Investidor mantém aplicação que rende metade da Selic

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Já discutimos muito aqui anteriormente sobre a possibilidade de termos no Brasil uma taxa base de juros mais baixo por um período prolongado. O cenário de juros mais baixos ao redor do mundo e uma inflação no Brasil que se mostra controlada e persistentemente abaixo da meta corroboram para um movimento de corte de juros pelo Banco Central Brasileiro como instrumento de estímulo da economia. Porém um cenário como este nunca foi visto e muito menos vivido por nós brasileiros, uma vez que a nossa realidade sempre foi o contrário, com juros altos e inflação descontrolada. O menor retorno dos ativos de renda fixa já tem gerado a busca por outros investimentos que entreguem melhor retorno, mas a matéria abaixo mostra que ainda existem muitas pessoas que não estão atentas ao cuidar do seu dinheiro ou simplesmente colocam seus recurso no que o banco recomenda. Aplicações estas que são mais vantajosas para os bancos do que aos seus clientes, como mostra a matéria abaixo no qual o banco arrecada cerca de 60 milhões com o fundo enquanto oferece prêmios de 2,3 milhões ao todo no ano. O retorno desta aplicação ao investidor hoje, fica em torno de 2,3% em 2019 ficando inclusive abaixo da inflação que acumula uma alta de 2,49% no ano. Isto mostra na verdade que o cliente está perdendo dinheiro, uma vez que os “custo de vida” representado pela inflação é maior que o seu retorno, o que faz o seu dinheiro ter menor valor ao longo do tempo. A boa notícia é que o mercado de investimentos no Brasil tem avançado bastante, e hoje é possível encontrar instituições com produtos melhores e informações gratuitas na internet. No entanto, a mudança deve partir do investidor de fazer seu dinheiro render mais, pois como mostra a reportagem o número de clientes deste produtos em bancos ainda é muito grande.

Investidor mantém aplicação que rende metade da Selic

Maior conhecimento sobre outros produtos financeiros têm feito muita gente resgatar pelo menos uma parte do dinheiro destinado a este tipo de aplicação Por Naiara Bertão — De São Paulo 09/10/2019

Se alguém te convidar para aplicar em um fundo de investimento que, no acumulado de 2019, rendeu 2,3% (algo em torno de 50% do CDI), você entraria? E se dissessem que a taxa de administração cobrada por esse fundo é de 2,9% ao ano, em um momento em que o juro básico da economia é de 5,5%? Mas, se essa pessoa falar que, se você investir nesse fundo, vai concorrer a prêmios de até R$ 50 mil todo mês, ficaria mais atrativo?

Este fundo existe, e é o Bradesco FIC FI Renda Fixa Referenciado DI Hiperfundo, popularmente conhecido por “Hiperfundo Bradesco”. O produto é conhecido na indústria por ser uma prova de que nem sempre a racionalidade é o único fator que determina os investimentos das pessoas.

Uma novidade é que a diminuição da taxa de juros e o maior conhecimento sobre outros produtos financeiros têm feito muita gente resgatar pelo menos uma parte do dinheiro destinado a este tipo de aplicação.

No caso do Hiperfundo Bradesco, ainda são 315 mil investidores, com R$ 2,06 bilhões aplicados. Ainda é muita gente e muito dinheiro. Mas a cifra é menos da metade do que o patrimônio investido no fim de 2014, de R$ 5,908 bilhões. O número de cotistas, porém, permanece em torno de 300 mil, o que mostra que, na prática, significa que ou os investidores estão reduzindo parte das aplicações ou que mudou o perfil de quem manteve o dinheiro lá, já que agora o valor médio aplicado caiu de quase R$ 18 mil para R$ 6,4 mil neste intervalo.

Segundo o Bradesco, o Hiperfundo não é distribuído como um produto de investimento nem consta nas carteiras recomendadas. “É um fundo de prateleira voltado para clientes que procuram alguma rentabilidade com liquidez diária, baixo risco e essencialmente buscam concorrer a prêmios”, afirmou o banco ao Valor.

Na atual campanha do Hiperfundo, que vai até 26 de dezembro, são 3.624 prêmios, sendo 24 CDB Hiper Fidelidade, no valor de R$ 50 mil, e 3.600 CDB Hiper Fácil, no valor de R$ 300,00. Ao todo, R$ 2,28 milhões em prêmios a serem distribuídos pelo Hiperfundo ao longo do ano. Levando em consideração o atual patrimônio líquido (R$ 2,06 bilhões) e a taxa de administração (2,9% ao ano), mantidas as mesmas condições, em 12 meses o banco arrecadaria quase R$ 60 milhões só pelo custo cobrado do cotista.

O Hiperfundo do Bradesco é um dos poucos sobreviventes em um mercado que já foi bem mais agitado, especialmente quando a Selic ainda rondava os dois dígitos. No passado, Caixa e Banco do Brasil também ofereceram este tipo de produto. Hoje, essas instituições deixaram para trás os fundos com esse apelo, de sorteios.

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