Guedes demite secretário da Receita em meio a debate sobre 'nova CPMF'

Cartas Mensais

Por Ribamar Oliveira e Fernando Exman | Valor

BRASÍLIA  -  (Atualizada às 16h05) O ministro da Economia, Paulo Guedes, decidiu demitir o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra. A informação foi apurada pelo Valor e depois confirmada pelo governo.

A saída do secretário ocorre em meio a críticas em relação à proposta de criação de uma nova contribuição no formato da antiga Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF).

O Ministério da Economia, em nota, confirmou a exoneração do secretário e informou que o auditor fiscal José de Assis Ferraz Neto assume interinamente o cargo.

“O Ministério da Economia comunica o pedido de exoneração do secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra”, informou a pasta.

Na nota, o ministro destacou que ainda não há um projeto de reforma tributária finalizado.

“A equipe econômica trabalha na formulação de um novo regime tributário para corrigir distorções, simplificar normas, reduzir custos, aliviar a carga tributária sobre as famílias e desonerar a folha de pagamento. A proposta somente será divulgada depois do aval do ministro Paulo Guedes e do presidente da República, Jair Bolsonaro”, diz a nota, que por fim registra agradecimento do ministro Paulo Guedes a Cintra “pelos serviços prestados”.

Em entrevista ao Valor na ùltima segunda-feira (9), Paulo Guedes afirmou que projeta arrecadar R4 150 bilhões por ano com o Imposto sobre Transações Financeiras (ITF).

"[O ITF] é feio, é chato, mas arrecadou bem e por isso durou 13 anos", afirmou Guedes, num referência ao tempo de vigência da CPMF.

Visão MZR

Na nossa visão isto mostra que o governo começa a mostrar um maior alinhamento com o mercado, que não vê como positivo o retorno de uma tributação nos moldes da antiga CPMF independente do nome que fosse utilizado. Pois a importância desta reforma, não vem na redução dos impostos mas sim na simplificação da carga tributária brasileira. Na qual empresas que tem sua operação no Brasil, tem gastos muito mais elevados nos departamentos de contabilidade que em outros países. A tendência é que para a frente, as notícias envolvendo a reforma tributária ganhem cada vez mais destaques com o tema da previdência chegando ao seu final.

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