Principais indicadores:
Locais: CDI +0,49%, Ibovespa -6,74%, Prefixados (IRF-M) -2,63%, Ativos IPCA (IMA-B) -2,54%, Imobiliários (IFIX) -1,47%, Dólar (Ptax) +3,57%, Multimercados (IHFA) -0,67% (28/10)
Internacionais: MSCI Global: +5,39%, S&P 500 +6,91%, Euro Stoxx +1,14%, MSCI China +2,53%, MSCI EM +1,07%, Ouro +1,53%, Petróleo +11,38% e Minério de ferro -9,77%
Após uma queda expressiva dos mercados em setembro, o mês de outubro foi marcado pela forte recuperação dos ativos de risco pelo mundo. A bolsa americana atingiu a sua maior pontuação no S&P, subindo 6,91% no mês e atingindo os 4.600 pts. A Europa seguiu o mesmo movimento de alta nas bolsas e até mesmo a bolsa chinesa teve certa recuperação, após a apreensão com os problemas financeiros da empresa Evergrande. Por fim, o Brasil mais uma vez não capturou esse viés otimista e a questão fiscal entrou novamente no radar (Ibovespa caiu 6,74% no período).
Internacional : Bons resultados corporativos pelo mundo, crescimento econômico ainda consistente e a antecipação do processo de normalização dos juros
Seguem as atualizações dos temas globais considerados como os mais importantes na visão do nosso Family Office para o mês:
Brasil: Sem teto, o mercado já precifica juros de dois dígitos no primeiro trimestre de 2022
Em mais uma estratégia muito contestada pelo mercado, a equipe econômica anunciou, juntamente com o presidente e o congresso, um acordo para aumentar o programa conhecido como “Auxilio Brasil” (antigo Bolsa Família) no valor de R$ 400,00. O valor estaria acima dos R$ 300,00 recomendados pela equipe econômica anteriormente, o que culminou no pedido de demissão de dois secretários importantes da equipe de Paulo Guedes. Para piorar, o orçamento não deverá ser compensado por uma arrecadação maior via a Reforma do Imposto de Renda que encontra fortes resistências no Senado, portanto, coube ao Ministro da Economia pedir para parte do gasto ficar fora do teto via aprovação da PEC dos Precatórios que está em progresso no congresso.
O anúncio assustou o mercado. O governo do presidente Jair Bolsonaro vai reviver “fantasmas” antigos e colocar a trajetória da dívida pública novamente em risco no país. Tal situação evidencia um “ato de populismo” desesperado do executivo, que buscará a qualquer custo contornar a alta desaprovação do governo (segundo as pesquisas feitas nos últimos meses). Para piorar, as projeções para a inflação começam a subir consideravelmente para os próximos anos após tal anúncio e vimos a curva de juros de 2 anos saltar de 9% para algo próximo a 12%. O mercado de juros altos deverá retornar, sendo a única estratégia possível para o Banco Central controlar as pressões inflacionárias, o que já fez com que o Copom elevasse os juros em 1,5% na reunião de outubro. Segundo o comunicado do Copom, ainda devemos esperar mais uma alta de 1,5% prevista para dezembro e provavelmente mais uma alta na mesma magnitude até o primeiro trimestre de 2022.
O Brasil infelizmente surpreendeu novamente os mercados e, como muitos dizem, parece fazer de tudo para "não dar certo”. A era dos juros na casa dos dois dígitos voltou e com ela devemos criar um cenário de aperto monetário, com o PIB caminhando para um crescimento próximo a zero e uma inflação novamente acima do teto estabelecido pelas autoridades monetárias do país.
CARTEIRAS E POSICIONAMENTO
Analisamos com muita cautela todo o movimento da curva de juros brasileira no mês de outubro e com isso revisamos os portfólios de perfil moderado e agressivo. Em ambos os casos, reduzimos as posições atreladas ao IPCA e para a classe de retorno absoluto, aumentando posições de ativos pós-fixados. A alocação vai buscar papéis de títulos high grade corporativos ou bancários com retornos potenciais de 130% do CDI ou até mesmo fundos de crédito privado que consigam buscar um retorno-alvo de CDI + 1,5% ou 2%, dependendo do perfil.
