Call realizado dia 11/04 via videoconferência
INTRODUÇÃO
A Gama Crédito é uma gestora de recursos independente fundada em janeiro de 2018. A casa é focada apenas em fundos de crédito privado e hoje conta com uma estratégia, aberta em algumas plataformas do mercado.
A asset tem hoje aproximadamente R$ 161 milhões sob gestão. O time de gestão conta hoje com 6 pessoas, 3 dos quais são sócios, sendo os cabeças da operação: Marcos Falcão (CEO, ex-Garantia e Icatu Hartford), Ian Caó (Head PM, ex-Bozano e Icatu Hartford) e Antônio Roque (Head of Research, ex-Bozano e Unibanco).
A única estratégia da casa hoje, chamada Gama Top, apresenta uma rentabilidade acumulada de 112,7% CDI desde a incepção do fundo (maio de 2018), em um veículo com cotização de resgates D+15. Segundo a casa, o alvo de rentabilidade da estratégia no longo prazo é entre 105% e 110% CDI.
COMENTÁRIOS DO GESTOR (IAN CAÓ, HEAD PORTFOLIO MANAGER E SÓCIO)
Ian Caó iniciou a sua exposição comentando que, na sua visão, estamos no início de um ciclo de forte expansão no mercado de crédito privado no país.
De acordo com o gestor, tanto a diminuição do papel do BNDES no mercado de crédito quanto a democratização dos títulos de crédito privado em plataformas de investimento tornaram o mercado de capitais uma opção competitiva para empresas se financiarem no país, um cenário nunca antes visto. Segundo Ian, se pelo lado da oferta o crédito via BNDES era muito atrativo, pelo lado da demanda emissões de crédito privado não encontravam sequer liquidez para valores altos ou ratings fora dos high grade.
Explicando o processo de análise da casa, o gestor explicou que a Gama tem um modelo proprietário de crédito. Esse modelo é composto por 8 dimensões de análise, que resultam em uma nota de crédito da casa para cada empresa. Essa nota determina, por exemplo, qual o percentual máximo que determinada empresa pode ocupar na carteira do fundo.
Após a geração do rating, a empresa é então discutida em um comitê de crédito interno para decidir se a casa investirá ou não em emissões da empresa em questão. Dependendo do rating atribuído a ela, cada empresa tem uma periodicidade de reavaliação, e o portfólio como um todo é reavaliado semestralmente.
Quanto ao mercado de crédito privado especificamente, Ian ainda vê espaço para fechamento de yields, como tem ocorrido nos últimos anos no Brasil, mas destaca que já estamos no fim desse ciclo. Dessa forma, dificilmente os fundos de crédito continuarão performando por muito mais tempo acima dos seus objetivos de rentabilidade (e.g.: o Gama Top tem performado acima da sua banda alvo de rentabilidade desde a sua abertura).
O único fundo da gestora hoje, Gama Top FIRF CP LP, tem hoje aproximadamente 55 emissores, dentre 100 que atualmente são cobertos pela casa. Hoje, aproximadamente 60% do risco do fundo é corporativo, 15% do risco é de estruturados (FIDCs, recebíveis, etc) e 10% é composto por risco bancário (o restante é caixa, composto principalmente por risco soberano). Para o gestor, dada a maior liquidez e uma potencial abertura das curvas de yields no curto prazo, o fundo deve aumentar a alocação em emissões bancárias nos próximos meses.
POSICIONAMENTO ATUAL DA CARTEIRA
Principais ativos (03/2019)
Time de Análise - MZR