INTRODUÇÃO
A Ibiuna Investimentos é uma gestora fundada em 2010 que tem atualmente aproximadamente R$ 6,5 Bilhões em ativos sob gestão. Hoje o grupo de gestão distribui a sua atuação em 3 famílias de fundos: multimercado macro,ações e previdência.
A casa tem como sócios-fundadores Mário Torós e Rodrigo Azevedo. Mário, co-CIO da Ibiuna, foi Diretor de Política Monetária do Banco Central (2007-2009) e Diretor Executivo da Tesouraria do Santander (1999-2006); Rodrigo, co-CIO da casa, foi Global Co-Head de Research do Credit Suisse First Boston (1998-2004) e também Diretor de Política Monetária do Banco Central (2004-2007).
Vale ressaltar também a estrutura da casa: a Ibiuna tem hoje 39 funcionários, 21 dos quais são sócios (a asset funciona mediante um sistema de partnership), refletindo uma robustez muito acima da média do mercado. Essa estrutura é necessária dado o perfil do passivo da casa, que tem um peso muito grande vindo de clientes institucionais.
COMENTÁRIOS DO GESTOR (CAIO SANTOS)
O sócio responsável pela área Comercial da Ibiuna, Caio Santos, iniciou a conversa comentando sobre como a expectativa de um consistente ambiente de juros mais baixos e fez com que a casa alterasse a estratégia de alguns dos seus fundos de menor volatilidade.
Como exemplo, os fundos Hedge, que tinham volatilidade histórica próxima a 3%, teve a sua volatilidade alvo elevada para 5%aa. Segundo Caio, fundos multimercado de volatilidade muito baixa (abaixo de 4%aa) tornaram-se muito caros e insustentáveis no atual cenário de prêmios nos ativos financeiros locais.
A essa constatação segue-se a de que muitas casas precisarão recalibrar a volatilidade de seus fundos e os investidores precisarão se acostumar a volatilidades de carteira mais altas para manter a mesma rentabilidade. Por conta disso, para Caio, a Ibiúna está apenas se adiantando a um movimento que naturalmente deve tomar curso no país nos próximos anos, como já tinha feito em 2012, quando a casa lançou a versão alavancada do fundo Hedge, o fundo Ibiuna Hedge STH.
Quanto a cenário, a Ibiuna segue montando posições que buscam se beneficiar de um ambiente econômico mais positivo para o Brasil. De acordo com Caio, a casa vê com bons olhos a reforma da Previdência enviada para o Congresso e tem boas expectativas quanto à sua tramitação, fora um ambiente externo favorável aos mercados emergentes após a mudança de rumo da política monetária americana para um tom mais dovish.
Um comentário que chamou a atenção foi quanto ao câmbio. Na visão da casa, os fundamentos da moeda brasileira justificariam um patamar de preço maior contra o dólar. Entretanto, dado o diferencial de taxa de juros entre os dois países ter caído fortemente nos últimos anos, muitas multinacionais que giravam caixa do grupo inteiro no Brasil devido ao alto patamar de juros passaram a remeter esses recursos de volta à matriz. Esse movimento tem segurado a queda da moeda americana, motivo pelo qual a casa vê potencial de apreciação do real nos próximos meses conforme cesse esse fluxo de remessas para o exterior.
No cenário de bolsa, apesar de uma visão construtiva para o mercado local, a casa vê com certa preocupação o risco de uma falta descoordenação política por parte do governo que comprometa o alcance dos efeitos da reforma. Por isso, têm se posicionado em papeis que apresentam retorno potencial maior nesse cenário específico.
POSICIONAMENTO ATUAL DA CARTEIRA
MULTIMERCADO
Principais posições
1. Aplicado em juros nominais na parte intermediária da curva
2. Comprado em bolsa Brasil
3. Vendido em USD contra uma cesta de moedas emergentes e G10
4. Comprado em bolsa em índices emergentes vs. índices desenvolvidos
5. Tomado na inclinação da curva de juros mexicana
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