*Principais indicadores: CDI +0,21%, Ibovespa +8,76%, Prefixados (IRF-M) + 0,79%, Ativos IPCA (IMA-B) +2,05%, Imobiliários (IFIX) +5,59%, Dólar (Ptax) +0,92% e Multimercados (IHFA) +1,81%*
O mês de junho representou o terceiro mês de recuperação nos preços em boa parte dos ativos de risco, depois das fortes quedas observadas no primeiro trimestre do ano.
No mercado local, o front político se mostrou bem mais calmo que nos meses anteriores, isto mesmo em meio a retomada do caso Queiroz.
Como resultado, o foco do mercado se voltou para as divulgações de dados econômicos e à trajetória dos números de casos de coronavírus em uma tentativa de projetar o ritmo de retomada das economias.
Apesar de no lado econômico as informações sinalizarem que o pior momento já passou, no ponto de vista da saúde, o contínuo avanço da doença, principalmente nos EUA e no Brasil, assustou os investidores resultando em um forte movimento de volatilidade durante o mês. O que trouxe também um receio sobre a possibilidade de uma segunda onda de contágio, algo que traria como consequência a necessidade de uma nova paralisação.
Mesmo já considerando que o pior momento para a economia pode ter passado, isso não significa que a situação seja das melhores. No decorrer do mês de junho, as projeções de diversas instituições foram revisadas negativamente em relação a expectativa dos PIBs de 2020 para a grande maioria dos países.
Frente a estes dados mais negativos, os governos e bancos centrais de EUA e Europa já começaram a estudar a possibilidade de realizar novos pacotes de estímulos na tentativa de recuperar a economia de forma mais rápida.
Aqui no Brasil, alguns dados não vieram tão ruins quanto esperado e o Banco Central cortou mais 0,75 p.p. da Selic, levando-a para 2,25% ao ano. Na comunicação, o BC deixou ainda a porta aberta para alguma possibilidade de mais um pequeno corte. Com isso, naturalmente o mercado já precifica uma taxa de 2,00% no final deste ano.
Ainda com a possibilidade de uma segunda onda causando um certo temor no mercado, as indicações de uma possível extensão dos estímulos ficais (gastos dos governos), baixas taxas de juros e a possibilidade de um cenário em que a recuperação aconteceria mais rápido que o estimado anteriormente, impulsionou o apetite a investimentos de risco, principalmente ações. Ao longo do mês, o S&P, principal índice de ações dos EUA, chegou a recuperar as suas perdas no ano.
Quando olhamos para os próximos meses, notamos que grande parte dos ativos já parecem precificar um cenário de recuperação econômica relativamente rápida, que caso não venha a se concretizar pode levar os preços a um novo ajuste de expectativas. Tal fato, ressalta mais a importância de se ter um portfólio bem diversificado.
Lembrando que ainda temos os riscos das incertezas políticas internas que são relevantes, já que ainda não existe a visibilidade frente a uma possível retomada das votações das reformas econômicas no Congresso. Como reflexo disso, poderemos ver possíveis novas altas na expectativa de juros, resultando em um impacto negativo para títulos de renda fixa prefixados e atrelados à inflação, ações e fundos imobiliários. O cenário exige cautela, a gestão ativa com diversificação do portfólio se mostram essenciais para seguirmos em busca dos retornos por perfil dos investidores.
Não realizamos mudanças no portfólio para junho e seguimos monitorando as oportunidades nos mercados desenvolvidos, além de ativos de renda fixa (juros reais) e de renda variável locais.
Os ativos indexados ao CDI, continuam a trajetória de queda em seus retornos à medida que o Banco Central realizou um novo corte na taxa Selic. Diferente do mês anterior, em junho o Copom se mostrou mais alinhado com as estimativas do mercado e seguiu com um novo corte de 0,75 p.p. levando a Selic para 2,25% ao ano. Apesar de não ter sido tão claro e enfático na sua comunicação, o Banco Central deixa a porta aberta para mais um pequeno corte que segundo estimativas colocaria a taxa em 2,00% no final de 2020.
