Retomando um assunto que discutimos recentemente, após a última reunião do Copom que levou o juros para 5,00% ao ano. Hoje tivemos a divulgação do IPCA para o mês de outubro, que veio em linha com a sua prévia do mês apresentando uma alta de 0,1% no período. Resultado que reforça a trajetória de queda do índice inflacionário, uma vez que este é o menor resultado dos últimos vinte anos. O que levou a inflação acumulada em 12 meses para 2,54%, bem abaixo da meta do Banco Central de 4,25% para este ano. Já falamos sobre este assunto aqui outras vezes, e por conta disso não vou me alongar muito no tema. É importante para o investidor acompanhar este indicador, uma vez que é ele que dita o rumo da política monetária. Com a inflação se mostrando ancorada e abaixo da meta, o caminho para novos cortes de juros permanece aberto.
Resultado, contudo, ficou acima daquele esperado pelas instituições consultadas pelo Valor Data, de 0,07% de aumento
Por Gabriel Vasconcelos, Valor — 07/11/2019
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,10% em outubro, após cair 0,04% em setembro, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a menor taxa para um mês de outubro desde 1998, quando a inflação ficou em 0,02%.
O resultado ficou acima da mediana das projeções de 41 analistas de consultorias e instituições financeiras consultados pelo Valor Data, que projetam alta de 0,07% no período. O intervalo das estimativas ia de 0,02% a 0,15% de elevação.
Em 12 meses, o IPCA desacelerou para 2,54% em outubro, após os 2,89% acumulados até setembro. Os analistas consultados pelo Valor Data esperavam incremento de 2,50%.
Com a leitura de outubro, o índice acumulado em 12 meses ficou abaixo do piso da meta de inflação deste ano, de 2,75% — o centro da meta é 4,25%, com margem de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.
De janeiro a outubro, houve alta de 2,60%, conforme o IBGE.
Das classes de despesa avaliadas, o grupo Transportes foi o principal responsável pela inflação em outubro ao ter alta de 0,45%, depois de estabilidade um mês antes, e responder por 0,08 ponto percentual do IPCA do período. Essa alta é explicada pelo encarecimento da gasolina, em 1,28% em outubro.
Alimentação e Bebidas, por sua vez, subiram 0,05%. Responsável por um quarto do orçamento das famílias, o grupo respondeu por apenas 0,01 ponto percentual no IPCA do mês.
Habitação, por sua vez, cedeu 0,61% em outubro, com impacto negativo de 0,10 ponto percentual no índice geral, refletindo recuo dos preços da energia elétrica, de 3,22%. Segundo o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, isso aconteceu porque houve mudança de bandeira tarifária, da vermelha patamar 1 para amarela em outubro.