O ajuste do portfólio nos faz pensar que podemos reduzir a volatilidade das carteiras sem abrir mão de retorno. Os retornos dos juros nominais voltarão a interessar depois de 24 meses de baixo potencial. Vale lembrar que a nossa alocação em bolsas está mais voltada para ativos internacionais ou fundos de renda variável locais que garantam uma gestão ativa de qualidade e, por muitas vezes, mais defensiva. Por fim, entendemos que esse novo cenário de juros pode trazer uma valorização do real nos próximos meses e seguimos com uma visão neutra para carregar papéis dolarizados.
A atual deterioração prevista no ambiente fiscal brasileiro é provocada principalmente pela nova proposta de financiamento do Auxílio Brasil, que pode desancorar o teto de gastos e aumentar o risco de um cenário de dominância fiscal. Tal ameaça pressionou fortemente a curva de juros brasileira e culminou na intensificação do ciclo de aperto monetário. Mesmo com a alta de 150 pontos-base na Selic por parte do COPOM e projeção de elevação de mesma magnitude na última reunião do ano, o que levaria a uma taxa de 9,25%, o mercado entendeu como branda a tentativa do Banco Central de atingir a meta de inflação para 2022 e passou a embutir prêmio significativo na curva de juros. No fechamento do mês, a curva tem apresentado um movimento de bear flattening, com alta bastante expressiva dos juros de curto prazo, enquanto os mais longos sofreram menos com o movimento de abertura.
O último Boletim Focus elevou ainda mais suas projeções dos juros, para 9,25% em 2021 e 10,25% em 2022, contra uma expectativa de 8,25% e 8,50% no início do mês, respectivamente. A projeção de inflação para o ano que vem foi elevada de 4,14% para 4,55%. Apesar de estar apenas um pouco acima do teto da meta, não será uma surpresa se os valores continuarem sendo revisados para cima, vide o IPCA-15 de outubro. A leitura foi de 1,2% frente a 1,0% esperado, indicando que a pressão inflacionária ainda não arrefeceu. Somado a isso, as incertezas externas aumentam, com a iminência da retirada dos estímulos monetários nos Estados Unidos e a discussão sobre a data de elevação da taxa de juro americana, o que adiciona volatilidade na curva brasileira.
A queda nos índices de referência dos títulos públicos foi bastante acentuada no mês, praticamente dobrando a perda que se observava no ano. O IMA-B fechou em baixa de 2,54%, acumulando uma queda de -4,72% no ano, contra uma desvalorização de 2,63% do IRF-M que apresenta um prejuízo de 5,48% em 2021. Os papéis mais curtos como a NTN-B 2024 e a NTN-B 2026 apresentaram forte movimento de abertura, inclusive apresentando em certos momentos taxas muito próximas ou até superiores a dos vértices mais longos, havendo um ótimo ponto de entrada para os títulos de duration mais curta.
A indefinição em relação ao cenário fiscal e político brasileiro trouxe forte volatilidade para os ativos de crédito privado em outubro. A abertura expressiva dos títulos públicos impactou o mercado secundário produzindo uma desvalorização, mesmo com um leve fechamento dos spreads de crédito. Dado o forte movimento de compressão desses spreads nos últimos meses, as emissões primárias acabam se tornando mais atrativas e apresentando prêmio relevante para os investidores em relação ao mercado secundário. Por mais que as empresas de maneira geral sigam reportando ótimos balanços trimestrais, a forte pressão inflacionária exige uma avaliação ainda mais criteriosa dos emissores, já que passarão a se financiar sob um custo mais elevado do que se projetava. O fluxo de capital para a renda fixa segue bastante intenso. Em outubro, a captação líquida dos fundos de investimentos da classe subiu para R$ 32,3 bilhões e no acumulado do ano para R$ 280 bilhões, segundo dados da Anbima.
