Reunião realizada com Natalia Coura da Sparta
Introdução
Fundada em 1993 por Victor Nehmi, a Sparta é uma gestora independente e uma das maiores especialistas em estratégias de crédito privado e renda fixa do Brasil. Victor é o gestor de commodities e possui mais de 35 anos de experiência nos mercados futuros e de commodities agrícolas. Natalia é a diretora de distribuição e entrou na casa em 2012. A equipe é composta por e 25 profissionais, dos quais 10 são sócios. A cultura de Partnership permite uma menor rotatividade e maior alinhamento na carteira.
Atualmente a gestora possui aproximadamente R$ 4 bilhões sobre gestão e 9 fundos que estão divididos em 4 estratégias: Renda Fixa (4), Previdência (3), Quantitativo (1) e Commodities (1).
Comentários
A gestora sempre procurou pulverizar ao máximo o portfólio, com o principal objetivo de mitigar o risco de crédito dentro do produto. Para isso, procuram ter muitos emissores de diversos setores e, dependendo do cenário macro, ajustam o tamanho das posições de acordo com o rating. Os principais fundos da casa são Sparta Top e Sparta Max e possuem, respectivamente, 123 e 90 emissores.
A casa possui uma análise de rating própria dos emissores, pois ao desconsiderar o cenário macro a análise torna-se muito mais conservadora. Optaram por esse meio, pois muitas vezes os emissores recebem uma nota das agências de rating que não reflete exatamente a situação em que se encontra devido à possibilidade de o cenário macro estar mais a seu favor. Assim, em momentos de crise como a que enfrentamos atualmente, os emissores continuam obtendo boa performance com uma boa qualidade de crédito.
O cenário de crédito mudou em diversos quesitos, sendo que uma delas é a forma como ele se apresenta. Antes a maior parte das emissões era em percentual do CDI; já agora, esse percentual é sobre CDI+. Com essa mudança no mercado, a Sparta também decidiu readequar a meta de rentabilidade que tinha, ao cenário atual de juros mais baixos. Assim, ao invés de 110% do CDI, optaram por adotar uma meta de CDI + 0,7%.
No início da crise o mercado estava passando por um período de reprecificação e, consequentemente, muitas oportunidades no mercado secundário surgiram. E para o aproveitamento de tais oportunidades decidiram ter uma alocação maior em caixa, em torno de 23%. Portanto, a falta de liquidez não foi um problema enfrentado por eles.
Para adequar-se ao novo cenário de SELIC mais baixa, houve uma mudança na taxa de administração. A taxa de 0,7% é dividida entre as estruturas de Master (0,4%) e Feeder (0,3%), sendo que o desconto da parcela do caixa é realizado sobre a taxa do Master. Assim os gestores sentem mais tranquilidade em elevar o nível de caixa tão necessário nesse período de recessão, sem se preocupar em afetar negativamente a rentabilidade da carteira no curto prazo.
Sparta Top: Com 8 anos de histórico, é o produto que possui mais PL e é caracterizado por ter rentabilidade constante no médio e longo prazo. Alocação por instrumento: Caixa (19%), Debêntures (51%), FIDC (15%), LF/CDB (12%) E CRI/CRA (2%). Alocação por risco: AAA (34%), AA (45%), A (17%), BBB (4%).
Sparta Max: É um fundo para investidor qualificado. Foi criado porque o Sparta Top é somente para fundos de pensão, possuindo assim, muitas restrições. Enquanto no Top o limite para crédito estruturado é de 20%, no Max pode chegar até 40%. Com isso a meta de rentabilidade também é maior para esse fundo (CDI + 1,1%). Alocação por instrumento: Caixa (7%), Debêntures (69%), FIDC (15%), LF/CDB (7%) E CRI/CRA (2%). Alocação por risco: AAA (19%), AA (37%), A (36%), BBB (8%).
Time de Análise - MZR