Reunião realizada na sede da XP Investimentos em 26/04
INTRODUÇÃO (PEDRO SIMONETTI, RELACIONAMENTO COM INVESTIDORES)
A Giant Steps Capital (Visia Investimentos até o último mês de abril) é uma gestora independente fundada em 2012 com estratégias de investimentos totalmente quantitativas (sistemáticas), mercado ainda pouco explorado no Brasil.
A casa, fundada pelos irmãos Flávio e Rodrigo Terni em sociedade com Jorge Laranjeira e Christian Iveson, cresceu de um fundo com patrimônio majoritariamente da família dos fundadores para ser a maior gestora quant (quantitativa) do país, hoje com pouco mais de R$ 1 bilhão sob gestão, grande parte advindo de terceiros.
A equipe é formada por 17 pessoas, sendo 7 sócios (a gestora adota um modelo de partnership). Ainda, importante ressaltar que a equipe de gestão é formada por 11 pessoas, responsáveis pela criação dos algoritmos em cima dos quais os fundos da casa operam no mercado.
A asset tem hoje um fundo DI, um fundo multimercado de previdência e cinco fundos multimercados (sendo que os fundos Darius e Axis são espelhos com menor volatilidade dos fundos Zarathustra e Sigma, respectivamente). Vale ressaltar ainda que a casa divide os fundos em duas famílias: (1) Alpha, desenhados para maximização de retorno, onde enquadram-se os fundos Zarathustra, Darius e Alpha; e (2) Smart Beta, baseados nas metodologias de Fatores e Risk Parity, onde estão os fundos Sigma, Axis e o fundo de previdência da gestora.
A estratégia mais antiga e reconhecida da Giant Steps, o Visia Zarathustra FIC FIM, foi aberta em 02/2012 e tem hoje aproximadamente R$ 420 milhões somando os seus feeders. Com uma volatilidade histórica na casa de 14% aa, o fundo tem uma rentabilidade absoluta acumulada de 209,6% até o dia 06/05/2019 (ou 217,03% CDI, que no período acumulou 96,58% de retorno).
COMENTÁRIOS DO GESTOR (RODRIGO TERNI, SÓCIO-FUNDADOR E GESTOR)
Um dos gestores do fundo e sócio-fundador da casa, Rodrigo Terni, iniciou a exposição com um painel sobre o estágio e ritmo dos avanços tecnológicos no mundo e onde se encontra o mercado de gestão de recursos no Brasil em relação aos mercados desenvolvidos.
Rodrigo pontuou que até poucos anos atrás dizia-se que a quantidade de dados produzidos no mundo dobrava a cada 2 anos. Hoje, a quantidade multiplica-se em um ritmo muito mais rápido, de modo que aproximadamente 90% de todos os dados registrados na história da humanidade foram criados apenas nos últimos 12 meses. Segundo Rodrigo, esse fenômeno está apenas começando, e a quantidade de dados disponíveis no planeta tende a multiplicar-se cada vez mais rápido.
É sobre esses dados que gestoras como a Giant Steps trabalham, aponta o gestor. Apesar de a indústria de fundos quantitativos estar ainda nascendo no Brasil, em países como Estados Unidos e Reino Unido ela já existe há décadas, e hoje é responsável por mais de 1/3 de todo o patrimônio sob gestão nesses países.
Rodrigo explicou que o processo de investimentos da casa funciona como uma esteira: 1) a equipe de gestão elabora diferentes teses de investimento; 2) a equipe de operações coleta e trata os dados necessários para testar cada tese; 3) a equipe de gestão, com os dados tratados em mãos, tenta encontrar relações que permitam desenvolver um algoritmo de negociação para a tese em questão; 4) a equipe de operações faz o backtesting e diferentes stress tests do algoritmo gerado, a fim de validar a sua eficiência e funcionalidade mesmo em cenários de stress, antes de implementar tal algoritmo no robô do fundo. Por fim o gestor ressaltou que a casa hoje já usa ferramentas de AI (inteligência artificial) no seu robô, de modo que novos dados são sempre incorporados ao modelo e forçam o algoritmo a se adaptar e o robô “aprender” com o tempo. A partir desse ponto, a gestora apenas monitora se os resultados e parâmetros atingidos pelo modelo atingem o esperado, caso contrário o algoritmo é revisto ou a tese inteira é repensada (mas a equipe não interfere mais diretamente na gestão).
Dois dos pontos mais ressaltados pelos gestores é quanto à resiliência e consistência do fundo, bem como quanto à sua descorrelação com o mercado. No seu pior ano (2016), o Visia Zarathustra obteve 150% CDI de rentabilidade, enquanto no seu melhor ano (2013) o fundo rendeu 282% CDI. Quanto à descorrelação, o Zarathustra tem baixa correlação (na casa de 0,15-0,30) com os principais fundos multimercados da indústria, como Verde FIC FIM, Kapitalo Kappa, SPX Nimitz, Adam Macro e Safra Galileo.
POSIÇÃO ATUAL DA CARTEIRA (05/2019)
O fundo tem modelos de médio/longo prazo, mas devido à característica do produto essas posições podem variar rapidamente. Na virada de abril para maio, a carteira tinha como posições longas:
· Comprado em USD vs. BRL
· Comprado em bolsa brasileira
Time de Análise - MZR