Os prêmios de crédito dos papéis atrelados à inflação aumentaram bastante nas últimas semanas, com ativos high grade chegando a ser negociados cerca de 50 pontos-base acima do início do mês. Como a inflação segue acelerando, o carrego desses papéis segue bastante atrativo. O índice de debêntures Anbima atrelado à inflação (IDA-IPCA) cedeu quase metade do avanço anual, encerrando outubro em queda de 1,41%. Ainda assim, demonstrou maior resiliência em relação ao IMA-B que cedeu 2,63% no mesmo período. Pela configuração atual da curva de juro real, na qual o rendimento da NTN-B longa é inferior ao da curta, seguimos durations entre 3 a 6 anos, aproveitando o carrego da inflação de 12 meses em dois dígitos. Porém, a oferta no secundário de ativos de bons emissores que atendam esses requisitos está bastante escassa.
Como já era esperado, o ciclo de alta da Selic mais intenso provocou maior fechamento de spreads para os títulos pós-fixados. Ativos high grade com vencimentos de até 3 anos, agora pagam pouco mais de 100% do CDI isento. Por outro lado, em termos de projeção do mercado, passaram a ficar ainda mais atrativos com o DI futuro de 3 anos na casa de 12%. São justamente estes reajustes cada vez maiores em relação à projeção dos juros locais que nos torna mais cautelosos em relação aos ativos prefixados. Por mais que haja prêmio elevado na fatia da inflação implícita, a parcela de juro real pode continuar cedendo caso o cenário fiscal não progrida. Portanto, atualmente ativos que remuneram em percentual do CDI são nossa maior recomendação entre as 3 subclasses. Vale ressaltar que emissões bancárias com vencimento de até 3 anos e dentro do limite de saldo garantido pelo FGC tem se tornado ótimas opções na ausência de papéis de crédito corporativo, mesmo abrindo mão da liquidez pela impossibilidade de saída antecipada na maioria dos casos. Em outubro, o índice de debêntures da JGP atrelados ao CDI (BRIDEXCDI) encerrou em alta de 0,7% (129% do CDI) e acumula um ganho de 6,6% (216,7% do CDI) no ano.
Ao longo de outubro observamos um processo de valorização das principais bolsas globais. Apesar disso, os sinais de antecipação da redução de compra dos ativos por parte do FED proporcionaram elevação dos contratos de juros norte-americanos e fortalecimento da moeda americana. No mais, vimos o governo chines pouco propenso a alimentar um crescimento mais robusto da economia doméstica, proporcionando assim um cenário mais adverso para países emergentes, com o Brasil se encaixando neste contexto. Além da questão da China, o Brasil também continua sofrendo com problemas graves internos. O risco de inflação mais prolongada em conjunto com um cenário político fiscal muito adverso, forçaram o BC a apertar ainda mais as condições monetárias do país, com tendência de novas elevações na taxa Selic.
O índice da Anbima IHFA apresentou queda de 0,73% no mês de outubro e acumula retorno positivo de 1,27% ao longo de 2021. Dentro de nosso radar de cobertura, envolvendo mais de 100 fundos multimercados do país, a subcategoria de fundos descorrelacionados foi a maior promotora em média no mês. Tais veículos são caracterizados por nós como quantitativos, de arbitragem ou sistemáticos. Em média esta classe apresentou retorno positivo de 1,69% com mediana em 1,29%. Fundos multimercados dinâmicos também tiveram performance positiva, com desempenho de 0,51% na média e mediana em 0,10%. Do lado negativo, a pior performance veio da subcategoria de L&S direcional/total return, que sofreram com um desempenho muito ruim dos ativos de bolsa local. Na média, esta classe apresentou queda de 3,50% e mediana em -3,01%. Fundos L&S neutros também tiveram um mês de outubro negativo, embora com quedas menos bruscas, a classe apresentou baixa de 2,53% na média e mediana em queda de 1,98%. Por fim, fundos macroestruturais, caracterizados por posições de carrego, também apresentaram baixa no mês passado. O desempenho ficou na média negativo em 1,02% e mediana em queda de 1,05%.
