A forte correção nos mercados tanto local quanto internacionais, tem como principais causas os dados mais fracos de atividade global e aumento do pessimismo em relação as expectativas para as negociações comerciais entre Estados Unidos e China. O que levou o mercado a aumentar as apostas em um novo corte de juros pelo Banco Central Americano (FED), ainda no final deste mês e com alguns investidores vendo a probabilidade de outro corte ainda em 2019. Como já comentamos aqui anteriormente, uma taxa de juros mais baixa na maior economia do mundo é muito benéfica aos países emergentes, uma vez que isso aumenta a liquidez de recursos no mundo que tende a migrar para países como o Brasil em busca de melhores retornos. No entanto, não podemos tirar a atenção dos demais riscos que ainda pairam no cenário global, como a possibilidade de uma recessão mundial ou um novo agravamento na relação comercial entre Washington e Pequim. Os juros mais baixos no mundo são de fato muito positivos para ajudar a nossa retomada de crescimento, mas é necessário que isso seja em conjunto com uma maior estabilidade nas relações internacionais e com o mundo ainda apresentando um crescimento econômico mesmo que menor em relação aos últimos anos. A nossa dependência de um cenário internacional mais otimista fica evidente com o comportamento das classes de ativos locais nos últimos dias, quando vemos por exemplo um recuo da bolsa e valorização do câmbio seguindo a tendência dos nossos pares emergentes. Com a ausência de um suporte em relação ao noticiário local (avanço nas reformas), o Brasil tende a seguir a direção do resto do mundo.
A expectativa dos mercados é que o Fed corte os juros novamente no final do mês - 08/10/2019
O presidente do Federal Reserve Bank de Mineápolis, Neel Kashkari, afirmou que está “feliz” pelo banco central dos EUA estar reduzindo as taxas, mas que não está certo sobre quanto mais o Federal Reserve (Fed) precisaria cortar os juros para manter a expansão da atividade econômica americana em vigor.
“Minha mensagem é clara: deveríamos apoiar a economia e não testar os freios” com a política monetária, disse Kashkari. Quanto ao que está por vir, o integrante do Fed disse “quanto mais temos que cortar, ainda não sei”, afirmou.
O presidente do Fed de Mineápolis ainda afirmou que a perspectiva econômica tem enfrentado mais desafios baixistas no curto prazo. “A economia parece estar mostrando mais riscos, o investimento empresarial está diminuindo, a economia global está desacelerando e a inflação continua abaixo da nossa meta.”
Em comentários públicos recentes, Kashkari foi favorável a cortes de juros maiores do que os defendidos pelos seus colegas e a um compromisso público de não as elevar novamente até que o Fed atinja sua meta de 2% de inflação de forma sustentável.
A expectativa dos mercados é que o Fed corte os juros novamente no final do mês. Atualmente, Kashkari não é membro votante do comitê de política monetária.