentou alta de 2,1% em maio (após a alta de 4,4% no mês passado), recuperando parte da queda de -16,8% no ano. O número de investidores em fundos imobiliários atingiu o patamar de 818 mil investidores em abril pessoa física (+3,4% contra o mês passado), acumulando desde o começo do ano uma alta de 29,4%. Continuamos otimistas com o mercado imobiliário apesar de um cenário macro desafiador do curto prazo, uma vez que as taxas de juros estão em seu menor patamar histórico, tornando o investimento em fundos imobiliários atrativo. No curto prazo, vemos que a crise afetou principalmente as distribuições de proventos, devido a uma menor atividade da economia, mas que, dada a precificação atual dos ativos, acreditamos ser uma boa oportunidade de comprar fundos de qualidade por um preço abaixo do valor patrimonial e gerar ganhos de capital no futuro. Por ser um mercado ainda de baixa liquidez e com um número relevante de novos CPFs como investidores, houve uma migração de recursos para o mercado acionário e uma força vendedora de volume não relevante que puxou o mercado para baixo. Vimos fundos negociados a 30% abaixo do valor patrimonial e pagando rendimentos históricos de 400% do CDI isento na cota a mercado, o que enxergamos como uma grande distorção. fundamentos de longo prazo seguem positivos, juros estruturais seguem baixos e o imóvel não perde seu valor.
A carteira de fundos imobiliários MZR teve uma performance positiva de 3,5% em maio, contra 2,1% do IFIX no mesmo período. As melhores performances ficaram para o HFOF11 (+11,4%), fazendo jus ao caixa captado pré cenário de crise para fazer bons trades no mercado secundário descontado, e o RBRR11, o qual divulgou ao mercado que todos os CRIs estão em dia com as obrigações, tendo apenas algumas negociações pontuais nos juros, mantendo uma preservação do principal. Vale mencionar, ainda, que todos os FIIs da carteira estão em situação confortável de liquidez e possuem um portfólio de alta qualidade pra gerar resultados sólidos no médio/longo prazo.
Carteira Agressiva
Carteira Moderada
Carteira Conservadora
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