O Ibovespa caiu 6,7% em outubro (9,8% em dólar), acumulando perdas de 18,4% nos últimos quatro meses (-27% em dólar). Com isso, temos o pior desempenho anual do mercado de ações da América Latina, na contramão da alta dos mercados globais. Vimos o cenário fiscal deteriorando-se ainda mais, com sinais claros de flexibilização do teto de gastos, principal âncora de controle de gastos do Brasil. Com a escalada da inflação superando a casa dos 9% neste ano, iniciamos um ciclo de alta dos juros o qual espera-se que possa alcançar entre 11-12% já no início do próximo ano, bem acima das estimativas do consenso há poucas semanas atrás. Com a abertura dos juros futuros longos que hoje negociam acima de 12% a.a., o custo de capital das empresas aumenta, impactando diretamente em seu crescimento e estimativa de retorno, além do impacto negativo da inflação no poder aquisitivo da população. Tivemos uma mudança considerável de cenário se comparado ao esperado ao final de julho, quando os investidores viam de um lado as empresas reportando resultados recordes, e de outro a pandemia minimizando o efeito negativo e toda a atividade sendo reaberta pelo primeiro trimestre completo desde o início do Covid.
Reconhecemos que o cenário para a bolsa local ficou muito mais desafiador e reduzimos o percentual total sugerido em todas as carteiras, aproveitando a volta do ciclo positivo da renda fixa. Vimos materialmente isso nas projeções das casas de análise, que reduziram o target da bolsa para o final do ano de 135 mil pontos para números abaixo de 120 mil pontos. Mesmo com a deterioração do cenário, foi registrada uma entrada de R$ 11,2 bilhões de capital estrangeiro, que acende um alerta quando esse fluxo trocar de lado. Nesse cenário mais nebuloso, reforçamos a importância do stock picking, selecionando empresas vencedoras com vantagens competitivas evidentes, boa governança, margens saudáveis e crescentes e em ambientes com grandes barreiras de entrada e baixa penetração de mercado. É um movimento que estamos realizando em nossa carteira de ações desde o mês passado, buscando nomes mais defensivos que performem bem no cenário dos próximos 18 meses.
A carteira de ações MMZR teve uma queda de -9,9% em outubro, contra -6,7% do Ibovespa no mesmo período. Neste mês a queda não foi só concentrada nos nomes domésticos, mas impactou todos os setores com a abertura dos juros futuros. Optamos por realizar 4 trocas estratégicas, de forma a adequar o portfólio para um cenário adverso: (a) Lojas Renner x Natura, aproveitando as sinergias com a Avon ainda não precificadas e receita majoritariamente dolarizada, (b) Via x Petz, entrando num setor de baixa penetração, num player consolidado na liderança e em um mercado com baixa correlação ao PIB, Vale x Gerdau buscando nos posicionar no aço em detrimento do minério de ferro que sofre com as restrições de demanda na China e, por fim, JBS x Cosan realizando o lucro no primeiro e buscando um player com maior grau de diversificação no agronegócio e setor de infraestrutura.
O IFIX (Índice de Fundos Imobiliários) apresentou novamente uma queda em setembro, reportando -1,47% no mês após queda de 1,54% em setembro. Apresentou um dividend yield médio de 9,7% nos últimos 12 meses e uma liquidez média diária ponderada de R$ 3,9 milhões. Dado a escalada de juros dos 2% a.a. no ápice da pandemia para uma projeção de dois dígitos já no início do próximo ano, investidores pessoa física vêm buscando classes mais defensivas. Vemos isso claramente na performance negativa dos fundos de tijolo no ano, enquanto os fundos de CRI vem apresentando retornos positivos e rendimentos crescentes. Em cenários de incerteza com juros e inflação altos, essa classe tende a performar melhor com a boa indexação de seus ativos mobiliários. Enxergamos uma forte assimetria de preço de cota nos fundos de tijolo, em sua maioria negociando abaixo do valor patrimonial, mas reconhecemos que no cenário de curto médio prazo os fundos de CRI tendem a continuar apresentando uma performance melhor. Por tal motivo, taticamente estamos concentrando novas alocação em fundos imobiliários nos fundos de papéis, de forma a surfar o ambiente de juros altos de forma mais defensiva – especialmente fundos com carteira atrelada ao CDI.
