BRASÍLIA - O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Joaquim Levy, deixará ocargo. Ele vai anunciar a sua decisão amanhã.
O diretor recém-nomeado para a áreade Mercado de Capitais do BNDES, Marcos Barbosa Pinto, pivô da crise exposta hoje em declarações do presidente Jair Bolsonaro, enviou a Levy seu pedido de demissão.
A situação de Levy no Ministério da Economia veio se agravando nas últimas semanas. Fontes próximas ao ministro Paulo Guedes se queixavam abertamente de uma demora do BNDES em se desfazer da carteira de ações da Bndespar e de uma suposta resistência para devolver ainda este ano até RS 126 bilhões de empréstimos do Tesouro Nacional ao banco de fomento.
Uma situação que poderia ter sido resolvida pelo ministro da Economia tomou, ontem, proporção de crise quando Bolsonaro declarou a jornalistas que a cabeça de Levy estava a prêmio. Ou ele demitia Barbosa Pinto, por ter trabalhado no governo do PT, ou Levy seria demitido na segunda-feira pelo próprio Bolsonaro.
Só não ficou claro se a nomeação de Barbosa Pinto foi apenas um pretexto para o presidente da República exonerar Levy,ou se ele não aceitou a escolha de um nome que, assim como Levy, havia trabalhado no governo na gestão do PT.
Também não está claro o que o governo quer do BNDES. Não é segredo que há pessoas próximas ao ministro Paulo Guedes que não veem função para o banco e que consideram a hipótese de simplesmente fechá-lo.