Live realizada entre Itaú Personnalité e Oscar Camargo, sócio da GAP Asset Management
Introdução
A GAP Asset é uma gestora independente especializada em fundos macro multimercado focada em obter retornos consistentes no longo prazo. Foi fundada em 1996 por sócios que trabalham juntos há aproximadamente 20 anos e possui uma cultura de Partnership, contribuindo para o alinhamento de interesses. O time é composto por 17 pessoas divididos nas áreas de gestão (7), análise (4) e suporte (6).
Oscar Camargo é o CIO e antes de entrar na GAP teve passagens pelo Matrix, Itaú Bankers Trust (diretor da Tesouraria) e B.Schahim. Atualmente a casa possui 2 fundos focados na estratégia de multimercado.
Comentários
No início do ano estavam muito positivos com relação ao crescimento mundial e do Brasil. Assim, dada a tranquilidade com relação ao cenário externo, começaram com uma posição comprada em bolsa relativamente alta, de aproximadamente 40% a 50%. Porém, quando as preocupações referentes ao Coronavírus começaram a se alastrar, montaram uma posição relevante de hedge na bolsa americana. Ou seja, começaram a diferenciar países desenvolvidos e emergentes na estratégia. Assim, devido á probabilidade maior dos países emergentes como Índia, Brasil e México serem mais afetados pela baixa infraestrutura de saúde, densidade populacional e endividamento, ficaram comprados em moeda americana.
O GAP Absoluto FIC FIM é um fundo macro dinâmico. A vantagem desses fundos é que diante mudanças repentinas e constantes de cenários, como a que passamos atualmente, as posições podem ser alteradas rapidamente de forma a minimizar perdas significativas, evitando oscilações bruscas no resultado. Além disso, essa classe de fundos oferece um leque maior de investimento, permitindo um maior proveito das oportunidades. Isso é possível devido à versatilidade de mandato de defender o produto com estratégias de hedge e short. É interessante notar também que a utilização de risco (stress) da gestora tenta acompanhar inversamente proporcional à oscilação do índice de volatilidade da bolsa americana (VIX). Portanto quando o índice está elevado, tendem a reduzir os riscos do produto e vice-versa.
Desde a fundação passaram por muitas crises, mas perceberam que essa possui um componente pior se comparado às outras. Além da ruptura inesperada, houve uma sensação de insegurança na população mundial, gerando medo. Acreditam que nesse processo de combate ao vírus os países mais ricos terão mais facilidade do que os mais pobres devido à maior facilidade de se endividar e proporcionar auxílio aos setores e empresas mais necessitadas.
Os Bancos Centrais do mundo inteiro reagiram muito rápido. Acreditam que a atuação do BC e do grupo econômico do Brasil também surpreendeu positivamente em termos de rapidez na política de queda de juros, ao mesmo tempo em que sentiram a necessidade de auxiliar o problema da liquidez e garantir com que o dinheiro chegasse na ponta final.
Porém, ainda há uma dificuldade de identificação do tamanho do problema da economia. O Brasil está passando pelo processo de pico e o fato é que isso traz insegurança, postergando o crescimento econômico. Assim, a previsão de PIB deles para esse ano é muito negativo e dada essa incerteza, o Banco Central irá testar aos poucos a redução da taxa de juros chegando aos patamares de 2%. Projetaram também a inflação para o fim de 2020 em 1% e acreditam que a desvalorização do câmbio não irá gerar inflação. Porém, como no meio à pandemia o Brasil também passa por instabilidade política decidiram esperar acomodação dessa situação para poder adotar posições maiores aplicadas na curva de juros brasileira de ativos que se beneficiariam de um cenário com juros e inflação mais baixa.
Time de Análise - MZR