A carteira de fundos imobiliários MMZR teve uma performance de -0,30% em outubro contra -1,01% do IFIX no mesmo período. Novamente, assim como esperado, os fundos de papéis se destacaram em relação aos fundos de tijolo: RBRR11 +1,61%, HABT11 +4,53%, HCTR11 +3,48% e MXRF11 -0,10%, enquanto os fundos de logística tiveram as piores performances com VILG11 -3,78% e XPLG11 -3,32%. O aumento da participação dos fundos de papéis da nossa carteira de 25% para 40% foi relevante para a melhora da performance e confirma o cenário mais favorável para a classe.
Nos Estados Unidos, os principais índices acionários encerraram o mês atingindo níveis recordes, impulsionado principalmente pelos números corporativos divulgados referente aos resultados do terceiro trimestre de 2021, inflação controlada e manutenção dos juros nos níveis atuais até o ano que vem. Até o último dia do mês, 56% das empresas do S&P haviam divulgado resultado, com 82% delas surpreendendo o consenso nos lucros e 75% surpreendendo as estimativas das receitas. Com isso, os índices S&P 500 e Nasdaq tiveram as maiores altas desde novembro de 2020, avançando 6,91% e 7,27% respectivamente (acumulando altas de 22,61% e 20,25% no ano). Já o Dow Jones avançou 5,84%, acumulando alta de 17,03% no ano. Observamos um forte avanço dos preços no mês, recuperando da queda em setembro, a despeito de um forte avanço nas taxas de juros de 10 anos dos títulos do governo americano (atingindo níveis de maio de próximo a 1,70%) e divulgação do PIB abaixo das estimativas, com a economia avançando 2% no terceiro trimestre (2,7% esperado), impactada por problema nas cadeias de suprimento e surtos de Covid.
Na Europa, os principais índices acionários também encerraram o mês no campo positivo. O Euro Stoxx 50 encerrou o mês nos níveis recordes, avançando 5,00% no período e acumulando alta de 19,65% no ano. Apesar de dados fortes de inflação e expansão econômica abaixo dos meses anteriores (medidos pelos PMIs de serviços e manufatura), o bom sentimento de recuperação, resultados corporativos e sequência de estímulos monetários têm refletido na alta dos preços. Na Alemanha, o DAX avançou 2,81% em outubro (14,36% no ano), no Reino Unido o FTSE subiu 2,13% (12,42% no ano) e na França o CAC apresentou alta de 4,76% (23,04% no ano). Na Ásia, os preços seguem defasados quando comparados com mercados mais desenvolvidos, influenciados por política de tolerância zero para conter novos surtos de covid, regulação em diversos setores, crise imobiliária na China, crise elétrica e desaceleração da economia. No Japão, o Nikkei apresentou queda mensal de 1,90%, acumulando alta de 5,28% no ano. Na China, o CSI apresentou leve alta de 0,87% (queda de 5,81% no ano), o HK50 valorizou 3,26% (-6,81% no ano) e o índice SSEC apresentou leve queda de 0,58% (+2,14% no ano).
