Live realizada entre Itaú Personnalité e Bahia Asset (Thiago Mendez e Gustavo Daibert) sobre o mercado
Introdução:
O Bahia Asset é uma gestora de recursos independente que possui um modelo de gestão de recursos de terceiros com foco em resultados de médio e longo prazos.
Atualmente a casa possui R$ 22 bilhões sob gestão e 8 fundos distribuídos em: multimercado (2), renda fixa (2) e renda variável (4). Thiago Mendez entrou em 2006 e é o gestor de renda fixa responsável pela parte de juros, crédito soberano e moeda. Gustavo Daibert entrou em 2007 e é o gestor de renda variável da casa, responsável por toda a parte de bolsa e commodities.
Comentários:
Estamos passando por um momento de muita incerteza e baixa previsibilidade. O impacto econômico disso é muito forte no curto prazo, mas acreditam que as políticas monetárias e fiscais estão ocorrendo de forma rápida e eficiente. Além disso, a atuação dos bancos centrais está sendo muito importante, dando suporte para alguns ativos financeiros. A maior dificuldade do Brasil sempre foi o tamanho da dívida pública e essa crise só aumentou a necessidade de gastos do governo. Portanto, no final da crise o Brasil terá uma dívida muito mais alta.
No portfólio estão focando mais na preservação de capital. O alinhamento de interesses ajuda isso, pois como os gestores possuem a maior parte do próprio patrimônio aplicado nos mesmos fundos dos clientes, estão sempre procurando os melhores produtos e oportunidades. No momento optaram por um portfólio mais simples, com exploração de temas que acreditam ter oportunidades maiores.
Na renda fixa, procuram posições compradas em moedas de países com maior potencial de sair bem da crise e vendidos em moedas de países que possuem mais dificuldade (emergentes). O fato de a moeda ser sempre relativa à outra, para equilibrar o portfólio, decidiram ter pouca exposição ao dólar. Portanto, adotaram posições compradas em ouro, moeda da Austrália e moeda da Noruega. Na parte vendida estão as moedas do Brasil, África do Sul e México.
Acreditam que o México é um país emergente com juros reais ainda altos. E, ao contrário do Brasil, não fizeram um pacote fiscal muito robusto. Portanto, o estímulo da economia será realizado por meio da política monetária. Com isso, o Banco Central mexicano conseguirá diminuir os juros de forma mais rápida no futuro. Com relação aos juros brasileiros, buscam posições menores na parte mais curta da curva de juros reais.
Na parte de renda variável, o processo é dividido em etapas. Primeiro ocorre a proteção de capital (foco em análise de crédito, eliminando empresas com maior risco de quebrar); depois, ocorre a identificação de oportunidades. Em seguida, ocorre a identificação de setores menos afetados pela crise, como o e-commerce. A bolsa americana é a que performa melhor no mundo, pois o governo consegue gastar sem gerar problemas fiscais, suportando grande parte da economia; porém, no Brasil é diferente. A questão fiscal do país pode piorar muito caso ocorra a perpetuidade dos gastos do governo, gerando juros longos mais altos, o que seria pior para os ativos de bolsa. Portanto, o mais importante no momento é a redução no tempo de permanência das pessoas nos hospitais, aliviando o sistema e criando, assim, uma política com menos gastos.
O Bahia Valuation é um fundo de bolsa exclusivo do Brasil. Possui um portfólio muito líquido e diversificado (aproximadamente 30 ações), com participação elevada de empresas de commodities, equilibrando com empresas com fluxo de caixa estável (setor elétrico), empresas de tendências seculares (ecommerce), e exportadoras.
Time de Análise - MZR