Porém mesmo com a nova redução dos juros, não vimos um movimento similar nas taxas de remuneração dos ativos de renda fixa que permaneceram nos mesmos patamares. Quando somamos isto a baixa oferta de ativos de crédito corporativo e a uma expectativa de permanência dos juros em patamares mais baixos, não vemos necessidade de travar os recursos por 3 anos em emissões bancárias para ganhar mais 40% do CDI no final. Por isso continuamos com a estratégia de ativos curto com isenção para aproveitar a eficiência fiscal ou papéis com liquidez, o foco é ter agilidade na carteira para aproveitar oportunidades em outras classes de ativos.
A divulgação do IPCA de junho (IPCA-15) em alta de 0,02%, mostrou algumas surpresas, com altas mais expressivas em alimentos, itens para casa e comunicação, mas não alterou o cenário de uma inflação baixa. No entanto a inflação deve acelerar até o final do mês, com o IPCA marcando alta entre 0,25% e 0,30%, principalmente por conta dos reajustes dos preços dos combustíveis, segundo economistas. Em 12 meses, a inflação acumula alta de 1,92% até o IPCA-15 de junho, taxa bem abaixo da meta de 4% perseguida pelo Banco Central.
Com a retomada do indicador de inflação, ainda que aos poucos, o mercado de títulos corporativos também vem voltando aos poucos com novas emissões indexadas ao IPCA. O novo cenário pós pandemia que vem se formando, tem ainda grande impacto nas novas taxas dos ativos que já saem pagando um juro real de 5% isento. O que nos levou a alongar a duration destes ativos para algo entre 4,5 e 7,0, já que frente a um cenário de juros mais baixos por mais tempo as taxas mais longas ficam bem mais atrativas quando comparada com a atual curva de juros.
O índice IHFA teve um desempenho de 1,81% em junho, no ano já retorno para um desempenho de -0,94%. Os fundos, em sua maioria, conseguiram aproveitar bem a alta da bolsa brasileira, somada as oportunidades na curva de juros. A curva se mostrou cada vez mais inclinada e vários gestores conseguiram se aproveitar bem do movimento tático que conseguem trazer nas carteiras. Além disso, taticamente vimos muitos gestores ganharem dinheiro novamente com o USD conforme o real apreciou durante o mês, movimento que foi revertido em quase todos os emergentes. Lá fora, o foco segue em empresas americanas, as demais posições globais são apenas feitas via valor relativo, ou seja, sem exposição direcional clara. Seguimos confiantes na estratégia, seguindo a divisão de fundos macro (estruturais e dinâmicos), valor relativo (long Short) e sistemáticos ou quantitativos. Aumentar a volatilidade dos produtos nos parece mais interessante, a medida que os custos de veículos de baixa e média volatilidade sejam próximos ou iguais aos custos de ativos com mais volatilidade.
O índice da bolsa brasileira teve novamente um mês bastante positivo com alta de 8.76%, superando maio. No comparativo, bolsas globais operaram com altas menores, +4.19% do EuroStoxx e +1.84% no índice S&P 500, mesmo com as incertezas globais apresentadas, como uma possível segunda onda de contaminação e ruídos nas relações comerciais (EUA-CHINA e Europa). No ano, a bolsa brasileira continua ainda sendo uma das piores do mundo, com queda acumulada de quase 18% e com saques de mais de R$75 bilhões por investidores estrangeiros.