A carteira de ações globais da MMZR apresentou alta de +4,08% em outubro, contra +6,91% do S&P 500 e +5,39% do MSCI ACWI. As maiores contribuições positivas para a performance foram das ações da Microsoft (+17,6%), Netflix (+13,1%) e Google (+10,7%), enquanto os maiores detratores foram os papéis da Visa (-4,9%) e do Facebook (-4,7%). O mês de outubro foi marcado pela divulgação de resultados de grande parte das empresas que compõem o S&P 500, iniciada pelos bancos. O setor financeiro foi o que mais apresentou surpresa positiva nos lucros, em média 18,5% acima das expectativas. Os fortes números do setor foram impulsionados por liberação de provisão contra inadimplência, forte atividade de banco de investimento e área de gestão de fortunas. Observamos também a divulgação dos resultados das grandes empresas de tecnologia, com destaque positivo para Microsoft e Google, neutro para Facebook e negativo para Amazon e Apple. Vimos forte crescimento nas áreas de publicidade digital, computação em nuvem e serviços, enquanto aumento de custos e gargalos nas cadeias de suprimentos impactaram os resultados. De noticiário corporativo, tivemos denúncias de uma ex-funcionária do Facebook contra a gigante de tecnologia documentando a irresponsabilidade social da empresa em assuntos que variam desde a disseminação de fake news a promoção de violência e como a empresa prioriza a rentabilidade em detrimento do bem comum da sociedade. Do lado da empresa, vimos a reformulação da marca, alternado o nome para Meta (assim como seu logo) visando ser uma empresa referência na tecnologia de interação social do futuro, o Metaverso. Destaque mensal também para o forte avanço das ações da Tesla, apresentando valorização de +43,7% em outubro com resultados acima da expectativa, entrega de veículos recorde no período mesmo com escassez de semicondutores impactando diversas empresas da indústria automotiva. A empresa atingiu uma valorização de mercado de USD 1 Trilhão, ultrapassando o valor de mercado do Facebook. No mês, optamos por uma mudança pontual na Carteira de Ações Globais: troca de Netflix por Alibaba. Aproveitamos a alta de +33,3% da ação nos últimos 3 meses (+27,7% desde a entrada) para entrar na ação da Alibaba, principal varejista da China com planos de expansão internacional e presente em diversas etapas no processo de vendas com seus braços de logística, publicidade digital, computação em nuvem, pagamentos, entre outros. Vemos a empresa bem descontada frente a pares globais e a queda da ação em meio a ciclos regulatórios na China como uma oportunidade de entrada em uma empresa com sólidos fundamentos.
No mercado de crédito Offshore as atenções seguem voltadas para os Estados Unidos. É provável que o mês de novembro seja marcado pelo anúncio formal da redução do programa de compra de ativos por parte do Federal Reserve, em linha com as falas dos membros do comitê. Apesar do provável anúncio já estar precificado, ele deve gerar mais discussões acerca da data em que a elevação da taxa de juro no país ocorrerá. A inflação global segue fortemente pressionada pelos preços de energia e seu impacto em toda a cadeia produtiva. Na leitura do PCE de setembro, o núcleo, que exclui itens mais voláteis, apresentou alta de 3,6% no acumulado de 12 meses, ficando no mesmo patamar desde junho. A ameaça de uma inflação não transitória, eleva o prêmio na curva de juros americana e pressiona os ativos de crédito globais como um todo. O juro da T-note de 10 anos permaneceu em patamar elevado, chegando a se aproximar de 1,70%, mas recuando no fim do mês a 1,54%.
No mercado americano de bonds, os resultados trimestrais das companhias seguem positivos, mas não chegam a surpreender como antes. Somado a isso, a expectativa de retirada de estímulos na próxima reunião do FOMC trouxe mais volatilidade para o mercado de bonds e provocou uma leve correção em outubro, tanto nos ativos high grade como nos high yield. O Barclays Global Aggregate, índice representativo dos ativos high grade, recuou 0,24%. Já o US Corporate High Yield Index foi um pouco mais resiliente, com queda de 0,17%. No ano o índice segue com ótima performance acumulada de 4,35%. Novamente a classe de Senior Loans se mostrou defensiva, o índice S&P U.S. Leveraged Loan 100 Index fechou o mês muito próximo da estabilidade e acumula 3,18% de alta no ano. Por fim, o mercado imobiliário americano mais do que compensou a queda em setembro. O Dow Jones U.S. Real Estate Index que avalia a performance dos REITs, subiu 7,01% no mês e acumula alta expressiva de 27% no ano.
A percepção de riscos envolvendo o mercado imobiliário chinês reduziu e, com isso, o impacto sobre os bonds emergentes foi menor em relação a setembro. O ETF de dívida de países asiáticos, JPM Asia Credit Bond, cedeu 0,27%. Já o ETF dos bonds emergentes, JPM Emerging Markets Bond (EMB) recuou 0,15%.
