Ligação realizada por Marcelo Cavalheiro (Gestor) e Elsom Yassuda (Estrategista) da Safari Capital em 03/07/2019
INTRODUÇÃO
A Safari Capital é uma gestora fundada em 2015 e tem aproximadamente R$ 900 milhões em ativos sob gestão. A gestora é dedicada à renda variável e foca na estratégia long biased (fundos abertos e previdenciários).
Os sócios fundadores são Marcelo Cavalheiro, gestor, e Elsom Yassuda, estrategista. Ambos possuem mais de 20 anos de experiência e trabalham juntos desde 2001. Marcelo iniciou a carreira em 1989 e trabalhou nas seguintes instituições: Banco Francês e Brasileiro, Banco Real, Síntese Corretora de Valores e Fator Administração de Recursos. Em 2001, entrou na Hedging-Griffo na equipe de gestão. Elsom trabalhou na Fiesp, Banco Patente e na Siemens, e em 2001 passou a ser economista chefe na Hedging-Griffo.
Em relação a estrutura da casa: a Safari tem hoje 11 funcionários, dos quais 8 estão na equipe de gestão, 1 está em Relação com Investidores e 2 estão em Compliance/ Legal & Risco.
COMENTÁRIOS (Elsom Yassuda)
A casa está otimista com renda variável e por isso estão com net comprado (90%). No mês de junho tiveram boa performance (Safari FIC FIM II – 4,51% contra 4,06% do Ibovespa).
No cenário macro a casa ressaltou dois fatores importantes para o mês de junho e para o curto prazo: (1) a reforma da previdência e (2) cenário global construtivo.
Quanto ao primeiro ponto, a desaceleração no crescimento do PIB reforça a necessidade da reforma. Ao mesmo tempo que a “lua de mel” está chegando ao fim, com as pesquisas apontando que a popularidade do presidente está caindo, a relação do governo com o congresso está se equilibrando, com o “centrão” indicando apoio à reforma. Esta melhora na relação com o congresso ficou evidente com o texto atual apresentando uma economia potencial de R$ 900 bilhões (vs R$ 500 bilhões). Vale ressaltar que para a conjuntura local a previdência é apenas o primeiro passo, o maior e mais importante, e que será necessário dar continuidade através da reforma tributária e da agenda micro (privatização, etc). Por último, o atraso na tramitação da PEC na câmara não seria tão ruim devido ao cenário atual.
Em relação ao cenário global, os bancos centrais indicam que a liquidez deve se manter elevada. A casa espera que o Fed corte juros em julho, fazendo com que o balanço de risco fique mais favorável ao tomador de risco (comprador de ativos)
POSICIONAMENTO DA CARTEIRA (Marcelo Cavalheiro)
Os principais promotores da carteira vieram dos seguintes setores: varejo/consumo, concessões e bancos.
No setor de varejo as promotoras LREN3 e PCAR4 se beneficiaram de questões macro (retomada do crescimento) e no caso de Pão de Açúcar também houveram questões micro. Além destas duas ações, gostam de VVAR3, MGLU3 e MELI US (posição com hedge).
Em concessões, a casa está posicionada em ECOR3 e tem a tese de que juros baixos e novas concessões (SP, PR e MG) vão beneficiar o setor.
Na alocação em bancos, BPAC11 representa 25% da exposição, enquanto que o restante está distribuído entre as outras ações de banco. Este setor também se beneficia com a retomada da economia, ainda mais após um bom trabalho de limpeza na carteira de crédito que ocorreu nos últimos anos (bancos representam 20% do PL).
Em consumo os destaques são as aéreas (AZUL4 e GOLL4) que se beneficiaram do problema com a Avianca. Outras ações deste setor são RENT3 e BRFS3. Nas Estatais, possuem Petrobras e Banrisul.
Para finalizar, acreditam que há oportunidades com VALE3 (long) e JBSS3 (long). No caso de VALE3, as ações sofreram quedas exageradas. E no caso de JBS, acreditam que os problemas com a peste suína com subestimados pela China e por isso, deve haver espaço para aumentar as exportações principalmente de suínos e bovinos (devido a limitação na oferta de suínos) no futuro.
Time de Análise - MZR