Reunião realizada com Mariano Andrade (Gestor) e Yasmin Murad (Comercia) da Polo Capital em 13/08/2019
INTRODUÇÃO
A Polo Capital é uma gestora fundada em 2002 e possui aproximadamente R$ 3.600 milhões em ativos sob gestão (junho de 2019). A casa aloca os recursos em diversos mandatos líquidos e ilíquidos.
Os sócios fundadores são Cláudio Andrade e Marcos Duarte. Posteriormente, em 2011, Mariano Andrade se juntou à gestora. Os 3 principais sócios possuem mais de 24 anos de experiência e são responsáveis pelas estratégias: event driven LS, macro e crédito. Marcos iniciou a carreira no Banco Icatu, passou nas empresas Bankers Trust Company e Banco Credit-Suisse FB antes de fundar a Polo Capital. Mariano iniciou a carreira em 1994 no Ceras Johnson, teve passagem no Banco Boreal, Sagitta e Dex Capital.
Em relação a estrutura da casa: a Polo Capital tem hoje cerca de 47 profissionais.
COMENTÁRIOS (Mariano Andrade)
Os principais fundos disponíveis na plataforma da XP são Polo Norte, Polo Long Bias e o Polo High Yield.
O Polo Norte foca em operações de valor relativo. Esta estratégia consiste em identificar pares de ações (uma ponta comprada e outra ponta vendida) de forma que o risco sistêmico seja minimizado e retorno venha de fatores específicos. O fundo se propõe a manter uma exposição líquida neutra, podendo chegar a um nível de alavancagem de até 2 vezes o PL. Em situações normais a exposição bruta deve estar em torno de 180% e com cerca de 40 pares. Atualmente o maior par é a posição comprada em Tenda (TEND3) e posição vendida em uma cesta de ações do setor (imobiliário). Dentre os fundos de valor relativo, é um dos mais voláteis da indústria (historicamente 8%).
A estratégia do Polo Long Bias é derivada do Polo Norte. O intuito neste caso é utilizar o valor relativo juntamente com uma exposição à beta.
A casa faz gestão de crédito desde 2004, no entanto, Mariano assumiu o Polo High Yield em 2015. O iniciou do fundo foi em março de 2016, com a ideia de ter uma exposição líquida entre 40% e 100%. Para se tornar um ativo elegível ao fundo é preciso que o risco de crédito corresponda à pelo 50% do risco. Nos últimos anos o fundo performou bem utilizando diversos ativos entre eles bonds (Gol, Banrisul e Andrade Gutierrez) e Debêntures. Um ponto importante utilizado para analisar as empresas é a vantagem competitiva baseada em alto “switching costs”.
Em relação ao mercado, uma posição do High Yield que chamou a atenção recentemente é a posição em ativos argentinos, que representam aproximadamente 13% do fundo. O resultado das prévias das eleições não foi bem recebida pelo mercado, porém o impacto no fundo não foi na mesma proporção. Na opinião da gestora, o mercado reagiu de forma desproporcional: (1) a Argentina não se encontra em situação próxima a da Venezuela, (2) mesmo que haja mudanças, não deve ser radical e (3) caso o atual presidente (Macri) consiga ir para o 2º turno, as chances de reeleição aumentam.
Conforme o gestor Mariano comentou, a exposição à Argentina é limitada. Os ativos são de baixa “duration”, sendo que 3% vence em setembro de 2019 e o restante (10%) vence em 2020 e 2021. Os principais nomes na carteira são de setores resilientes, o que reduz a probabilidade de um “default” no curto prazo: “commercial properties”, “utilities” e governo (província, não soberano).
Time de Análise - MZR