Indústria de fundos deve aumentar participação da renda variável para tentar mitigar perdas com queda de juros
Por Juliana Machado, Valor — São Paulo18/11/2019 15h46
A fatia dedicada a ações nos fundos brasileiros, inclusive os de pensão, ainda está abaixo da média histórica, o que continua amparando a ideia de que haverá mais migração para a renda variável, com o juro baixo. Assumindo que as ações passarão a ter uma participação dentro da média histórica na carteira dos fundos, deve migrar adicionalmente para a renda variável um total de R$ 110 bilhões, afirma o Bradesco BBI, em relatório.
Segundo o documento, assinado pelo analista Andre Carvalho, as ações mais líquidas e com relevante participação nos índices locais devem se beneficiar mais do fluxo para ações, o que inclui os setores financeiro, de energia, materiais e consumo. No Bradesco BBI, as recomendações acima do neutro (equivalente à compra) estão em Petrobras e B3.
De acordo como relatório do BBI, a indústria de fundos têm aproximadamente R$ 4,6 trilhões sob gestão atualmente, dos quais 12% estão em ações. Já os fundos de pensão têm R$ 903 bilhões em ativos sob gestão, sendo 18% em papéis na bolsa.
“A poupança doméstica pode migrar de fundos de menor risco, como fundos de renda fixa, onde encontramos pelo menos R$ 1,2 trilhão, para ações”, diz o banco. “Se extrapolarmos o potencial e assumirmos que a alocação em ações volte para o ponto mais alto da média histórica, o fluxo poderá atingir os R$ 650 bilhões.”