OCDE reduz projeções de crescimento ao menor nível desde a crise de 2008

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Ontem seguindo a expectativa dos mercados, o FED confirmou o corte de 0,25% e o BC seguiu com o segundo corte de 0,50% levando a Selic para a nova mínima histórica de 5,50% ao ano. Apesar das políticas monetárias de estimulo para a economia, a OCDE publicou as suas projeções reduzindo as expectativas de crescimento para 2019 e 2020 nos menores níveis desde a crise de 2008. Segundo a OCDE o crescimento global pode permanecer persistentemente em patamares mais baixos, sem nenhuma ação dos governos. Por conta da escala nos conflitos comerciais entre Estados Unidos e China. Os juros mais baixos ao redor do mundo servem de estímulo para as empresas investirem mais ao invés de deixarem seus recursos parados, no entanto um clima mais hostil no mundo provoca um aumento da incerteza. O que faz essas mesma companhias segurarem os recursos devido a uma insegurança com o cenário global. No Brasil o impacto do crescimento ou não global é muito importante, e deve ser acompanhado de perto, pois como perdemos a expansão vistos nos demais países na última década. Isto torna muito mais difícil nós seguirmos na contra mão do mundo, em caso de um cenário de recessão global.

OCDE reduz projeções de crescimento ao menor nível desde a crise de 2008

Sob efeito de guerra comercial, estimativa para economia global é de avanço de apenas 2,9% neste ano; para os EUA, 2,4%; China, 6,1%; Brasil, 0,8% Por Victor Rezende e Roberta Costa, Valor — São Paulo 19/09/2019 08h52

As perspectivas econômicas estão perdendo fôlego e o crescimento global pode travar em níveis persistentemente baixos sem uma ação política firme dos governos. Essa é a avaliação feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em relatório divulgado nesta quinta-feira. A instituição cortou sua projeção para a expansão da economia global em 2019 de 3,2% para 2,9% e revisou a estimativa para a economia mundial em 2020 de 3,4% para 3,0%.

“A escalada dos conflitos comerciais está afetado cada vez mais a confiança e os investimentos, aumentando as incertezas das políticas, agravando os riscos nos mercados financeiros e colocando em risco as já fracas perspectivas de crescimento em todo o mundo”, diz a OCDE. Ao projetar que a economia global crescerá 2,9% neste ano e 3,0% no próximo, a OCDE alerta que esses níveis são os mais fracos desde a crise financeira de 2008 e ressalta que novas revisões de baixa não são descartadas.

A OCDE fez revisões de suas projeções para grandes economias. Para os Estados Unidos, a organização cortou a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 de 2,8% para 2,4% e, em 2020, de 2,3% para 2,0%. Em relação à China, a OCDE projeta, agora, crescimento de 6,1% neste ano e de 5,7% no próximo.

A OCDE também revisou para baixo as projeções para o Brasil e agora projeta que o PIB brasileiro crescerá 0,8% neste ano e 1,7% em 2020. Em maio, a instituição esperava expansão de 1,4% em 2019 e de 2,3% no próximo ano.

"A economia global está enfrentando ventos contrários cada vez mais graves e o crescimento, que já é lento, está se tornando preocupantemente entrincheirado", disse o economista-chefe da OCDE, Laurence Boone.

“A incerteza provocada pelas tensões comerciais contínuas tem sido duradoura, reduzindo a atividade em todo o mundo e comprometendo nosso futuro econômico. Os governos precisam aproveitar a oportunidade oferecida pelas baixas taxas de juros atuais para renovar o investimento em infraestrutura e promover a economia do futuro ”, disse Boone.

A OCDE pede que os bancos centrais permaneçam acomodatícios nas economias avançadas, mas enfatiza que a eficácia da política monetária pode ser aprimorada se for “acompanhada de um apoio fiscal e estrutural mais forte”.

Para a instituição, a política fiscal deve desempenhar um papel maior no apoio à economia “com a finalidade de apoiar a demanda no curto prazo e a prosperidade futura”.

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