Depois da tempestade vem a bonança.
Os impactos globais causados pelo coronavírus foram sem dúvida devastadores para diversas famílias e empresas. Sem deixar de mencionar, claro, as perdas com as vítimas, muitos investidores experimentaram num primeiro momento perdas financeiras dos seus investimentos. Os empresários também sofreram vendo seus clientes sumirem e quem não estava preparado para se adaptar à nova realidade e não teve caixa para suportar a crise, acabou sucumbindo.
Passada a tormenta, algumas das mudanças forçadas no estilo de vida das pessoas se tornaram hábitos e vieram para ficar e outras estão se firmando numa nova normal, algo entre o modelo antigo e o novo.
Essas disrupções apesar de não acontecerem com muita frequência na nossa história, acontecem, e é preciso estar atento às oportunidades que surgem depois delas. E aqui não estou falando das empresas que se saíram bem da crise, pois após comprovadas as suas teses, elas já foram precificadas de acordo, mas sim das empresas e setores que sucumbiram, ou pelo menos quase.
Por exemplo, quem investir numa startup de videoconferências online agora que as pessoas já se habituaram a usá-las no dia a dia, não deve esperar o mesmo ganho depois que algumas incertezas quanto a esse mercado ficaram mais sólidas pós-Covid 19. E por que investir então em empresas que ficaram abaladas financeiramente com a crise? É preciso ter certo estômago para investir em setores e companhias que estejam mal das pernas e saber que muitas vezes o ciclo necessário para reaver o capital com rendimento que justifique o risco pode ser mais longo que o habitual, entretanto, esse ambiente é um prato cheio para os fundos de Private Equity.
Uma das estratégias adotadas pelos gestores de fundos de Private Equity envolve comprar parte de empresas de capital fechado e ajudá-las com a injeção de caixa que elas tanto precisam depois de uma crise e do know-how e experiência desses profissionais que estão mais acostumados a dar a volta por cima do que os próprios donos, que muitas vezes só experimentaram épocas de bonança em seu histórico.
Algumas palavras específicas do parágrafo anterior requerem maior atenção e tempo de explicação dedicados a elas porque realmente importam diante do contexto explicado. Por exemplo, o fato de as empresas possuírem capital fechado é relevante, uma vez que essas companhias, além de pertencerem a um universo de oportunidades muito maior se comparado com o de empresas listadas, também trazem algumas características em comum.
Um processo de IPO ou listagem das ações das empresas em bolsas de valores, exige um nível de governança corporativa bastante rigoroso que as empresas de capital fechado geralmente não têm. Isso se traduz em oportunidades maiores de ganho de eficiência operacional e retornos quando os gestores do fundo de Private Equity ajudam a implementá-las.
Outro ponto importante que vale destacar é o momento do investimento. Como as companhias estão sedentas por caixa, que entrou muito pouco ou nenhum durante a crise, os acionistas aceitam cobrar um preço menor em troca das suas ações para receber essa liquidez, o que traz maiores oportunidades de retorno para os fundos de Private Equity em razão do desconto obtido na compra.
Quando se fala de investimentos é sempre importante diversificar e alocar parte dos recursos nas classes de ativos disponíveis pois sempre uma delas vai ser a vencedora entre as demais e quem souber aproveitar o timing para alocar em uma classe que ainda não possua na carteira, como está sendo para o Private Equity no momento, consegue pagar “mais barato” e obter melhores retornos no portfólio como um todo.
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Este conteúdo tem propósito exclusivamente informativo e se baseia em dados estatísticos, metodologias probabilísticas, fatos concretos do mercado financeiro e em resultados financeiros apurados e nas conclusões da MMZR Family Office considerando o perfil de clientes que se adequem aos ativos e estratégias que compõem as carteiras apresentadas acima. Em nenhum momento, o conteúdo desta mensagem representa recomendações de investimento financeiro de qualquer natureza.
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