Localmente, tivemos nova decisão do banco central que ajustou a taxa Selic para um novo recorde mínimo, aos 2.25% a.a. e com expectativas de uma nova queda de 25 pontos base, cenário que corrobora com nossa perspectiva positiva para bolsa brasileira ao longo do ano. Além disto, fundos multimercados ainda apresentam percentuais abaixo da média histórica em bolsa, o que tende a gerar mais fluxo para a renda variável nos próximos meses. Em linha com o novo cenário que temos no país, algumas casas projetam uma entrada de capital próximo a R$1 tri de reais em bolsa se considerarmos que o brasileiro irá diminuir sua participação na poupança e em ativos de renda fixa como um todo.
No mais, vemos como positiva a aprovação do novo marco legal do saneamento no congresso e que agora depende da sanção do presidente da república, Jair Bolsonaro. Dentre as mudanças na regulação, a ANA(agencia nacional de aguas) passa a ser responsável pelo setor e há como meta a ampliação do sistema de agua e esgoto no pais até 2033, o que deve gerar uma injeção forte de capital nas empresas do ramo nos próximos anos. Embora aprovado, ainda há uma visão negativa com relação a piora da possiblidade de privatizações das companhias.
Por outro lado, o desgaste político continuou em pauta com as investigações da CPI das fake News em andamento e a prisão do ex-assessor do deputado Flavio Bolsonaro, Fabricio Queiroz. Nos próximos dias é esperado que Queiroz dê sua versão sobre os fatos investigados e seu desaparecimento. Vale lembrar, que a pesquisa Ibope ainda mostra que Bolsonaro tem algo próximo a 30% de aprovação do eleitorado brasileiro, o que de acordo com analistas políticos traz certo conforto.
A carteira de ações MZR apresentou alta de 7,6%, tendo como destaques as performances dos papeis: VVAR3 (+23,5%), MGLU3 (+11,3%), MOVI3 (+17,9%). Não houve mudanças no portfólio da carteira para o mês de julho.
Junho foi marcado pelo melhor mês para o índice IFIX desde o início do ano (+5.6%) e já se soma a terceira janela positiva consecutiva. Em 2020 o índice ainda detém performance acumulada negativa de 6.90%, mas nos parece claro que a classe está se recuperando, assim como os ativos de renda variável como um todo. Embora ainda há bastante incerteza com relação ao curto prazo, observamos ao longo do mês a abertura gradual da economia, assim como a reabertura de alguns Shoppings Centers, o que favorece determinados ativos.
Entre as classes mais beneficiadas, os fundos de ativos logísticos apresentaram ótima performance (ex. XPLG11 +13.55%), assim como fundos imobiliários híbridos (fundo de fundos). Observamos que a distribuição de proventos continua sendo afetada, em função de uma menor atividade econômica, mas que ainda há boas oportunidades de compra quando analisamos: P/VP de reposição em média de 1.09x e o prêmio de risco da NTNB 2035 um pouco abaixo do spread histórico de 300 bps. O que nos chama atenção é que não encontramos mais fundos com alto nível de desconto como observamos em abril e maio. Logo, aumenta a importância na seleção de ativos de qualidade e o pensamento de longo prazo para encontrarmos bons retornos.
Em suma, continuamos otimistas com o setor no longo prazo, tendo em vista os juros no menor patamar da história do pais, embora haja desafios importantes nos próximos meses.
A carteira MZR apresentou alta de 6,9% no mês e tem acumulado -12,9% ao longo do ano. Os principais destaques para junho vieram dos papeis: XPLG11 +13,01%, MGFF11 +8,44%, VILG11 +9,97%, HABT11 +5,92%.
Carteira Agressiva
Carteira Moderada
Carteira Conservadora
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Este conteúdo tem propósito exclusivamente informativo e se baseia em dados estatísticos, metodologias probabilísticas, fatos concretos do mercado financeiro e em resultados financeiros apurados e nas conclusões da MZR Consultoria considerando o perfil de clientes que se adequem aos ativos e estratégias que compõem as carteiras apresentadas acima. Em nenhum momento, o conteúdo desta mensagem representa recomendações de investimento financeiro de qualquer natureza.
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